Sermões de Spurgeon sobre a cruz de CristoExemplo
Ele sabe o que é padecer
3. E agora o último ponto é: Ele “SABE O QUE É PADECER”. Jesus tinha um íntimo conhecimento da dor. Ele não apenas conhecia o que a dor representava para os outros, mas ela o tocava em Seu próprio ser. Temos lido sobre a dor. Temos nos compadecido com a dor; temos às vezes sentido dor — mas Jesus a sentiu mais intensamente do que qualquer pessoa no mais profundo de Sua alma. Ele, muito mais do que todos nós, estava familiarizado com essa história deprimente. Ele conhecia o segredo do coração que se recusa a ser consolado. Ele tinha se sentado à mesa da tristeza, comido do pão preto do luto e molhado Seu bocado no vinagre dela. Ao lado das águas de Sara, Ele habitou e conheceu bem o poço amargo. Ele e a tristeza eram amigos do peito.
Era um conhecimento contínuo. Jesus não parou na casa da tristeza, às vezes, para afogar as mágoas. Ele também não bebericou, ocasionalmente, do absinto e do fel, mas a taça de madeira de cássia estava sempre em Sua mão, cinzas estavam sempre mescladas com Seu pão. O Senhor não apenas jejuou por 40 dias no deserto; o mundo sempre foi um deserto para Ele, e Sua vida foi uma longa Quaresma. Não digo que Ele não era, afinal, um homem feliz, pois, no fundo de Sua alma, a benevolência sempre lhe forneceu uma fonte viva de contentamento. Havia uma alegria na qual adentraremos um dia: a “alegria de nosso Senhor”, a “alegria que lhe estava proposta” pela qual “suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”. Mas isso de modo algum nega o fato de que Seu conhecimento da dor era contínuo e íntimo muito além do que qualquer pessoa que já vivenciou. Foi, aliás, um conhecimento crescente do sofrimento, pois cada passo o levou mais fundo aos tons sombrios da tristeza. Como há um progresso no ensino e na vida de Cristo, há também nos sofrimentos de Cristo. A tempestade tornou-se mais e mais escura. Seu sol amanheceu em uma nuvem, mas se pôs em horrores reunidos de amontoados de escuridão, até que, em um momento, as nuvens foram subitamente rasgadas em pedaços e com uma alta voz proclamou: “Está consumado”, uma manhã gloriosa surgiu onde todos esperavam uma noite eterna.
Lembre-se, mais uma vez, de que essa familiaridade que Cristo tinha com a dor foi algo que Ele vivenciou voluntariamente por nossa causa. Ele jamais precisaria ter conhecido qualquer tipo de dor e, a qualquer momento, poderia ter dito “adeus” a ela. Ele poderia ter retornado em um instante à realeza do Céu e à felicidade do mundo superior, ou, mesmo tardando aqui, poderia ter vivido sublimemente indiferente aos sofrimentos da humanidade. Mas não o fez: Ele permaneceu até o fim, por causa do Seu amor por nós — vivenciou a dor.
As Escrituras
Sobre este Plano
Cada uma das palavras aqui registradas lhe provocará a reflexão do quanto custou a Deus remir o que estava perdido. A paixão com que foram registradas instiga o leitor a sondar seu compromisso com o Redentor em vista de tal demonstração do amor divino.
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