Logotipo da YouVersion
Ícone de Pesquisa

Conflitos da VidaExemplo

Conflitos da Vida

DIA 4 DE 7

Como controlar a ira

Não é fácil definir indignação, ira, cólera ou fúria, entretanto, sabemos bem o que esses sentimentos produzem. Seja qual for a forma de expressão ou o motivo que provoque essas reações, sabemos que é preciso dominá-las antes que elas nos dominem.

Tendo como base o versículo-chave, a pergunta que buscaremos responder neste estudo é: “Será que existe alguma situação adequada e uma maneira apropriada de expressarmos esse tipo de emoção, sem incorrermos em pecado? Como ficarmos irados sem pecar?”


I. A ira tolerada

Admite-se que a ira é uma reação normal, que pode ser tolerada e, às vezes, até justificada, não sendo essencialmente pecaminosa. O apóstolo Paulo reconheceu isso ao dizer que você pode irar-se, desde que não cometa pecado. Nós sabemos que até mesmo Jesus teve momentos de indignação, tendo manifestado essa reação sem cair na iniquidade (Mc 3.5; Jo 2.14-17). Não só o Filho, mas também o Pai tem manifestado a ira, na forma de uma justa indignação contra o pecado (Rm 1.18) e contra os filhos da desobediência (Ef 5.6; Cl 3.5-6). Mas, apesar de toda essa aparente permissão, temos que reconhecer que a ira de Deus é perfeitamente justa e justificável, enquanto a ira humana é quase sempre injusta e injustificável – “Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tg 1.20; Rm 12.19; Gl 5.19-21).


1. O motivo da ira precisa ser justo

Não devemos encorajar esse tipo de sentimento, mas algumas situações parecem realmente merecer algum grau de indignação da parte de um servo de Deus.

Será que Moisés deveria ficar indiferente quando desceu do Sinai (Êx 32.1-10) e encontrou Israel mergulhado em promiscuidade e idolatria? Ele “ferveu de raiva” diante do insulto contra o Senhor. Atirar as placas ao chão foi uma reação de ira, mas Deus não o repreendeu por isso.

Devemos ficar indiferentes diante de uma flagrante injustiça cometida contra um inocente, um idoso, um indefeso, uma grávida, uma criança, um deficiente?

Devemos ficar indiferentes ao vermos o Santo Nome do Senhor ser enlameado, desonrado, ridicularizado, blasfemado?

Devemos ficar indiferentes e em silêncio quando presenciamos atos vergonhosos, maldosos ou violentos sendo cometidos contra os justos, quando os crentes são difamados, quando a igreja do Senhor se torna alvo de caluniadores?

Há momentos em que a ira até se justifica, mas o que mostrará se valeu a pena ou não vai ser o resultado dela. Promoveu justiça ou retaliação? Provocou mudança ou criou confusão? Houve acerto ou destruição?


2. A ira precisa gerar uma conduta adequada

O furor destemperado de um momento de cólera é capaz de perturbar nosso julgamento e nos levar para além dos limites da razão. Se a indignação não se expressar na forma de uma exortação saudável e restauradora, é melhor contê-la antes que falemos o que não devemos ou façamos o que não podemos. Há pessoas que não conseguem se controlar emocionalmente e demonstram fisicamente seu estado de indignação, de ira, através da agressão verbal ou física. Isso torna-se uma brecha para que o Inimigo coloque o que há de pior em seu coração (Pv 16.21; 14.17; 29.22).


3. A ira deve ser mantida sob controle

Em circunstância alguma o domínio próprio deveria ser sacrificado em nome da emoção: “eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”, inclusive pela ira (1Co 6.12). Precisamos aprender a ser “pronto para ouvir, tardio para ficar irado” (Tg 1.19). Assim, evitaremos muitas situações constrangedoras e conflitos desnecessários.


Testando o seu controle  (domínio próprio) 

O que você diz quando está irado? Diz palavras ofensivas, explode em linguajar torpe, lança acusações e ameaças contra aquele(a) que irritou você? (Mt 5.22).


O que você faz quando está irado? Busca a vingança, paga na “mesma moeda”, parte para a briga, “põe o dedo na ferida”, expõe “os podres” e as fraquezas de quem o irritou (Pv 29.22)?


O que você sente quando está irado? Você se sente no direito de julgar a todos, inclusive os atos de Deus? Davi cometeu essa tolice ao indignar-se contra uma decisão de Deus (2Sm 6.6-8). Melhor exemplo deixou Jó que, mesmo sofrendo “não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.22).


Muitos acham que a “explosão emocional” é só uma questão de temperamento, quando na verdade se trata de um terrível defeito de caráter. Para um crente consagrado, o que vale é o mandamento apostólico: “Que não haja no meio de vocês qualquer amargura, indignação, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer maldade.” (Ef 4.31). (Veja também Cl 3.8).


II. A ira condenada

Embora tenhamos na recomendação de Paulo (Ef 4.26) uma aparente tolerância à indignação: “Fiquem irados e não pequem.”, é bom lembrarmos que seu conselho não para aí: “não deixem que o sol se ponha sobre a ira de vocês”. A orientação é para que não deixemos que um breve momento de ira se transforme em uma animosidade permanente. A Bíblia não ensina a agirmos contra o nosso próximo, seja de que modo for. Pelo contrário, somos exortados a tirar qualquer tipo de sentimento negativo de nosso coração, pois a linha divisória entre a ira justa e a conduta pecaminosa é muito tênue. O melhor mesmo é seguir o conselho de Davi: “deixe a ira, abandone o furor; não se irrite; certamente, isso acabará mal” (Sl 37.8).


Sugerimos alternativas que nos ajudam a conter os efeitos da ira em nosso viver.


1. Não deixe para amanhã o que pode resolver hoje

Quem cultiva hoje sentimentos negativos em seu coração, em lugar de esclarecer os fatos, pode colher inimizade amanhã: “Controle sempre o seu gênio; é tolice alimentar o ódio” (Ec 7.9 NTLH). Saul se deixou levar pelo ciúme que a popularidade de Davi provocou em seu ser ao perceber que ofuscava sua fama (1Sm 18.8-11). Ele permitiu que o sol se pusesse por muitos dias sobre a sua irritação, deixando crescer a raiz de amargura, a ponto de fazer florescer uma indisfarçável disposição de guerrear contra seu próprio genro e contra qualquer um que se fizesse amigo dele (1Sm 20.30).


2. Não provoque

Se existe uma ocasião em que precisamos agir com tato e diplomacia, é quando se está lidando com alguém de temperamento violento e pouca paciência. Falar com ele em tom de dura reprovação é provocá-lo. Por isso, com toda prudência e respeito, procure resolver sua questão, de preferência o mais rápido possível, antes que aquele que já está furioso se volte contra você. 


3. Não se torne uma pessoa inconveniente

Há aqueles que têm prazer em irritar os outros com palavras desagradáveis, com brincadeiras inconvenientes. Se você age assim, procure mudar seu comportamento. E se você for vítima desse tipo de aborrecimento, não lhe dê atenção, pois brigar de nada adianta. Simei foi um súdito inconveniente, que insultou Davi com seus comentários, mas o rei manteve a dignidade, e isso causou maior impacto do que se tivesse retaliado (2Sm 16.5-13; 19.18-19). 


4. Não faça ameaças tolas

Sambalá e seus companheiros tentaram intimidar Neemias com ameaças tolas (Ne 4.7-8), mas ele era um homem controlado e sensato, e não permitiu que tal manobra desse certo. Seja sábio e não haja como Sambalá e seus amigos!


5. Não faça julgamento precipitado

Quando algo que você não compreende bem causar aborrecimento, procure manter a calma, para não gerar confusão. Davi, por exemplo, ficou indignado quando ouviu o relato do profeta Natã a respeito de um rico que roubou a ovelha de um pobre. A ira de Davi se acendeu tão precipitadamente, que nem percebeu que a parábola falava dele mesmo (2Sm 12.4-5). A cólera precipitada é como uma pedra atirada numa caixa de marimbondos – o resultado é desastroso. 

Para evitar um julgamento precipitado, sigamos a recomendação de Tiago, quando disse: “Cada um esteja pronto para ouvir, mas seja tardio para falar e tardio para ficar irado.” (Tg 1.19; 3.1-12).

Todo homem seja pronto para ouvir (Tg 1.19) – Quem fala muito nem sempre acerta no que fala, por isso precisamos aprender a ouvir mais e falar menos, para que tenhamos tempo de refletir bem antes de falarmos: “e do muito falar vêm as palavras tolas” (Ec 5.3).

Todo homem seja tardio para falar (Tg 1.19) - É preciso refletir bem antes de expor nossas impressões, pois nem sempre estamos corretos. Como disse Salomão: “Que a sua boca não se precipite, nem se apresse o seu coração em pronunciar uma palavra diante de Deus... Sejam poucas as tuas palavras” (Ec 5.2-3). (Veja Pv 10.19)

Todo homem seja tardio para se irar (Tg 1.19) - Impaciência e irritação são sentimentos que não combinam com a regeneração e um novo proceder, por isso o sábio disse: “Não se apresse em ficar irado, porque a ira se abriga no íntimo dos tolos” (Ec 7.9). Procure controlar sua raiva, para não correr o risco de machucar alguém, a si próprio e, principalmente, desagradar a Deus.


III. O alerta necessário 

Paulo termina sua recomendação fazendo um alerta necessário: “nem deem lugar ao diabo”. Naturalmente, Paulo não estava insinuando que um crente irado está totalmente à mercê do diabo. Mesmo enfraquecidos, Aquele que está em nós é mais forte que o príncipe deste mundo; no entanto, a ira descontrolada pode dar oportunidade ao inimigo para exercer influência sobre nós a fim de fazermos o mal. 

Na verdade, há três estratégias que o inimigo usa para enfraquecer a nossa fé e nos empurrar ao descontrole em momentos de ira.


1. Satanás usa a estratégia da tentação

No momento da ira, ele atiça ainda mais os nossos ânimos, instiga lembranças, verdadeiras ou imaginárias, que justifiquem nossa atitude. Ele não tem poder para criar o pecado e introduzi-lo em nosso coração; pode apenas chamar a nossa atenção para uma fraqueza que já tenhamos. Ao pecarmos, a responsabilidade é nossa, porque aquela fraqueza já estava em nós: “Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.14-15).


2. Satanás usa a estratégia do engano

Tentará desviar nossos olhos e ouvidos da verdade, e apontando-os para aquilo que desejamos ver e ouvir. Assim nosso julgamento contra aqueles que nos aborrecem fica comprometido, e as chances de conciliação se esgotam rapidamente: “Temo que, assim como a serpente, com a sua astúcia, enganou Eva, assim também a mente de vocês seja corrompida e se afaste da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co 11.3).


3. Satanás usa a estratégia da acusação 

Após nos seduzir e nos enganar a ponto de perdermos a paciência com alguém, ele constrange a nossa consciência de modo que não creiamos na graça, no perdão e na redenção que temos em Cristo Jesus, tentando nos desviar do caminho da reconciliação com Deus e com o próximo (Ap 12.10). Não dar lugar ao diabo é tirar dele a razão de nos acusar perante Deus e não permitir que o nome de Deus seja blasfemado por causa de nossos acessos de raiva. Por isso Paulo recomenda: “Seja você mesmo um exemplo de boas obras. No ensino, mostre integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo nada de mau a dizer a nosso respeito” (Tt 2.7-8).


Conclusão

A ira faz parte daquela triste lista de atitudes que podem levar alguém ao inferno: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.19-21). As obras da carne e o fruto do Espírito não podem andar em harmonia, de maneira que não é possível produzir o fruto do amor e ao mesmo tempo nutrir inimizades no coração. Não é possível exercitar o domínio próprio e viver tendo acessos de raiva. Por isso: “Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne” (Gl 5.16). A vontade de Deus para a vida dos Seus servos é que sejam temperantes, vivam em santidade, sem iras e sem contendas, e saibam proferir palavras abençoadas.


 Para ler mais acesse: https://rebrand.ly/conflitos 

Dia 3Dia 5

Sobre este Plano

Conflitos da Vida

Este devocional trata dos conflitos que mais se manifestam nas pessoas. A seleção foi feita a partir do que encontramos nos melhores livros de aconselhamento, e com estas lições temos três alvos principais. Encontrar respostas para a origem e os conflitos da vida; mostrar que Deus tem respostas ao homem e equipar os cristãos para ajudar outras pessoas.

More

Gostaríamos de agradecer à Editora Cristã Evangélica por fornecer este plano. Para mais informações, acesse: https://editoracristaevangelica.com.br/