Psiquiatria e Jesus: Vencendo a AnsiedadeExemplo

Ore a Palavra para mudar sua mente

Hoje vamos aprender mais duas ferramentas fundamentais para que você vença a ansiedade conforme orientações da Palavra de Deus. O primeiro ponto é orar a Palavra.

Vamos orar juntos para que sua mente seja restaurada pelo poder da Palavra do Senhor.

Primeiro, faça essa oração comigo:

"Senhor Jesus, entrego a ti as minhas ansiedades. Sei que tu, Senhor, não me culpas por senti-las e não me condenas por abrigar sentimentos que não tenho conseguido controlar. São muito mais fortes do que eu. Creio no teu poder. Submeto todos os meus pensamentos ansiosos a ti, Senhor, certo de que controlas todas as coisas e sabes o que é melhor para mim. Peço ajuda para a minha falta de fé e para as minhas oscilações emocionais. Sonda o meu coração e vê o que me angustia, pois nem eu consigo saber. Faz uma varredura na minha mente por meio do teu Espírito, para que a paz que só tu podes dar esteja no meu íntimo. Permite que eu tenha a mente em paz e que eu consiga organizar os meus pensamentos. Neste dia, eu digo aos pensamentos ansiosos que eles não podem me dominar pelo poder do teu nome. Que a cada manhã as tuas misericórdias se renovem e eu possa descansar em ti. Amém"

Leia novamente o texto do nosso devocional e ore o Salmo 91 refletindo no coração com fé e confiança da seguinte forma:

"Senhor Deus, sei que posso me assentar na tua presença e descansar debaixo da tua sombra. O Senhor é o meu Deus, o meu refúgio. Posso confiar que estou seguro em ti. Tu me proteges das armadilhas e me defendes dos perigos mortais.

Os teus braços são como um escudo sobre mim e estou protegido por eles. Sei que não me deixarás ferido. Não preciso ter medo de nada, nem dos assaltos à noite, nem das flexas que voam de dia. Também creio que tu, Senhor, tens o controle sobre a doença que ronda a escuridão e sobre os desastres que acontecem de dia.

Todos os meus dias estão nas tuas mãos. Ainda que muitos morram à minha volta e caiam ao meu lado, eu não sofrerei nenhum arranhão que fuja do teu controle. Tu és poderoso, e eu te louvo por isso.

Sei que sou teu protegido e, de longe, verei teu cuidado até para com aqueles que me desejam o mal. Sei disso porque tu, Senhor, és meu refúgio e meu abrigo. O mal não conseguirá chegar perto de mim e da minha família; a iniquidade não passará na minha porta.

Tu ordenas aos anjos que me guardem em todos os meus caminhos. Se eu tropeçar, eles me segurarão. O trabalho deles é evitar que eu caia. Eu caminharei tranquilo entre leões e cobras; pisarei neles e nada me acontecerá.

Que eu possa caminhar tranquilo em meio às ansiedades da minha vida. Eu me apego à tua vida, Senhor, e peço que me tires de todos os problemas. Ensina-me a confiar em ti de todo o coração. Sei que cuidas de tudo. Sei que estás comigo nos momentos ruins e me proteges. Sei que controlas os meus dias, que podes me dar vida longa e me mostrar o caminho da salvação. Amém""

Ore mais uma vez comigo:

"Senhor Deus, reconheço que nem toda ansiedade é pecado. Sei que posso senti-la sem que signifique que eu não te amo ou não desejo seguir teus caminhos. Peço-te que, cada dia mais, tu reveles para mim tua providência, tua bondade e teu cuidado. Submeto os meus pensamentos ansiosos a ti, não como um filho cheio de culpa, mas convicto de que tu conheces todos os meus pensamentos. Que o teu amor inunde meu coração e eu não tenha mais culpa por minhas crises de ansiedade. Que uma fé saudável, que busque e confie progressivamente em ti, seja gerada em meu coração. Amém".

O segundo passo é você aprender a desenvolver a solitude

Um questionamento que me faço com frequência, por ser psiquiatra, é: “Como Jesus cuidava das próprias emoções?”. Essa pergunta leva a outras: “O que ele fazia antes de tomar decisões importantes? Como buscava a vontade do Pai e aquietava o coração? Como encontrava direcionamento para a vida?”.

Ao tentar encontrar respostas, compreendi que existem curas e percepções adequadas da realidade que não são experimentadas em ambientes coletivos. Se, por um lado, o cristianismo nos convida insistentemente a nos reunir com os irmãos; por outro, alguns ensinamentos somente nos serão transmitidos no quarto secreto.

Quando refletimos sobre o que Jesus fazia em momentos potencialmente depressivos, percebemos que obviamente ele orava. Contudo, é muito interessante perceber que Jesus tinha momentos recorrentes de solitude para orar. Solitude é diferente de solidão. A solidão leva ao adoecimento emocional e aumenta a possibilidade de a pessoa desenvolver depressão e ansiedade. Pessoas com transtornos emocionais constantemente se sentem sozinhas ou desejam estar sós.

É possível estar rodeado de pessoas e, mesmo assim, se sentir sozinho. Entretanto, a solitude é completamente diferente e deve ser vista como uma disciplina espiritual importante. Para praticá-la, voluntariamente nos deslocamos para ficar a sós, sem distrações e com o máximo silêncio possível, a fim de buscar Deus por meio de outras disciplinas (oração, leitura bíblica etc.). A solitude é a terapia do silêncio e do distanciamento. Vivemos em ritmo acelerado e somos chamados a estar constantemente conectados, tanto na vida real quanto nas redes sociais.

A nossa cultura valoriza o fato de realizarmos muitas tarefas ao mesmo tempo. Pessoas agitadas e multifuncionais se destacam e se tornam exemplos a serem seguidos: “Queria ser como fulano, porque ele está sempre ligado e faz muitas coisas”. Entretanto, Jesus intencionalmente saiu da agitação diversas vezes. O Senhor sabia que era necessário ficar em solitude diante do Pai para que o coração dele fosse sondado e direcionado adequadamente às decisões que precisava tomar.

É importante compreender isto: se Jesus, o Filho de Deus, orava e sabia da importância de estar a sós, nós também devemos fazê-lo. Diante das pressões que sofria, dos anseios do povo e das variadas expectativas criadas, o Mestre reservava momentos de solitude no cotidiano. Solitude é reduzir o barulho e os estímulos externos para estar em condições de saber o que se passa no coração e ouvir o que Deus deseja compartilhar conosco. Esse é um remédio difícil para a vida agitada, mas imprescindível, porque, nos momentos a sós, Deus nos cura profundamente. A solitude é terapêutica ao nos permitir calibrar as emoções. No silêncio, quando estamos apenas nós e Deus, percebemos melhor o que há no íntimo e como podemos receber a graça e a misericórdia de que tanto precisamos para a restauração da mente. É incompreensível que não tenhamos momentos de solitude diários que nos tragam tamanha cura emocional.

Creio que esses momentos eram muito necessários para Jesus porque as expectativas externas — busca das pessoas por resultado, anelos a respeito de ele ser o Messias — da multidão eram imensas para um ser humano. Jesus não pecou, mas, como homem, teve de lidar com sentimentos comuns a todos nós e poderia perder-se em decisões contrárias à vontade divina.

Quando a multidão, eventualmente, acelerava processos ou criava grandes expectativas, ele se retirava para orar a sós. Então, para conhecer o coração do Pai, o Filho entrava em solitude. A busca a sós por orientação divina, para calibrar as emoções e ter o coração sondado pelas Escrituras diariamente, deve fazer parte do estilo de vida do cristão que deseja cura emocional. Outro aspecto importante sobre a solitude é que ela nos fortalece espiritualmente.

Marcos diz que, depois de ter realizado muitas libertações espirituais, Jesus acordou cedo pela manhã e foi a um lugar secreto para orar (Marcos 1:34,35). Na solitude com Deus, recebemos poder espiritual para vencer as guerras espirituais que constantemente vivemos, bem como temos força para superar os dias em que as nossas emoções distorcidas teimam em roubar-nos a fé e a identidade. A solitude nos prepara para novos dias por ser uma conexão espiritual que influencia a nossa vida emocional.