Casamento a Três — As Quatro Fases do CasamentoMuestra
2- Aliança (ou pacto)
Os parentes e amigos estão sentados. O órgão toca baixinho, enquanto as velas tremeluzem ao fundo. O cerimonial está a postos. O pai já disse: “Sua mãe e eu”. O solista já terminou sua canção. A audiência está silenciosa. O pastor fala: “Por favor, deem-se as mãos e repitam comigo: Eu, Tiago, aceito Susana...”.
As expectativas se aproximam da realidade com a troca dos votos. O homem e a mulher fazem promessas solenes diante de Deus, da família e dos amigos — de que vão “amar, honrar e cuidar” um do outro até que “a morte os separe”. Ao repetir essas palavras e assinar os papéis legais, o homem e a mulher entram num relacionamento de aliança que representa tudo o que Deus pretendia para o casamento.
A troca de promessas também prenuncia aqueles tempos da vida conjugal que são melhores do que esperávamos. A aliança antecipa aquelas experiências da vida na qual o casamento, com seus altos e baixos, alcança maior profundidade, se torna mais exigente e tira de nós mais do que imaginávamos. “Tristeza”, “pobreza” e enfermidade” acontecem. E quando ocorrem, podemos sempre voltar para as promessas que fizemos. Compreender o que o Senhor queria que elas significassem — numa profundidade que não poderia ter sido prevista por nós quando as fizemos — nos ajudará continuamente a experimentarmos o que é realmente o casamento.
Falaremos sobre as implicações da aliança no desenvolvimento de um compromisso vitalício, sobre a fidelidade conjugal e uma identidade compartilhada no próximo capítulo.
3- Desilusão
A desilusão pode começar já na lua de mel. Uma suspeita, uma sombra que pode ter sido lançada nas emoções do marido ou da esposa. Uma pequena mancha na auréola dela; uma ínfima mácula na brilhante armadura dele. Ela o ignora. Mas a desilusão continua voltando. Ele não é o homem gentil que ela pensava que fosse. Esquece-se dos sentimentos dela. Ela faz planos sem consultá-lo. Ele assume compromissos financeiros sem contar a ela. Ela termina suas discussões sem que haja solução.
Enquanto isso, a jovem esposa é perturbada pelos pensamentos que tem. Só se preocupa com os defeitos dele. Lembra-se dos bons tempos de solteira; podia tomar suas próprias decisões e gastar o seu dinheiro no que queria. Quanto mais o tempo passa, mais infeliz e desiludida fica.
Norman Wright, no seu livro de aconselhamento pré-nupcial intituladoGuia de aconselhamento pré-nupcial(Editora CPAD, 2007), mostra que cada casamento passa por estágios de desilusões.
O novo casal entra de cabeça na lacuna entre o que esperavam e no que na realidade está se tornando. Pode ocorrer na lua de mel ou quando estão arrumando os móveis no seu apartamento. Superam tudo, para então descobrir que a desilusão continua a aparecer. Pode ocorrer nos primeiros meses de gravidez; quando seus filhos são pequenos; na mudança da carreira profissional; quando os filhos se tornam adolescentes; quando atingem os 40 ou 50 anos e se o Senhor lhes proporciona uma boa saúde, aos 70 ou 80 anos. É assim que acontece com um homem e uma mulher. Nenhum deles pode ser Deus para o outro. Ambos têm uma inclinação para o seu próprio egoísmo. Nenhum dos dois está sempre satisfeito em encontrar contentamento em Deus (FILIPENSES 4:11-13). Ambos lutam (e às vezes desistem) com um coração que é tão pecaminoso como a Bíblia apresenta (ROMANOS 7:14-25). E nada expõe mais os defeitos da natureza humana do que o casamento.
A intimidade do casamento. A completa intimidade e identidade compartilhadas em um relacionamento conjugal pode causar desilusão, porque tal grau de proximidade expõe os corações.
Ao contrário dos relacionamentos nos negócios, onde os papéis são definidos para permitir que haja uma “distância” profissional, o casamento foi planejado para que haja unidade. O homem e a mulher rapidamente chegam a conhecer um ao outro muito bem. Eles compartilham o prazer sexual, os estágios da gravidez e o nascimento dos filhos, o entusiasmo ao comprar uma nova casa, as boas notícias da promoção do marido; ou a oportunidade que ela tem de fazer algo que gosta. Juntos superam crises de saúde, da educação dos filhos, da adolescência e crises financeiras. Tornam-se tão próximos que sabem até como cada qual se sente e o que o outro está pensando.
Mas essa proximidade tem um lado obscuro. Eles conhecem o melhor e o pior de cada um. A falta de atenção dele e sua absorção com o trabalho deixam-na frustrada. A rejeição dela em ouvir e confiar na opinião e julgamento dele, deixam-no irado. Ela sabe quais palavras vão deixá-lo com raiva ou humilhá-lo. Ele sabe que ela se sentirá ferida com os seus gastos compulsivos, mas o faz de qualquer maneira.
Na intimidade do casamento mostramos o nosso egoísmo, a impaciência, a falta de sensibilidade e a nossa raiva. Tornamo-nos ofensivos, punitivos e ferimos ao outro. A intimidade da união conjugal traz tudo à luz. Expõe-nos diante de nosso cônjuge e, quem sabe de forma mais dolorosa, a nós mesmos. Começamos a compreender que nosso cônjuge não está cumprindo nossos anseios de segurança, afirmação e contentamento.
Sentimo-nos traídos. Confiávamos um no outro. Mas de formas inesperadas, o casamento expôs não somente as falhas do nosso cônjuge, mas as nossas também. A proximidade do casamento nos revela como realmente é nosso coração.
Escrituras
Acerca de este Plan
Deus tem um plano maravilhoso para seu casamento! No entanto, este relacionamento é o que mais demandas apresenta, dentre todos os demais. Dúvidas, medos, traumas passados e a dificuldade na comunicação são problemas que podem levar um relacionamento inicialmente apaixonado à monotonia ou, pior ainda, à dissolução.
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