Enfrentando tempestadesExemplo

Dia 1 - Tempestades da vida

Você já viu como funciona uma mola? Quando pegamos uma mola e a pressionamos, ela se comprime, fica menor, achatada, mas quando a pressão termina, ela solta e volta ao seu estado normal. O mesmo acontece com o elástico. Quando o esticamos, ele cede, se alarga, mas quando soltamos, ele volta a ser como era originalmente. Agora, lembre da vara de salto em altura que vemos com o atleta das olimpíadas. Ele corre, dá o impulso, a vara enverga e parece que quase vai quebrar, mas impulsiona o atleta para cima e para frente, e depois balança até ficar reta novamente. Na linguagem da física, chamamos essa capacidade de suportar pressões e voltar ao estado original de resiliência. Também podemos ser resilientes. Como assim? Resiliência, em psicologia, é a capacidade de passarmos por sofrimentos na vida sem sucumbir a eles. E mais: podemos não somente voltar à nossa normalidade após um evento estressor, mas também crescer, amadurecer e nos transformar em pessoas mais fortes, mais capazes, mais empáticas e melhores, mesmo tendo passado por um momento ruim. 

É verdade que algumas pessoas são naturalmente mais resilientes do que outras. Você já deve ter percebido pessoas próximas a você que parecem ser mais altruístas e perseverantes quando algo negativo acontece, assim como pessoas que passam por sofrimentos na vida e demoram mais para se recuperar emocionalmente. Pode ser que você não se ache tão resiliente assim, ou pode ser que você tenha uma coleção de momentos difíceis pelos quais tenha passado e que se sinta mais forte hoje após ter enfrentado estas tempestades. De qualquer forma, todos nós podemos aprender a desenvolver atitudes que colaboram para a manutenção ou para o desenvolvimento da nossa resiliência, e será sobre elas que falaremos durante estes próximos 11 dias. 

Lembra de quando Davi se deixou levar pelo corpo bonito de Bate-Seba avistado em uma laje e que, após se relacionar sexualmente com esta mulher casada, mandou que colocassem Urias (o marido dela) na frente da batalha para ser morto quando soube que ela havia engravidado enquanto seu esposo estava na guerra? Que fracasso espiritual. Que fracasso moral. Sua recuperação emocional começou quando reconheceu seu erro, quando pediu perdão a Deus, quando se controlou para não repetir o mesmo erro outras vezes, aprendeu coisas dolorosas, mas verdadeiras sobre si mesmo - de que talvez não fosse tão corajoso assim, ao ser covarde e não enfrentar as consequências de engravidar a mulher de outro homem sem precisar matá-lo - e quando passou por sentimentos naturais de serem sentidos ao entrar em contato com seu próprio erro - medo, culpa, tristeza, raiva, arrependimento, decepção. Difícil quando enfrentamos tempestades na vida. Mas, também podemos conhecer um Davi arrependido, mais empático, mais paciente, com mais domínio próprio, mais compassivo, mais autoconsciente de suas próprias limitações e mais confiante na dependência de Deus.

Não é fácil enfrentar tempestades. Podemos nos sentir ilhados. Amedrontados pelos trovões. Machucados pelos granizos. Desestruturados pelo vento forte. A maneira como enxergaremos esta experiência e as atitudes que tomaremos diante dela determinarão de que forma sairemos dela. Acabados? Derrotados? Rebeldes? Ou mais conscientes dos nossos limites, da nossa necessidade de Deus, e mais preparados emocionalmente para as batalhas seguintes da vida? Mesmo que esteja enfrentando, neste momento, alguma tempestade, não desanime. Temos um Deus que nos estende a mão e que nos faz andar pelas águas. Confie.