Sermões de Spurgeon sobre a cruz de CristoExemplo

A cruz era, em seu propósito inicial, um instrumento de morte torturante a escravos que cometiam graves delitos. Hoje ela glamourosamente enfeita camisetas, acessórios de moda, é tema de tatuagens e identifica os templos cristãos. E esse uso popular a tem esvaziado de seu verdadeiro significado: foi nela que “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (Salmo 85:10). No sacrifício expiatório de Cristo, a merecida punição pelo pecado, que a justiça do Deus santo exigia, foi totalmente cumprida. Por meio desse sacrifício, há reconciliação com o Pai e livre acesso à Sua presença.

Geralmente, no entanto, essa doutrina central à fé cristã fica relegada a segundo plano por pregadores e preletores que priorizam os temas de suas mensagens de acordo com a preferência de suas audiências. Lembramos de comemorar a morte e ressurreição de Jesus na Páscoa ou em cultos de Santa Ceia, mas compreendemos apenas superficialmente os efeitos desse tão grande ato de amor divino na vida de todo aquele que se rende a Cristo.

Charles H. Spurgeon era um homem da Palavra e ele mesmo definia “Cristo, e este crucificado” como o tema central de sua meditação e pregação. Em suas palavras:

O que pregaremos a não ser Cristo? Tire esse assunto de mim, e estarei acabado; nesses muitos anos, tenho pregado nada mais do que o Seu precioso nome, e, se essa prática for desonrada, toda a minha riqueza espiritual terá se dissipado — não terei pão para os famintos, nem água para os sedentos […] É assim com o meu ministério — com Cristo, e Cristo apenas, fico à vontade. Teologia progressiva? Nenhuma corda de minha alma vibrará ao seu toque! Nova divindade? Evolução? Pensamento moderno? Minha harpa fica silenciosa a esses dedos estranhos; mas a Cristo, e apenas para Ele, ela responde com toda a música de que é capaz.

Na seleção destes, entre tantos sermões do “Príncipe dos pregadores” sobre a cruz de Cristo, consideramos uma abordagem mais ampla não apenas do evento “crucificação”, mas do próprio Cristo como o Homem de dores e dos efeitos que essa manifestação da misericórdia e graça divina produzem sobre toda a humanidade e, de forma particular, sobre os salvos. Buscamos sermões sobre textos do Antigo Testamento, dos evangelhos, das epístolas e do Apocalipse.

Que estas palavras proferidas com tanta paixão nos púlpitos ingleses do século 19 sobre um tema no qual convergem todas as Eras lhe sirvam como fonte de inspiração, compreensão do sacrifício expiatório e encorajamento para que desenvolva sua vida espiritual à semelhança de Cristo, Aquele que se entregou por você. E que seja ampliada sua expectativa pela visão do Cordeiro glorificado, no dia em que Ele reunirá para o bem-vindo eterno todos os que se prostraram diante da cruz!

Dos editores