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Sermões de Spurgeon sobre a cruz de CristoExemplo

Sermões de Spurgeon sobre a cruz de Cristo

DIA 9 DE 11

Getsêmani

Poucos tiveram comunhão com a aflição no Getsêmani. A maioria dos discípulos não estava lá. Não estavam suficientemente na vanguarda da graça divina para que fossem admitidos a contemplar os mistérios da “agonia”. Ocupados com os preparativos para a Páscoa em suas próprias casas, estes representam os muitos que vivem da letra e, no entanto, são meros bebês em fase de amamentação quanto ao espírito do evangelho. Os muros que cercam o Getsêmani adequadamente representam aquela debilidade na graça que efetivamente priva os crentes comuns de contemplarem as mais profundas maravilhas da comunhão. Aos doze, não, aos onze, foi-lhes dado o privilégio de entrar ao jardim e apreciar esta grande visão. Desses onze, oito foram deixados a distância; eles tinham comunhão, mas não daquele tipo ao qual são admitidos os grandemente amados. Apenas três, altamente favorecidos, que haviam estado com Ele no monte da Transfiguração e testemunhado o milagre vivificador na casa de Jairo — apenas esses três poderiam se aproximar do véu de Sua misteriosa agonia — no entanto, nem eles poderiam adentrar esse véu; a distância de um arremesso de pedra deveria ser mantida entre eles e o Salvador. Cristo deveria pisar o lagar sozinho, e não deveria haver homem algum em Sua companhia. Pedro e os dois filhos de Zebedeu representam aqueles santos eminentes, provados e ensinados pela graça que podem ser descritos como “pais”. Estes, por já haverem enfrentado as grandes águas, podem, até certo ponto, medir as imensas ondas do Atlântico da paixão de seu Redentor; por estarem tanto tempo a sós com Ele, podem ler Seu coração muito melhor do que aqueles que o veem somente em meio à multidão. A alguns espíritos escolhidos é dado — pelo bem de outros e para fortalecê-los para um tremendo conflito futuro em especial — entrar no círculo íntimo e ouvir os clamores do Sumo Sacerdote sofredor! Eles estão em comunhão com seu Senhor em Seus sofrimentos e aceitam a necessidade de Sua morte. Ainda assim, eu diria que, até mesmo esses eleitos entre os eleitos — esses escolhidos e particularmente favorecidos entre os cortesãos do rei —, nem mesmo eles podem penetrar a angústia do Salvador, de forma a entender todas as Sua agonias. “Teus incógnitos sofrimentos” é a admirável expressão da liturgia grega — pois há uma câmara íntima em Seu pesar, preservada do conhecimento e da associação humana. Não é aqui que, mais do que nunca, Cristo foi nosso “dom inefável”? Não estava Watts correto quando cantava —

E todas as alegrias encobertas que Ele concede,

Foram compradas com agonias incognoscíveis?

Visto que não seria possível a qualquer crente, por mais provado que fosse, conhecer, por si mesmo, tudo o que nosso Senhor suportou no lugar da prensa da oliva, onde Ele foi esmagado, por cima e por baixo, sob a pedra de moagem do sofrimento mental e da hostilidade infernal, está claramente muito além da capacidade desse pregador o descrever para vocês. O próprio Jesus deve lhes dar acesso ao mistério do Getsêmani, pois, quanto a mim, posso somente convidá-los a entrar no jardim, propondo-lhes que tirem seus calçados, porque o lugar onde pisamos é terra santa! Não sou Pedro, ou Tiago, ou João, contudo sou alguém que gostaria de, como eles, beber do cálice do Mestre e ser batizado em Seu batismo. Até o momento, avancei somente a distância daqueles oito; no entanto, lá tenho ouvido os profundos gemidos do homem de dores. Alguns de vocês, meus veneráveis amigos, podem ter aprendido muito mais do que eu, contudo não se recusarão a ouvir novamente o rugir das muitas águas que buscam afogar o amor do Grande Esposo de nossa alma!

As Escrituras

Dia 8Dia 10

Sobre este Plano

Sermões de Spurgeon sobre a cruz de Cristo

Cada uma das palavras aqui registradas lhe provocará a reflexão do quanto custou a Deus remir o que estava perdido. A paixão com que foram registradas instiga o leitor a sondar seu compromisso com o Redentor em vista de tal demonstração do amor divino.

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