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O Senhor dos ExércitosExemplo

O Senhor dos Exércitos

DIA 2 DE 12

Ordem Unida

Desde antes da minha incorporação como aluno do CPOR, algo que sempre me chamou atenção foi a rigidez da ordem unida militar como parte essencial da vida no quartel. Lembro-me de intermináveis ensaios de formatura, a cada movimento ouvindo : “Não foi bom, mais uma vez”, “Não estão querendo né?”. Tenho vivo na minha memória o alívio que sentíamos quando éramos liberados dos treinamentos de toque na corneta, e de olhar para as marcas de mão que ficavam na lateral da perna que refletiam as inúmeras vezes que ouvíamos: “Seeeentido!”, “Imobilidade!”, “Não olha pro lado!”, “Teve gente atrasando!” “Mais uma vez!”.

Desde o início, os longos períodos debaixo de sol, buscando a perfeição na coordenação dos movimentos, me fizeram questionar o porquê de tanta ênfase no “sentido” e “descansar”. Não era o Exército Brasileiro o responsável por trazer a segurança nacional protegendo os cidadãos contra os inimigos que poderiam vir?

A parábola de hoje conta a história de um homem que ao ausentar-se do país divide os talentos que possui para a administração de seus servos, cada um segundo a sua capacidade. Na época, um talento equivalia a seis mil denários, e cada denário era o salário de um dia de trabalho, ou seja, o homem confiou a seus servos quantias bem altas. Os dois primeiros servos, que receberam respectivamente cinco e dois talentos, saíram imediatamente a negociar e, ao se reencontrarem com o seu senhor apresentando uma quantia dobrada de talentos, ambos ouviram: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” O terceiro servo, porém fez diferente: ao invés de negociar o único talento que recebera, enterrou-o no chão para não correr o risco de perdê-lo. Ao se encontrar com o seu senhor, o último dos empregados já apresenta logo suas desculpas:

“Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.”

Diferente dos dois primeiros, o terceiro servo ouviu: “Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?”. Além de ter seu talento tirado, ele foi lançado fora, como justa punição pela sua negligência.

Jesus nos ensina que cada capacidade que ele nos deu, cada dom e talento precisa ser usado para a glória de Deus. Prestaremos conta a Deus de todas as oportunidades perdidas e talentos enterrados ao longo da nossa vida. Em 1 Coríntios 10:31, Paulo escreve:

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”

Essa busca pela exaltação a Deus em cada mínima ação reflete outro princípio que fica claro no texto: a entrega em excelência nas pequenas coisas reflete onde nosso coração estará quando formos postos diante das grandes coisas.

O “foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei”, segue o mesmo princípio da história de José. Aquele que foi vendido como escravo pelos próprios irmãos foi fiel ao Senhor e apresentou frutos de alguém que teme a Deus, seja como servo do comandante da guarda, como prisioneiro ou como segundo homem do Egito. Sua conduta incorruptível frente às circunstâncias nos mostra que se temos convicção do Deus que servimos, o meio que nos rodeia não é capaz de determinar o nosso modo de agir.

Da mesma forma, ao longo dos meses de formação militar, consegui entender o porquê da busca pela perfeição no “pouco”. A disciplina e a coordenação de um pelotão em forma só é obtida com horas de dedicação e esforço, em que as vontades individuais são subordinadas ao coletivo, cada militar atuando como uma mera engrenagem dentro de um todo. A excelência de alinhamento e postura em um desfile reflete a prontidão dos militares em atender ordens mesmo diante do desconforto e da dor. Um pelotão que não consegue obedecer a simples toques de corneta de forma sincronizada, nunca será disciplinado para atuar nas mais adversas operações de guerra, em que cada movimento precisa estar milimetricamente coordenado, visando um objetivo final.

Agostinho tinha uma frase que dizia : “Não basta fazer coisas boas. É preciso fazê-las bem.” O Senhor dos Exércitos busca homens que estejam dispostos a ir à guerra, mas para isso, Ele olha mais afundo, ele olha para aqueles que arrumam a própria cama com excelência. O indicador de onde nosso coração estará diante das grandes coisas se revela na forma como vivemos o ordinário das nossas vidas. Você tem honrado a Deus nas oportunidades do dia a dia ou está sempre à procura das grandes coisas para viver por Ele? Sua postura é de gratidão pelo ordinário, ou de quem reclama todos os dias do treinamento de ordem unida mas que quer ir para uma operação?

“Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto; não entre a plebe.” Provérbios 22:29

As Escrituras

Dia 1Dia 3

Sobre este Plano

O Senhor dos Exércitos

Esse plano conta algumas histórias de experiências com Deus que tive no meu ano de serviço militar, sempre comparando-as com textos bíblicos que o Senhor usou para falar comigo nas situações mais cotidianas. Te convido a conhecer uma face pouco falada do nosso Deus: a de Senhor dos Exércitos. Que Ele fale ao seu coração.

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Gostaríamos de agradecer ao Arthur Bessa por fornecer este plano. Para mais informações, visite: https://www.instagram.com/arthurnbessa/?next=%2F