Sermões de Spurgeon sobre a cruz de CristoExemplo
Lembrando-se de que Jesus Cristo é Deus, agora nos convém recordar que a Sua humanidade não era menos real e substancial. Ela diferiu da nossa própria humanidade por Ele não ser pecador, mas não diferiu em nenhum outro aspecto. É inútil especular sobre uma humanidade celestial, como alguns o fizeram, e, por sua própria tentativa de precisão, enfatizaram um turbilhão de erros. É o suficiente para nós sabermos que o Senhor nasceu de uma mulher, foi envolto em faixas, deitado numa manjedoura e precisava ser amamentado por Sua mãe como qualquer outro bebê. Ele cresceu em estatura como qualquer outro ser humano, e, como homem, sabemos que Ele comeu e bebeu, que teve fome e sede, regozijou-se e entristeceu-se. Seu corpo podia ser tocado e dominado, ferido e podia sangrar. Ele não era um fantasma, mas um homem de carne e osso como nós. Era um homem que precisava dormir, alimentar-se, era sujeito à dor e que, no final, entregou Sua vida à morte. Pode ter havido alguma distinção entre Seu corpo e o nosso, pois nunca foi contaminado pelo pecado; não era capaz de corromper-se. Desse modo, no corpo e na alma, o Senhor Jesus foi 100% homem segundo a natureza de nossa humanidade “em semelhança de carne pecaminosa”, e devemos pensar nele sob esse aspecto, pois somos tentados a considerar a humanidade do Senhor como alguma coisa bem diferente da nossa. Estamos aptos a espiritualizá-la e a não pensar nele como realmente osso dos nossos ossos e carne da nossa carne. Tudo isso é semelhante a um grave erro; podemos ter a impressão de que estamos honrando Cristo por tais concepções, mas Ele jamais é honrado por aquilo que não seja verdade. Jesus foi um homem, um homem de verdade, um homem de nossa raça, o Filho do Homem. De fato, Ele era o representante da humanidade, o segundo Adão — “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou”. “Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens”.
Assim, essa participação condescendente em nossa natureza traz o Senhor Jesus para um relacionamento muito mais próximo conosco. Na medida em que Ele era homem, embora também Deus, Ele era, de acordo com a lei hebraica, nosso goel — nosso parente mais próximo. De acordo com a lei, se uma herança tivesse sido perdida, era direito do parente mais próximo resgatá-la. Nosso Senhor Jesus exerceu Seu direito legal ao nos ver vendidos à escravidão e com a nossa herança retirada de nós; Ele veio para redimir tanto o nosso ser como todo o nosso estado de perdição. Foi uma bênção para nós que tivéssemos tal parente. A circunstância mais graciosa na vida de Rute foi colher nos campos de Boaz, pois esse homem se tornou seu parente mais próximo. E nós que já colhemos nos campos da misericórdia louvamos ao Senhor por Seu Filho unigênito ser o nosso parente mais próximo, nosso irmão, nascido para a adversidade. Não seria consistente com a justiça divina que qualquer outro substituto fosse aceito em nosso lugar, exceto esse homem. O homem pecou e deve reparar o dano feito à honra divina. A violação da Lei foi causada pelo homem e por ele deve ser reparada; o homem transgrediu, logo devia ser punido. Não estava no poder de um anjo dizer: “Sofrerei pelo homem”, pois os sofrimentos angelicais não teriam efeito algum em relação aos pecados humanos. Mas o Homem, o Homem incomparável, sendo o Representante da humanidade e de direito pelo parentesco autorizado a resgatar, veio, sofreu o que era devido, fez os reparos à justiça ofendida e, assim, nos libertou! Glória ao Seu nome bendito!
As Escrituras
Sobre este Plano
Cada uma das palavras aqui registradas lhe provocará a reflexão do quanto custou a Deus remir o que estava perdido. A paixão com que foram registradas instiga o leitor a sondar seu compromisso com o Redentor em vista de tal demonstração do amor divino.
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