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FELIZES OS POBRES COITADOS!
As bem aventuranças, trecho mais do que conhecido da Palavra de Deus, até pelos que com ela não tem familiaridade, são uma relação de tudo aquilo que Jesus anunciou como indispensável para os súditos do seu Reino Messiânico. A grandiosidade da justiça apregoada no famoso Sermão do Monte atraiu multidões de curiosos, mas ainda é incompreendida como o esboço moral dos indivíduos que estão aptos a possuir a monarquia oferecida pelo Rei dos reis.
O ponto inicial da pregação do Evangelho, aos nossos olhos, certamente merecia uma grandiloquência ‘mais digna’ de sua origem divina. Entretanto, ‘Jesus nos decepciona’, e começa seus ensinos com as bem-aventuranças, falando sobre a pobreza de espírito, expressão que em nossa língua tem acepções pejorativas, que sugerem fraqueza de caráter.
Na verdade o Mestre explicou que são felizes os que sentem suas necessidades espirituais, admitem suas indignidades e, por meio do Filho de Deus, se habilitam aos privilégios do domínio do Eterno.
Felizes os pobres coitados que, mesmo em face das mais extremas adversidades, mantem sua esperança em Deus, sem inclinar-se para a falsidade dos ímpios. Peterson, em sua versão parafraseada do Salmo 1, assim traduz os versículos 1 e 2:
“Como Deus deve gostar de você; você não aparece no Bar do Pecado, você não anda à espreita no Beco Sem Saída, você não frequenta a Escola dos Desbocados!”
Os pobres coitados são afortunados porque leem, ouvem e guardam as palavras da profecia (cf. Apocalipse 1:3).
Felizes os pobres coitados que, apesar do desprezo deste mundo por eles, sofrendo com suas debilidades (Lucas 6:20), inclusive físicas, são agraciados com o livramento da ira do Senhor (cf. Sofonias 2:3).
Felizes os pobres coitados que, nada tendo, tudo oferecem, pouco sendo, se entregam sem restrições, sem o que esperar, transbordam de esperança por causa daquele que se declarou por eles:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos.” (Lucas 4:18)
Felizes os pobres coitados, que, simplórios como crianças, atingem o padrão esperado para o ingresso no Reino de Deus (Mateus 11:25; 19:13).
Felizes os pobres coitados, que, singelamente obedecem a Deus, e alcançam a consonância com o primeiro plano de Deus para o homem.
Os pobres coitados herdarão o Reino dos Céus. Do lado de fora, muita gente poderosa, rica, plenipotente, estudada, influente, graduada, mais do que gabaritada protestará com veemência, sem entender que Jesus não quer nos fazer pobres, mas está interessado na pobreza que existe em nós.
Israel Belo de Azevedo aprofunda os significados do texto, dizendo que os pobres coitados são felizes porque:
- não estão viciados em dar a última palavra nas discussões e nas decisões. Antes, ouvem os conselhos dos outros, recebidos como sábios e oportunos.
- não acham que podem comprar amor numa casa de bajulação ou de prostituição. Antes, se preciso, convivem com sua solidão, à espera de relacionamentos baseados no respeito e no afeto.
- sabem fruir do melhor das ciências, para uma vida mais saudável; das artes, para uma vida mais bonita; das tecnologias, para uma vida mais agradável, e das amizades, para uma vida mais fraternal, mas sem permitir que elas as seduzam porque sabem que a vida é mais que esses bens.
- não se pastoreiam a si mesmos. Antes, têm a coragem de se abrir para a Palavra de Deus aberta diante dos seus olhos, em busca da orientação segura, recebida com os ouvidos atentos para não ceder às interpretações movidas por interesses escusos e ouvidos limpos para não confundir a Bíblia de Deus com as palavras dos homens.
Os pobres de espírito são felizes porque, no final do dia, dormem, sem o tormento das guerras que não travaram, das mentiras que não contaram, dos elogios que não venderam, dos gritos que não deram, certos agora de que Deus lhes dá o descanso que os renova para um novo dia.
Seja feliz! Seja um verdadeiro pobre coitado!
Ore: peça a Deus que ajude você a colocar em prática o ensino de Jesus, para alcançar a verdadeira felicidade, ainda que não compreendida por quem não entende o que é mais importante no ensino do Evangelho.
Wilson Avilla
Scripture
About this Plan
Nestes tempos em que cada um quer ‘fazer Deus’ a seu próprio modo, em que as selfie-religions validam o individualismo, as bem-aventuranças são afirmações maiores da lei do Reino de Deus. Compreender a justiça desse novo domínio implica em obedecer de coração à Sua vontade em relacionamentos governados pelo amor a Deus. No mais famoso discurso de todos os tempos, Jesus ensina pessoas a serem simplesmente felizes.
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