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Felizes....!

DAY 3 OF 8

FELIZES OS HUMILDES!

Muhamad Ali, um dos maiores pugilistas de todos os tempos, talvez o maior, pronunciou-se sobre si mesmo, certa vez, dizendo:“Quando você é o maior como eu sou, é difícil ser humilde”.

Pelo menos uma parte da frase é tão forte como os golpes que ele desferia nos ringues: “é difícil ser humilde”. Especialmente em razão do aparente paradoxo da felicidade a ser alcançada pela humildade; algo tão incompreendido como a felicidade que independe das circunstâncias, ou as promessas de um reino vindouro já usufruídas nos seus valores no tempo presente.

A. W. Tozer enunciou o resultado dessa dificuldade na seguinte forma: “Uma descrição precisa da raça humana poderia ser feita a alguém que a conhecesse tomando as bem-aventuranças e apresentando-as ao contrário, dizendo: 'assim é o gênero humano'”.

Certamente será mais fácil compreender a humildade observando os ensinamentos de Jesus, e pensando no perfil (palavra tão em moda no nosso tempo) daqueles a quem o Mestre se referiu.

Há uma semelhança muito grande entre Mateus 5:5 e Salmos 37:11, sendo que neste último a palavra utilizada pelo salmista é sinônima de ‘humilde’ e refere-se não tanto a uma atitude para com as pessoas, mas a uma disposição diante de Deus, a saber, a humildade, ou ‘pobreza’. Ideias de infância espiritual, contrição, mansidão, também não são estranhas ao sentido essencial da humildade.

Não poucos se deram ao trabalho de definir humildade. Spinoza, por exemplo, na sua “Ética”, escreveu: “humildade é a tristeza que surge pela contemplação de nossa impotência e nosso desamparo”.

Mas o supremo modelo de humildade é o próprio autor de um dos sermões mais famosos de todos os tempos. Ele próprio nos convidou a aprender com ele sobre humildade (Mateus 11:29). Zacarias profetizou que ele iria a Jerusalém montado em uma jumenta, humilde e pobre.

Lamentavelmente, o Cristianismo por vezes se afasta e muito desse modelo de humildade, a ponto de ir ao extremo oposto da arrogância. A literatura salmódica tem testemunhos da mais pura sensibilidade, que mostram como a arrogância pode nos irritar, desanimar e até nos desviar.“Quanto a mim, meus pés quase tropeçaram; faltou pouco para que eu escorregasse. Pois eu tinha inveja dos arrogantes, ao ver a prosperidade dos ímpios”. (Salmos 73:2-3).

A Bíblia nos encoraja a não desanimar pela aparente inferioridade dos humildes.“Melhor é ter espírito humilde entre os oprimidos do que partilhar despojos com os orgulhosos(Provérbios 16:19),posto que lidar com a arrogância é algo a que não podemos nos furtar. E de certa forma, ela também nos adverte que a humildade não é manifestada em exterioridades caricatas, que podem até causar certo impacto, mas não atendem aos critérios bíblicos. Nossa tendência é considerar pessoas que não tem posses, que não são cultas, ou que de alguma forma são desfavorecidas, como humildes; nada mais inútil.

Os humildes são felizes porque dependem de Deus e de sua Palavra. Isso não é sinal de fraqueza, é evidência de plena confiança.

Os humildes buscam sua libertação em Deus –“Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados; tu os reanimas e atendes ao seu clamor.” (Salmos 10:17); “quando tu, ó Deus, te levantaste para julgar, para salvar todos os oprimidos da terra. Até a a tua ira contra os homens redundará em teu louvor, e os sobreviventes da tua ira se refrearão.” (Salmos 76:9-10)

Os humildes são alvo da graça de Deus –“Ele zomba dos zombadores, mas concede graça aos humildes.” (Provérbios 3:34)

Os humildes são guiados por Deus –“Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho.” (Salmos 25:9); “Antecipo-me ao alvorecer do dia e clamo; na tua palavra, espero confiante.” (Salmos 119:147)

Em “Aprenda a mentorear”, Howard Hendricks diz que a maioria das pessoas que lhe apresenta seus problemas, quando confrontada ou aconselhada pela Palavra diz: “o senhor não entendeu meu problema...”, e começa a contar tudo novamente, como se a Bíblia não fosse suficiente.

Os humildes são quebrantados pela voz de Deus. Isaías afirma que Ele vive com o contrito e abatido de Espírito (57:15). Isso significa dizer que o que sensibiliza o coração de Deus é um coração que se deixa admoestar (Eclesiastes 4:13).

Josias foi um rei com essas características. Ao tomar conhecimento do Livro da Lei, redescoberto no templo, rasgou as suas vestes e disse:“Ide consultai o Senhor por mim, pelo povo e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que foi achado; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós, pois nossos pais não obedeceram às palavras deste livro, para cumprirem tudo quanto está escrito a nosso respeito.” (2 Reis 22:11,13)

Cercados de tecnologia, de agendas sobrecarregadas, de preocupações insustentáveis, somos desafiados diariamente a demonstrar nossa humildade, em atos e atitudes de temor e reverência aos conselhos divinos, e a viver felizes com a consciência tranquila pela aprovação divina.
Contabilizar méritos, realizações, glórias e qualidades pessoais não pode ser tudo o que queremos da terra, por não ser compatível com a herança que Jesus mencionou como recompensa para os humildes.

Herdar a terra prometida foi o desejo de Israel durante toda a peregrinação no Deserto (Deuteronômio 4:1; 16:20; cf. Isa. 57:13; 60:21). Muitos crentes estão vivendo com a espiritualizada ideia de que estamos no deserto e aguardamos a terra prometida celestial. Ainda que correta metaforicamente, essa ideia deixa de fora promessas preciosas de posse antecipada das bênçãos do Reino vindouro, que produzem grande felicidade no tempo presente, ou então teríamos que considerar a fala de Jesus reservada apenas ao futuro.

O pensamento de Chesterton, sempre lúcido, sintetizou bem o que temos feito com o conceito e a prática da humildade -"sofremos hoje porque temos colocado a humildade no lugar errado. A modéstia deixou o território da ambição. A modéstia se estabeleceu no território da convicção, onde nunca deveria estar. Uma pessoa deve ter dúvida acerca de si mesmo, nunca sobre a verdade. Ocorreu uma inversão. Hoje o homem insiste exatamente na parte que não deveria: ele insiste em si mesmo. A parte em que tem dúvida é exatamente a parte em que não deveria ter dúvida: a razão divina. Estamos a ponto de produzir uma civilização modesta demais para crer na mesa da multiplicação.”

Felizes os humildes, pois podem ter, e para sempre terão, alegria sobre alegria no Senhor (Isaías 29:19), recebendo desde já a herança de alegria deixada para eles, pela infindável graça do Pai.

Wilson Avilla

Scripture

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Felizes....!

Nestes tempos em que cada um quer ‘fazer Deus’ a seu próprio modo, em que as selfie-religions validam o individualismo, as bem-aventuranças são afirmações maiores da lei do Reino de Deus. Compreender a justiça desse novo domínio implica em obedecer de coração à Sua vontade em relacionamentos governados pelo amor a Deus. No mais famoso discurso de todos os tempos, Jesus ensina pessoas a serem simplesmente felizes.

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