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A VIDA POR UMA MEDALHAExemplo

A VIDA POR UMA MEDALHA

DIA 3 DE 7

MANTENHA O FOCO!

Não esqueço do impacto que me causou ver passar a poucos metros um maratonista queniano. Em passadas gigantescas e velocidade impressionante, aquele atleta parecia uma máquina de correr, com o olhar fixo para a frente, no propósito de ganhar a corrida. Até hoje penso que talvez nada seria capaz de desviar sua atenção.

O desejo de ser melhor é inerente ao ser humano. Jesus nos incentivou a isso, inclusive – “Portanto, sejam perfeitos, como perfeito é o Pai celestial de vocês!” (Mt 5.48) Mas a perfeição, no sentido bíblico aplicado a nós, não se refere à ausência de pecado. Muitas pessoas, cujas histórias estão relatadas no Antigo Testamento, descritas como ‘perfeitas’, sem dúvida estiveram longe disso. Os reis Asa, Ezequias, além de Jó, são alguns exemplos.

Embora um bom número de palavras hebraicas e gregas sejam traduzidas para nossa língua com o mesmo sentido de ‘perfeição’, a ideia no idioma original é de integridade em todos os detalhes, ou a necessária para alcançar um propósito.

A Bíblia ensina que há dimensões de perfeição na vida cristã: aquela já possuída por todos os salvos por Cristo (Hb 10.14), a de maturidade espiritual (Fl 3.15) e a de aperfeiçoamento completo – concretizada no momento da ressureição dos mortos (Fl 3.11)

Essas dimensões mostram que manter o foco é um projeto de vida, para quem quer caminhar com Cristo. Hawthorne observou que:

conhecer a grandeza incompreensível de Cristo exige uma vida inteira de árdua investigação.

Mas para isso é preciso uma contínua insatisfação, que pode ser entendida como divina, para que haja progresso espiritual. Ou seja, manter o foco!

Há quem entenda que essa busca é pela excelência e não pela perfeição. Isso porque a busca pela excelência é gratificante e saudável, mas a busca da perfeição é frustrante, neurótica e uma terrível perda de tempo (Bliss). Seja como for, o foco do cristão é seguir as passadas de Cristo, e isso determina como olhar para o passado. O esforço constante pelo que está por vir não pode existir sem uma atenção especial para o passado.

O apóstolo Paulo, como em outras passagens bíblicas, se comparou a um corredor para ensinar que precisava olhar para a frente, como o queniano que mencionei. O que não significava deixar de lembrar do que havia acontecido. Sua compreensão é de que o passado não podia representar um obstáculo. A perseguição à igreja de Cristo fazia parte dessa memória pessoal, e quanta dor ela deve ter causado. Mas ele não poderia ficar paralisado pela culpa e desespero.

Não somente isso, os acertos e realizações do passado precisam ficar no seu devido lugar. Eles nunca podem representar pontos de chegada, mas sim pontos de passagem para um objetivo maior, pontos de crescimento, de aperfeiçoamento do foco. Seja por erros ou acertos, o passado não deve apagar o brilho do futuro. E nada deve servir de impedimento ao nosso crescimento espiritual.

Paulo soa tão radical quanto as palavras de Jesus sobre não olhar para trás:

“Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus.” (Lc 9.62).

Mas, a bem da verdade, o que ambos estão querendo dizer é que o custo do discipulado cristão exige determinação para olhar fixamente para um ponto de chegada que só poderá ser alcançado por Cristo. Manter o foco implica em fazer opções de vida coerentes com a sua cruz. Chambers afirmou com muita propriedade que “todo o céu está interessado na cruz de Cristo, todo o inferno está na torcida para que os homens a ignorem.”

Ryle fez uma comparação entre as responsabilidades sociais e as responsabilidades do discipulado, para concluir que manter o foco em Cristo pode custar tudo – a justiça, o abandono do pecado, o amor à vida fácil, o favor do mundo, para falar de pouca coisa.

Correr em direção à linha de chegada, para ganhar o prêmio, exige foco, mas também determinação, algo que envolve conhecimento de Deus, relacionamentos e lugar no corpo de Cristo para servir.

Por tudo isso, quando chegarmos à linha de chegada, Schaeffer sugere que vamos descobrir que a questão não será ‘quanto ganhamos’, mas quanto demos, não ‘quanto ganhamos’, mas quanto fizemos, não ‘quanto conquistamos’, mas quanto sacrificamos.

Quando a Espanha liderou o mundo, no século 15, suas moedas foram cunhadas com uma expressão de arrogância nacional – “nada mais”, ou seja, ninguém era melhor do que ela em todo o mundo. Após a descoberta das Américas, ela percebeu que havia muito mais a descobrir do que se imaginava. Novas moedas passaram então a ser cunhadas com a expressão “mais além”.

Isso ilustra bem a diferença entre cristãos que acham que não precisam de mais nada, além de sua própria santidade e de outros que estão conscientes de que precisam manter o foco para crescerem espiritualmente, cujas vidas mostram que há mais.

Mantenha o foco!

ORE — por discernimento sobre o que pode causar distração e atraso na corrida espiritual e também por capacitação do Espírito Santo para manter o foco, olhando fixamente para Jesus!

Wilson Avilla

As Escrituras

Dia 2Dia 4

Sobre este Plano

A VIDA POR UMA MEDALHA

O esporte é uma nova religião global, refletindo valores sociais, culturais, moldando identidades e comportamentos. A linguagem que se refere às competições e aos grandes esportistas está cheia de significados religiosos. Mas será que encarar a vida como um jogo é a melhor forma de vencer e encontrar sentido? Viver por ‘medalhas’ é perder o principal. A maior de todas as vitórias é espiritual: a salvação pela fé em Cristo.

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Gostaríamos de agradecer ao Wilson Avilla por fornecer este plano. Para mais informações, visite: https://prwilsonavilla.blogspot.com/