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Sermões de Spurgeon sobre a cruz de Cristo

DIA 2 DE 11

Possivelmente um murmúrio passará pela congregação: “Esse é um assunto abominável e um tema lamentável”. Mas, ó amados, isso não é assim, pois, por maiores que tenham sido os sofrimentos de nosso Redentor, eles acabaram e devem ser vistos como triunfo sagrado. Apesar da luta ter sido grande, a vitória foi conquistada; o barco foi severamente açoitado pelas ondas, mas aportou agora no desejado porto. Nosso Salvador não está mais no Getsêmani agonizando, nem na cruz morrendo. A coroa de espinhos foi substituída por muitas coroas de soberania. Os pregos e a lança deram lugar ao cetro. E isso não é tudo, pois, embora o sofrimento tenha findado, os resultados benditos jamais acabam. Podemos nos lembrar do labor, pois a Criança-Homem nasceu neste mundo. A semeadura em lágrimas é seguida por uma colheita de júbilo. A picada no calcanhar da semente da mulher é bem recompensada pela pisadura na cabeça dessa mesma serpente. É aprazível ouvir sobre batalhas travadas quando uma vitória decisiva já deu fim à guerra e estabeleceu a paz. De forma que, o reflexo duplo de que todo o labor de sofrimento foi consumado pelo Redentor, e que, de agora em diante, Ele contempla o sucesso de todas as Suas labutas, regozijar-nos-emos mesmo quando entrarmos em comunhão com Seus sofrimentos.

Que nunca seja esquecido que o tema das dores do Salvador provou ser mais eficaz para o consolo daqueles que sofrem do que qualquer outro tema na abrangência da revelação, ou fora dela. Mesmo as glórias de Cristo não propiciam tal consolo às almas aflitas como os sofrimentos de Cristo. O Senhor é, em todas as atitudes, o consolo de Israel, mas Ele o é muito mais como o homem de dores. Espíritos conturbados não se voltam para Belém, mas para o Calvário; eles preferem o Getsêmani a Nazaré. Os aflitos não olham tanto para o consolo em Cristo quando Ele vir uma segunda vez com todo Seu esplendor, mas para quando Cristo veio pela primeira vez, um Homem cansado e sofredor. A passiflora produz para nós o melhor perfume; a cruz destila sangue, o mais curador dos bálsamos. Nesse caso, semelhantes curam semelhantes, pois não há remédio para a tristeza sob o sol como as dores de Emanuel. Como a vara de Arão tragou todas as outras varas, assim os sofrimentos de Jesus fazem os nossos sofrimentos desaparecerem. Assim você vê que, no solo negro de nosso tema, a luz é semeada para o justo; a luz que surge para aqueles que jazem nas trevas e na região da sombra da morte. Vamos, então, sem relutância, à casa do luto e comungar com “O comandante Sofredor”, que, acima de todos os outros, poderia dizer: “Eu sou o homem que experimentou a aflição”.

Não nos desviaremos de nosso texto nesta manhã, mas ficaremos tão perto dele até discorrer em cada uma das suas palavras. As palavras nos darão os seguintes pontos — “Um homem”; “Um homem de dores”; “Que sabe o que é padecer”.

1. “UM HOMEM”. Para os aqui presentes, não há novidade alguma quanto à doutrina da verdadeira humanidade do Senhor Jesus Cristo, mas, embora não haja nada de novo nela, há toda a importância em si; portanto, vamos ouvi-la novamente. Esse é um daqueles sinos de igreja do evangelho que deve ser tocado todos os domingos. Essa é uma das disposições da casa do Senhor, que, como pão e sal, deve ser colocada sobre a mesa em cada refeição espiritual. Esse é o maná que deve cair todos os dias ao redor do arraial. Nunca é demais meditarmos sobre a pessoa abençoada de Cristo como Deus e como homem. Reflitamos que aquele que aqui é chamado de homem foi por certo “verdadeiramente Deus”. “Um homem” e “um homem de dores”, contudo, ao mesmo tempo, “Deus sobre todos, bendito eternamente”. Aquele que foi “desprezado e rejeitado entre os homens” foi amado e adorado pelos anjos. E Ele, de quem os homens esconderam o rosto por desprezo, foi adorado pelos querubins e serafins. Este é o grande mistério da piedade. Deus “manifestou-se na carne”. Aquele que era Deus, e estava no princípio com Deus, fez-se carne e habitou entre nós. O Altíssimo rebaixou-se para se tornar o menor; o Maior tomou seu lugar entre os menores. Por mais estranho que possa parecer, e necessitando de toda a nossa fé para que seja compreendido, mesmo assim é verdade que Aquele que se sentou sobre o poço de Sicar e disse: “Dá-me de beber” era o mesmo que cavou os canais do oceano e colocou neles as correntezas. Filho de Maria, tu és também Filho de Jeová! Homem da essência de Sua mãe, tu és também essência divina! Nós te adoramos neste dia em espírito e em verdade!

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Sobre este Plano

Sermões de Spurgeon sobre a cruz de Cristo

Cada uma das palavras aqui registradas lhe provocará a reflexão do quanto custou a Deus remir o que estava perdido. A paixão com que foram registradas instiga o leitor a sondar seu compromisso com o Redentor em vista de tal demonstração do amor divino.

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