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O Senhor dos ExércitosExemplo

O Senhor dos Exércitos

DIA 11 DE 12

Retaguarda

No último mês de formação, o curso de intendência do CPOR faria um campo um pouco diferente: uma simulação de uma Base Logística de Brigada. Como a intendência é a área do exército responsável pelo apoio logístico nas forças armadas em combate, fornecendo água, alimento, combustível e munição para as tropas em terreno; essa base seria uma das formas de aplicarmos nosso conhecimento aprendido no ano de formação. O tenente nos dividiria em funções e cada aluno exerceria um papel de um oficial em uma base na operação. Além de montar a base, também coordenaríamos missões de ressuprimento, simulando o ambiente de combate. Seria um campo para aplicar o que aprendemos, sem a ralação exagerada dos acampamentos anteriores: não podia esperar para saber minha função.

Saiu a distribuição de funções e fiquei como o aprovisionador da base, ou melhor, o responsável pela cozinha. Não só eu estava encarregado da alimentação de todos no campo, como também qualquer falha seria sentida por todos. Além disso, por ser responsável pela logística interna, o aprov - como chamávamos - não estava autorizado a sair em missões. Que decepção.

O texto de Mateus 20 conta uma história um tanto quanto constrangedora: a mãe de Tiago e João pedindo que Jesus os colocasse um à sua direita e o outro à sua esquerda no reino celestial. Jesus é muito claro na sua resposta: “Não sabeis o que pedis”. O que mais preocupa o Filho do Homem não é simplesmente o pedido, ou a revolta gerada nos outros 10, mas sim o que estava por trás de tudo isso. Tanto os filhos de Zebedeu quanto os outros discípulos se desentenderam por almejarem coisas erradas: no caso, a glória própria. A busca pela posição mais alta, como já vimos, nem sempre está coberta por intenções puras e sinceras. No Reino de Deus, quem quiser ser o primeiro precisa servir.

Passei os dias planejando o alimento e coordenando soldados na cozinha, vendo meus irmãos de farda voltando vibrando das missões e contando histórias: “Nós carregamos muito peso, nem acredito que conseguimos, fomos muito bem nas emboscadas, fizemos a segurança de forma perfeita!”. Claro que acertar na alimentação da tropa também rendeu elogios, mas no fundo, era só mais um trabalho de bastidor. Mesmo que envolvesse peso e dificuldades, o que eu queria mesmo era estar à frente no combate, tendo direito às honras das dificuldades. Como é difícil trabalhar na retaguarda.

Agimos todos os dias desta forma, assim como a mulher de Zebedeu, que pediu a Jesus que colocasse seus filhos nos lugares de honra, buscamos sempre a visibilidade de nós mesmos; até no relacionamento com Deus. Posso até servir ao Senhor, mas apenas nos lugares importantes: seja dirigindo o louvor ou pregando, desde que consigam me ver. Só não me coloquem como aprovisionador, porque que graça tem trabalhar como todos os outros (às vezes até mais), mas sem receber o devido reconhecimento?

Quando Jesus, no sermão do monte, fala sobre como dar esmolas, ele diz:

“Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” Mateus 6:2-4

No caso, os hipócritas que buscavam a aprovação dos outros, conseguiam exatamente o que buscavam: a glória para si. Àqueles, porém, que buscam o Reino, não são recompensados por outras pessoas, mas pelo próprio Pai que os vê em secreto.

Todo exército precisa de diferentes tipos de combatentes. Para que um herói de guerra consiga matar o comandante do exército inimigo, um militar, cujo nome nunca será escrito nos livros de história, precisou suprí-lo com água, munição e alimento. Da mesma forma, a igreja age: para que missionários consigam pregar o evangelho em países perseguidos, irmãos precisam dobrar os joelhos em intercessão e suprí-los com ofertas. Na expansão do Reino do Senhor, Deus procura soldados dispostos a cumprir missões em prol do evangelho em detrimento de si mesmos. A igreja precisa de homens dispostos a liderar, cantar, tocar e pregar, mas também precisa de irmãos dispostos a orar, discipular crianças, assistir aos idosos, arrumar cadeiras e limpar banheiros. Quando recusamos trabalhos delegados a nós por nos colocarmos como “dignos demais” para as funções que nos pedem, estamos fugindo das ordens de quem Deus colocou acima de nós. O que é mais importante: sua imagem intocada ou a obediência ao Senhor dos Exércitos?

Se Jesus lavou os pés de pescadores, quem somos nós para nos acharmos importantes demais para exercermos certos trabalhos na igreja? Se você só está disposto a servir ao Senhor nas áreas que lhe agradam, fique tranquilo: Deus levantará um filho obediente no seu lugar.

Deus não precisa de nós: se negligenciarmos o privilégio de servir ao Senhor e à sua igreja, ele levantará outro, e se não tiver ninguém, as pedras clamarão. Mas fica aqui o conselho: não perca seu lugar de serviço para pedras.

As Escrituras

Dia 10Dia 12

Sobre este Plano

O Senhor dos Exércitos

Esse plano conta algumas histórias de experiências com Deus que tive no meu ano de serviço militar, sempre comparando-as com textos bíblicos que o Senhor usou para falar comigo nas situações mais cotidianas. Te convido a conhecer uma face pouco falada do nosso Deus: a de Senhor dos Exércitos. Que Ele fale ao seu coração.

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Gostaríamos de agradecer ao Arthur Bessa por fornecer este plano. Para mais informações, visite: https://www.instagram.com/arthurnbessa/?next=%2F