Conflitos da VidaExemplo
O sentido da vida
Muitas pessoas gastam boa parte da vida buscando algo que dê significado e sentido a ela. Um jornalista britânico escreveu: “Falando francamente, será que, antes de morrer, eu tenho tempo de descobrir por que nasci? Por que eu preciso saber o porquê do meu nascimento? Porque, é claro, não consigo acreditar que foi por acidente; e, se não foi, deve haver um significado” (Questões da Vida, Nicky Gumbel, Encontro Publicações, p.11).
A busca pelo sentido da vida é algo sadio, normal e relevante. Os mais renomados psicólogos do século 20 reconheceram isso. Freud disse: “As pessoas têm fome de amor.” Jung afirmou: “As pessoas têm fome de segurança.” Adler disse: “As pessoas têm fome de significância” (Gumbel, p.23). Entretanto, o Senhor Jesus Cristo disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”(Jo 6.35).
Então, qual é o sentido da vida?
I. Que é a vida?
“O modo mais fácil de descobrir o propósito de uma invenção é perguntar ao inventor.” Rick Warren
Duas opções são propostas para se descobrir o sentido da vida (Uma Vida com Propósitos, Rick Warren, Editora Vida, p.19). A primeira é a especulação, que, evidentemente, é a opção escolhida pela maioria das pessoas. Especular é simplesmente investigar por meio do raciocínio abstrato, é fazer conjectura, suposição não baseada em fatos concretos. A especulação procura entender por meio da razão, sem tomar medidas práticas.
Mas a melhor alternativa para o significado da vida é a revelação. Deus revela o verdadeiro sentido da vida. Temos que perguntar ao Criador por que Ele nos fez. Ele nada faz sem propósito. A Bíblia é uma espécie de “Manual do Proprietário”, explicando-nos a origem e o propósito da vida. O lugar mais seguro para encontrarmos a resposta sobre o sentido da vida está no livro do Autor da vida.
1. A origem da vida é Deus
A Bíblia afirma que o mundo, por sua própria sabedoria, jamais conheceu a Deus (1Co 1.21). Isso quer dizer que ninguém jamais chega ao conhecimento de Deus usando seus próprios meios ou pela razão pura. “Deus não é apenas o ponto de partida de nossa vida: Ele é a fonte da vida” (Warren, p.20). Aos religiosos de Atenas, o apóstolo Paulo asseverou que é o próprio Deus “quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (At 17.25).
O primeiro versículo da Bíblia diz: “No princípio Deus” (Gn 1.1). Isso nos ensina que é sempre Ele quem inicia o diálogo. Mesmo após a queda do ser humano, foi Deus quem tomou a iniciativa de ir atrás do homem. Ele enviou Seu Filho ao mundo não porque o mundo estivesse clamando por isso, mas porque o próprio Deus o amou de tal maneira (Jo 3.16). No final do Apocalipse, o Senhor Jesus Cristo Se apresenta desta forma: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22.13). Ele começou tudo, portanto, Ele vai terminar tudo. Exatamente como Ele mesmo planejou (Is 46.9-10).
Quando as mulheres foram ao túmulo procurar Jesus, os anjos perguntaram-lhes: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive?” (Lc 24.5).
Elas estavam procurando o homem certo no lugar errado. Assim também quando as pessoas procuram na sabedoria popular, nos livros de autoajuda e nas tradições humanas a resposta para o sentido da vida, jamais acharão “a” resposta. Sem Deus a vida não faz sentido.
2. O propósito da vida é a glória de Deus
Agora que já sabemos Quem nos criou, precisamos saber para quê Ele nos criou. Por quê? Como? “Você não criou a si mesmo, logo não há jeito de dizer a si mesmo para que foi criado!” (Warren, p.19).
Ao profeta Isaías, o Senhor Criador afirma sobre os seres humanos: “os que criei para a minha glória” (Is 43.7; cf. Is 43.21). Paulo, ao se referir à Pessoa eterna de Jesus Cristo, afirmou que “tudo foi criado por meio Dele e para ele” (Cl 1.16). E aos romanos prevalece o mesmo ensino: “Porque Dele e por meio Dele e para ele são todas as coisas. A ele, seja, a glória para sempre. Amém.” (Rm 11.36).
Imagine que você vai promover um evento, e seu propósito principal é exaltar a si mesmo. Qual seria sua estratégia? A resposta é simples: fazer com que você seja o centro de todas as coisas. Fazer com que todos os holofotes, todas as luzes estejam voltadas para si mesmo. E aí, no final, todos fiquem em pé e aplaudam você.
Assim também Deus planejou a criação. O foco não é você, é Ele. Mas como Ele consegue fazer isso e não ser o maior egoísta? Justamente pelo fato de ser Deus. Ele é perfeito, você se esqueceu!? Só Ele consegue criar tudo para a Sua própria glória e ainda ter um amor ilimitado! Medite em Isaías 57.15.
Quando Paulo diz que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28), vale lembrar que, nesse versículo, a palavra “bem” não significa o “bem-estar” de cada um, mas o contexto indica seguramente que o apóstolo se refere à imagem de Jesus Cristo que está sendo formada nos filhos de Deus (Rm 8.29). O propósito da vida não é a chamada “realização pessoal” ou a sua “felicidade”. É muito maior.
“Se você se concentrar em si, jamais desvendará o propósito da vida. Você foi feito por Deus e para Deus e, enquanto não compreender isso, a vida não terá sentido” (Warren, p.18-19).
Quando Deus criou você, primeiramente Ele não pensou em você, mas pensou Nele mesmo. Se você guardar essa “chave”, irá abrir muitas portas preciosas durante a sua vida.
3. O sentido da vida é a paz com Deus
Com a entrada do pecado no mundo, que trouxe a separação entre o homem e Deus (Is 59.2), a maior necessidade do homem passou a ser a paz com seu Criador.
Quando Paulo declara que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5.19), está nos ensinando que a reconciliação, isto é, “voltar a ter a amizade perdida”, era o propósito principal de Deus, por meio de Cristo.
A paz com Deus é o sentido da vida, porque quando a temos estamos em condições de receber todo o favor e as bênçãos do Senhor. As promessas da palavra de Deus são para Seus filhos, e estes vivem em paz com o Pai (Rm 5.1). Aqui vale a famosa frase de Agostinho: “Tu nos criaste para Ti, e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em Ti” (Confissões, p. 23).
A Bíblia afirma que nem um ser humano por si mesmo tem paz. Ela é algo que sempre vem de Deus.
Isaías 26.3 declara: “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.” Percebeu como a paz está relacionada à confiança em Deus? Aos Efésios, Paulo diz que Cristo é a nossa paz, Ele fez a paz, e Ele evangelizou a paz (Ef 2.14,15,17). E, em João 14.27, Jesus falou sobre “a minha paz”.
Enquanto não tiver paz com Deus, o homem não terá paz consigo e com o próximo, e, por isso, não encontrará o sentido da vida. A angústia e a inquietação no coração não lhe permitirão compreender a realidade da vida.
II. Por que Deus criou o homem?
Afirma-se que alguém disse a Albert Einstein: “Deus não joga dados”. “É verdade”, respondeu o célebre cientista, “mas certamente Ele joga xadrez”. A interpretação é simples. Quem joga dados depende da sorte; mas quem joga xadrez usa estratégias.
Deus não fez nem faz alguma coisa sem propósito. Ao criar o homem, por exemplo, podemos destacar três propósitos.
1. Criado para ser eterno
Ao afirmar que Deus colocou a eternidade no coração do homem (Ec 3.11), o autor de Eclesiastes está nos informando que o homem foi criado para algo mais do que a roda-viva da vida. Deus colocou dentro de nós o conhecimento de que este mundo não é suficiente. Um historiador russo escreveu: “Dê ao homem tudo o que ele quer, e logo ele verá que o tudo não é tudo”.
O conceito de eternidade é necessário para dar significado ao sentido da vida. Por quê? Porque o Deus que nos criou é conhecido como “O Eterno”. E qualquer princípio de doutrina cristã que retire a ideia de eternidade está tirando a sua essência. “Começou” é uma palavra que indica tempo e não tem significado pessoal para o Altíssimo que habita a eternidade.
Somos quase que obrigados a acreditar que Deus não nos criou para sermos joguetes num mundo passageiro. Não somos existencialistas. A vida não termina com a morte. O fim da circulação sanguínea e a ausência total de respiração não decretam o fim de tudo. A eternidade de Deus nos convence de que a fé em Jesus Cristo, que é o Pai da Eternidade (Is 9.6), não é uma opção. A vida eterna, que é uma qualidade e não somente uma quantidade de vida, foi o que Jesus mais prometeu durante Seu ministério terreno. Crer em Jesus significa ter a vida eterna (Jo 3.36; 17.3). Como disse um teólogo, “a fé orienta o homem para a eternidade”. O sentido da vida é a vida eterna.
2. Criado para ser santo
Nem pense numa imagem “celestial” imóvel num canto da parede, ou numa pessoa legalista, e nem na série de proibições para todas as áreas da vida. Essa não é a ideia bíblica de um santo.
Em que nos baseamos para afirmar que o homem foi criado para ser santo? A resposta é a mesma que estamos defendendo desde o início desta lição, ou seja, tudo começa em Deus.
Quando o Senhor pede santidade do Seu povo, declara que o motivo é Sua própria essência: “Sejam santos, porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo.” (Lv 19.2; 1Pe 1.16). A palavra hebraica para “santo” significa “cortar” ou “separar”. A ideia básica de santidade de Deus não é tanto uma qualidade moral de Deus, mas, sim, a posição ou relação entre Deus e alguma pessoa ou coisa. Assim, é dupla a ideia bíblica da santidade de Deus.
Ele é absolutamente distinto de todas as Suas criaturas e exaltado sobre elas em infinita majestade (Ec 5.2; Is 6.1-3; 57.15).
Ele não tem qualquer comunhão com o pecado (Jó 34.10; Hc 1.13).
Essa face de Deus, isto é, a Sua santidade, precisava ser mais enfatizada nas igrejas. Da mesma forma que não fomos criados para nossa própria glória, também não fomos feitos para nos comportar conforme nossos próprios conceitos.
3. Criado para ser servo
Ao colocá-lo no jardim do Éden, a Bíblia afirma que o propósito de Deus era para o homem “cultivar e guardar” (Gn 2.15) esse jardim. Isso implica trabalho, serviço.
Muitos se esquecem que, ao confessar Jesus como seu Senhor, estão, naturalmente, se colocando também na posição de servos. E isto não é somente um título, mas uma posição que implicará deveres a serem cumpridos.
Em Efésios 2.10, lemos: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos” (NVI). Essas “boas obras” são todos os atos que fazemos em obediência à Palavra e voz de Deus em nosso coração.
Servir é cumprir o propósito de Deus ao nos criar, o que dará mais sentido à nossa vida. Aqueles que acham que os outros devem servi-los não encontram significado satisfatório, além de não estar seguindo o exemplo de Jesus, descrito em Marcos 10.45.
Conclusão
1. O fato de todo o sentido da vida começar em Deus, e não no homem, é um pensamento que revolucionou sua forma de ver a vida? Ouça a opinião de outras pessoas.
2. Por que a paz com Deus é fundamental para entender o significado da vida?
3. A eternidade no coração do homem, descrita em Eclesiastes 3.11, explica a constante busca do homem por “algo mais”? Por quê?
4. Em que sentido o serviço ao próximo ajuda na compreensão da razão de viver?
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As Escrituras
Sobre este Plano
Este devocional trata dos conflitos que mais se manifestam nas pessoas. A seleção foi feita a partir do que encontramos nos melhores livros de aconselhamento, e com estas lições temos três alvos principais. Encontrar respostas para a origem e os conflitos da vida; mostrar que Deus tem respostas ao homem e equipar os cristãos para ajudar outras pessoas.
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Gostaríamos de agradecer à Editora Cristã Evangélica por fornecer este plano. Para mais informações, acesse: https://editoracristaevangelica.com.br/