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A VIDA POR UMA MEDALHAExemplo

A VIDA POR UMA MEDALHA

DIA 7 DE 7

ATÉ O FIM, EM UMA CORDA SÓ!

As cartas às sete igrejas, em Apocalipse, são um verdadeiro monumento bíblico. Os conteúdos teológicos são fartos de metáforas, cuja compreensão só pode acontecer com a ajuda de uma boa pesquisa histórica. Por exemplo, na carta à Igreja em Esmirna, é possível perceber o quanto o imperador Tibério era reverenciado, em função do privilégio que ele havia dado à cidade, de possuir o segundo templo da província para o culto imperial. Em uma rua famosa em Esmirna, chamada de “Rua Dourada”, havia templos magníficos para Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e um grande templo para Zeus – mas a adoração desses deuses pagãos estava morrendo. O foco maior era a adoração ao Imperador Romano.

A força do esporte também é sentida no mesmo contexto, daí a alusão à ‘coroa da vida’, como plenitude da vida eterna, numa clara referência ao prêmio concedido (uma coroa) ao vencedor dos famosos jogos realizados na cidade. Os gregos chamavam Esmirna de ‘a coroa da Ásia Menor’ por causa de sua beleza e riqueza como cidade. Além disso, todos os anos, os governantes e sacerdotes dela recebiam uma coroa de folhas pela fidelidade aos seus deveres. Um estudioso afirmou que Esmirna sabia tudo sobre coroas pois esse também era o nome dado aos edifícios em suas colinas.

Com isso em mente, os cristãos foram lembrados de que ainda que a coroa de espinhos fosse cruel nesta vida, a coroa da vida eterna será de plena realização e alegria, sugerindo um grande triunfo sobre a morte, uma realidade muito próxima naqueles dias para quem professava a fé em Jesus Cristo.

E as coisas não estavam nada fáceis para os cristãos em Esmirna. O culto ao imperador começou como uma demonstração espontânea de gratidão a Roma, mas perto do fim do primeiro século, nos dias de Domiciano, o culto a César tornou-se obrigatório. Uma vez por ano, todo cidadão romano deveria queimar uma pitada de incenso no altar à divindade de César; tendo feito isso, ele recebia um certificado para garantir que havia cumprido seu dever religioso. Tudo o que os cristãos tinham que fazer era queimar aquele punhadinho de incenso, dizer, 'César é Senhor', receber seu certificado, e ir embora, para depois adorar como quisessem. Mas isso é precisamente o que aqueles cristãos não fariam. Eles não dariam a nenhum homem o nome de Senhor; esse nome eles manteriam para Jesus Cristo e somente Jesus Cristo. Eles não se conformariam a cumprir formalidades. (Barclay)

É natural que, nessas condições, eles estivessem com medo. E por isso soa ingênuo ouvir do apóstolo João um simples ‘não tenham medo!’, como algo que fosse resolver todos os problemas. Especialmente porque essa mensagem dizia que eles não deveriam ter medo das terríveis coisas que viriam a sofrer. Esmirna era uma lugar (e uma igreja) para heróis, como disse Barclay. Havner observou que alguns cristãos pensam que estão carregando sua cruz toda vez que têm uma dor de cabeça. Bem diferente dos cristãos de Esmirna, que enfrentavam problemas que eles não teriam se não fossem cristãos. Desistir era uma saída fácil. Para persistir, eles não tiveram palestrar motivacionais sobre como fazer amigos e influenciar pessoas, continua Havner, ou sobre ‘como a fé me tornou prefeito de Esmirna'. Pelo contrário, o pior estava por vir.

Por isso as palavras de Jesus eram tão importantes e vitais. Ele não tinha uma única repreensão para seus filhos em Esmirna. Tudo que ele tinha era uma promessa de uma coroa para quem fosse fiel mesmo diante de riscos de morte.

Para ilustrar essa capacidade de perseverar, tomo como exemplo a genialidade de Paganini, um dos maiores violinistas da História da Música. Os relatos divergem quanto a um episódio específico e curioso da sua vida artística. Alguns dizem que ocorreu antes de um concerto, ao afinar seu instrumento, mas é mais provável que tenha acontecido durante umas de suas muitas extraordinárias exibições — quando uma a uma as cordas foram se rompendo até que restou apenas a mais aguda. Qualquer violinista comum na mesma circunstância teria interrompido a execução, mas não Paganini, que obstinadamente prosseguiu até o final deixando a platéia extasiada com sua virtuosidade.

O paralelo com as lutas da vida é visível e permite algumas reflexões bíblicas, necessárias, nos momentos em que tudo aparentemente nos convida a desistir.

1) Desistir é a opção fácil, mas prosseguir em uma corda só exige toda a nossa fibra. Apenas a perseverança produz resultados espirituais genuínos.“...nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. (Romanos 5:3-4)

2) Encarar a soberania de Deus, em uma corda só, geralmente é doloroso, mas possibilita a visão da maestria do plano de Deus e produz um louvor verdadeiro que não é resultado de qualquer bem-estar passageiro, ou de mera realização egoísta. Jó, virtuoso da perseverança, disse: “O senhor o deu, o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor” (1:21)

3) Ser aprovado, em uma corda só, e receber do Senhor a recompensa, é o ideal máximo, que nas palavras de Tiago tem “som” de promessa: “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1:12)

4) Cumprir os propósitos de Deus, aproveitando os exemplos de tantos outros que magistralmente, em uma corda só, chegaram ao final é o incentivo que recebemos do autor do livro aos Hebreus: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta,” (12:1)

Como os cristãos de Esmirna, vá até o fim!

ORE — para não ter medo de ameaças ou riscos e capacidade para ir até o fim e receber a coroa da vida do próprio Cristo!

Wilson Avilla

As Escrituras

Dia 6

Sobre este Plano

A VIDA POR UMA MEDALHA

O esporte é uma nova religião global, refletindo valores sociais, culturais, moldando identidades e comportamentos. A linguagem que se refere às competições e aos grandes esportistas está cheia de significados religiosos. Mas será que encarar a vida como um jogo é a melhor forma de vencer e encontrar sentido? Viver por ‘medalhas’ é perder o principal. A maior de todas as vitórias é espiritual: a salvação pela fé em Cristo.

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Gostaríamos de agradecer ao Wilson Avilla por fornecer este plano. Para mais informações, visite: https://prwilsonavilla.blogspot.com/