Logotipo da YouVersion
Ícone de Pesquisa

Psiquiatria e Jesus: Vencendo a AnsiedadeExemplo

Psiquiatria e Jesus: Vencendo a Ansiedade

DIA 5 DE 10

Nem tudo é espiritual. Você é um ser biológico, emocional e espiritual

Jesus sabia diferenciar precisamente o que era primariamente espiritual de transtornos apenas biológicos. Em alguns casos, expulsava demônios. Em outros, curava enfermos com métodos variados que fugiam a compreensão humana. Verdadeiros milagres. Jesus sabia que nem tudo era espiritual e compreende, como dito anteriormente, nossa natureza humana.

Um cristão pode, ao longo da vida, apresentar três tipos de ansiedade: a ansiedade normal, a ansiedade patológica e a ansiedade que chamarei neste devocional de “ansiedade-pecado”. É muito importante diferenciá-las para que compreendamos que nem toda ansiedade é pecado e que Jesus nos enxerga individualmente com as nossas crises de ansiedade ou períodos longos de ansiedade patológica.

Nem toda ansiedade é ruim

Antes de tudo, devemos compreender que a ansiedade é inerente à existência humana e pode ser benéfica. Sem ansiedade, não produzimos, não corremos atrás dos objetivos e não tomamos decisões de maneira correta e satisfatória. A ansiedade nos permite produzir mais e melhor. Sentir ansiedade é comum. Imagine, por exemplo, alguém com dor de dente. A dor sinaliza que algo não está funcionando adequadamente no corpo, e isso o leva a ir ao dentista.

A ansiedade normal é positiva e estimula nosso corpo a tomar decisões rápidas, precisas e produtivas. Estamos tão acostumados a enfatizar a ansiedade patológica que nos esquecemos de falar que existe uma forma de ansiedade benéfica. Essa ansiedade, que chamarei de normal, é a reação própria do cérebro, que emite ordens para que o corpo libere as substâncias que aumentarão sua performance e produtividade. Assim, adrenalina, cortisol e outros agentes são injetados no organismo e atuam como verdadeiro energético natural, potencializando o funcionamento do cérebro.

Esse tipo de ansiedade se manifesta de maneira precisa e organizada nas situações cotidianas, sem nos darmos conta. Se você tiver um encontro amoroso, um discurso a fazer em público, uma prova, uma entrevista de emprego ou algum desafio, o cérebro aumenta o pulso da ansiedade normal para que você possa lutar, fugir ou tomar decisões de maneira mais produtiva e organizada.

Da mesma forma, em um culto, antes de pregar ou orar, podemos ter pulsos de ansiedade sem que isso configure uma doença. Assim, a ansiedade é um mecanismo de defesa e ajuste do cérebro. Nenhum ser humano vive adequadamente sem experimentá-la. Existem situações na psiquiatria (felizmente, raras) nas quais alguns pacientes não produzem essa ansiedade de forma apropriada. Nesses casos, tornam-se passivos ou letárgicos diante dos desafios da vida.

É importante você compreender isso: nem toda ansiedade é pecado. Nenhum ser humano passará nessa vida sem ter ansiedade. Jesus não julga um cristão por passar por ansiedade porque ele separa claramente o que é ansiedade normal da ansiedade patológica.

A ansiedade patológica pode ser uma doença como qualquer outra condição humana

Nascemos com o sistema biológico de gestão da ansiedade já presente no cérebro, mas ele evolui e se aperfeiçoa ao longo da vida, sobretudo na primeira e na segunda infâncias (até os 7 anos).

Crianças não submetidas a doses adequadas de estresse, ou seja, as que são excessivamente protegidas, podem ter o sistema de ansiedade normal desenvolvido aquém do necessário. Quando acontece, tornam-se adultos com dificuldade de reagir diante dos desafios. Já as crianças que sofrem excessiva carga de estresse — como abuso, negligência, sofrimento exagerado — podem estimular o sistema de ansiedade normal além do necessário. Nesses casos, apresentam maior risco de desenvolver transtornos de ansiedade na idade adulta.

Ou seja: sua ansiedade pode não ter relação nenhuma com pecado. Ela pode ser uma condição oriunda de genética (heranças familiares), de sua história de vida na infância ou de algum estresse no tempo presente.

Para prosseguir a nossa jornada de cura, precisamos, desde já, romper o preconceito de que tudo é espiritual. De fato, ao espiritualizar tudo, deixamos de buscar ajuda da maneira correta e necessária.

Não fique se punindo por sofrer de ansiedade

Na passagem citada, Mateus, inspirado pelo Espírito Santo, descreve separadamente as curas de Jesus e delimita as doenças físicas e espirituais. Podemos perceber a distinção entre loucos e endemoninhados. Obviamente, Jesus sempre via o ser humano de forma integral, mas é importante perceber que as curas foram descritas por palavras diferentes. Nada na Bíblia é por acaso.

Jesus sabia que determinadas doenças eram, em primeiro lugar, espirituais, ao passo que outras, não. Em alguns momentos, o Mestre realizava curas com a expulsão de demônios, mostrando-nos claramente que algumas enfermidades são causadas diretamente por ação de forças espirituais do mal. Entretanto, na grande maioria das vezes, Jesus simplesmente curava a enfermidade sem citar nenhuma palavra direta a respeito de demônios ou espíritos malignos.

Esse ensino é essencial quando pensamos em como Jesus trataria pessoas com depressão e ansiedade no nosso tempo. Como afirmei anteriormente, o coração do Mestre não mudou; ele é compassivo e gracioso, e compreende exatamente como nos sentimos. Ele sabe perfeitamente se a depressão ou a ansiedade ocorre por causas originariamente biológicas, emocionais ou espirituais. Com olhar criterioso e revelação divina, Jesus nunca diria a um cristão com ansiedade estar endemoninhado, ou sendo oprimido, com a intenção de condenar. Ele nunca abordou uma enfermidade para causar mais dano ao doente ou provocar-lhe sentimento de culpa. Ele se lançava em compaixão.

Sua cura começa quando você compreende melhor o que você tem

Sabe por que é importante compreender que o corpo adoece? Parece óbvio, mas, certa vez, no consultório, um paciente insistiu que, como cristão, ele não poderia ter um corpo com enfermidades, uma vez que tinha nascido de novo ao se arrepender pela fé em Cristo. Ele era adepto de uma teologia segundo a qual as doenças são sinônimo de pecado. Logo, mantinha-se em oração todos os dias, confessando seus pecados, para obter a cura de problemas emocionais.

Ele não compreendia que o novo nascimento era espiritual e que um corpo totalmente livre de doenças somente nos será dado na ressurreição dos mortos. Para ele, toda doença do cérebro era espiritual, em vez de uma enfermidade causada por um mau funcionamento do órgão cerebral (consequência da Queda). Enquanto vivermos na terra, poderemos apresentar doenças do coração (hipertensão, infarto), do fígado (hepatite), do pulmão (asma), doenças imunológicas (alergias) ou de qualquer órgão ou sistema do corpo biológico. O curioso é que os cristãos aceitam doenças de qualquer parte do corpo, mas se recusam a aceitar que o cérebro também adoece.

Da mesma forma, diante de um transtorno mental, logo apontam para causas espirituais, sem entender melhor os contextos de cada caso. Assim, muitas pessoas se recusam a se submeter a tratamento psiquiátrico ou acham que tratar ansiedade seja falta de fé ou sinônimo de pecado. O nosso cérebro não está imune a doenças; logo, também pode adoecer. Predisposições genéticas, hábitos de vida, estresse e ambiente são fatores que podem nos tornar doentes emocionalmente.

Dia 4Dia 6

Sobre este Plano

Psiquiatria e Jesus: Vencendo a Ansiedade

Neste devocional de dez dias você aprenderá: 1) Os três tipos de ansiedade que um cristão pode ter 2) O que Jesus disse sobre ansiedade 3) Como vencer a ansiedade com a Psiquiatria e a Bíblia 4) Como ajudar alguém com ansiedade 5) Como voltar a confiar em Deus durante a ansiedade

More

Gostaríamos de agradecer ao Dr. Ismael Sobrinho por fornecer este plano. Para mais informações, visite: https://www.instagram.com/ismael.sobrinho