Casamento a Três — As Quatro Fases do CasamentoMuestra
As quatro fases do casamento
Roberto irrompeu irado na sua oficina, pegou um pedaço de madeira da mesa de trabalho e jogou-o numa pilha de refugo que estava num canto. Ele e Paula tinham acabado de ter mais uma briga. Estava cansado disso e tão infeliz que pensou em entrar em sua caminhonete e ir embora de uma vez por todas.
Então pensou nas filhas, Ana de 14 e Márcia de 16 anos. Este homem trabalhava duro — algumas vezes, 60 horas semanais. Construíra a casa na qual moravam, bem como o estábulo para os cavalos da raça quarto de milha que criavam. Tentara dar à sua esposa e às meninas uma vida confortável e livre de problemas. Mas Paula se tornou distante e ingrata pelo que ele tentava fazer. Quando tentavam conversar, era como se estivessem falando dois idiomas diferentes.
Algumas vezes, as meninas agravavam a situação. Roberto se esquecera do quanto seu pai fizera por ele, e quão pouco, quando jovem, dera valor a seus próprios pais, até que Ana e Márcia se tornaram quase tão difíceis de se conviver quanto Paula. As “menininhas do papai” estavam se tornando adolescentes exigentes e ingratas.
Roberto não era alguém que expressava seus sentimentos. Sempre os colocava de lado, para poder concentrar-se no trabalho que tinha que ser feito. Mas agora já não conseguia ignorá-los. “É isto o que significa o casamento? Sentir-se só, irado, frustrado e decepcionado?”, perguntava a si mesmo. “Sinto-me tão vazio!”.
Sandra e Davi estavam casados há menos de dez anos, e ela estava exausta. Davi mudava de um trabalho para o outro, e nunca encontrava exatamente “pessoas que valorizam o que eu faço”. Ele quis uma família logo no início, e Sandra acabara de descobrir que o terceiro filho estava a caminho. Esta notícia confundiu suas emoções. Ela gostaria muito de ter mais um filho, mas não na atual conjuntura. Eles não podiam assumir isto no momento.
Fora muito fácil para Davi comprar as coisas que desejava — depois da casa maior do que precisavam, comprou um carro muito caro. Sandra trabalhava tanto quanto podia, mas quanto mais ganhava, mais seu marido gastava. Raras vezes ele cortava a grama; a secadora precisava ser consertada; a janela no porão ainda estava quebrada.
Os pais dela ajudavam um pouco, mas Sandra detestava pedir-lhes mais, a não ser que fosse necessário. Davi poderia cumprir a sua promessa de encontrar um trabalho regular e desenvolver responsabilidade financeira. Sim, ela já havia falado com ele, e ele fazia promessas sinceras — promessas que nunca cumpria.
Agora outro bebê estava a caminho. Sandra sentiu-se aprisionada e infeliz. Dez anos atrás, quando estava diante do altar e trocou votos com seu amado, não imaginava que seria assim!
Uma Visão Renovada
Tanto Roberto como Sandra sentem-se irados, magoados e traídos. Não esperavam que fosse desta forma. Sua “lua de mel” não durara tanto quanto sonharam. A promessa da felicidade, segurança, intimidade e cuidado mútuo, estava se desfazendo na dura realidade de seu casamento. Eles não estão sozinhos. Seus sentimentos se reproduzem em muitos outros casamentos. E a porcentagem de divórcios seria ainda maior se tantos jovens não escolhessem apenas viver juntos.
Além disso, 50% de todos os jovens adultos atualmente, cresceram em lares que passaram pelo processo triste, amargo e algumas vezes violento da separação. Eles viram as suas marcas na mãe e no pai, e não querem que o mesmo aconteça com eles. Mas os casamentos não precisam acabar dessa maneira. Apesar das estatísticas do divórcio, apesar do número adicional de relacionamentos infelizes que permanecem intactos, o casamento ainda oferece uma oportunidade “planejada no céu” para descobrir o verdadeiro sentido e riqueza do amor.
É verdade, isso exige muito trabalho. Mas é assim com tudo o que vale a pena.
É verdade, vamos ter que fazer sacrifícios. Mas o que recebemos em dividendos pessoais de um relacionamento sadio, supera de longe todas as perdas.
É verdade, as estatísticas atuais podem não falar a favor do amor, no entanto, se seguirmos alguns princípios básicos, as estatísticas mudarão drasticamente.
É verdade, essa é uma grande responsabilidade, especialmente quando chegam os filhos. Porém, junto à responsabilidade, vem a autoridade e a ajuda de Deus que a transforma em resultados satisfatórios.
É verdade, há outras formas de satisfazer as fortes dores da solidão e sentimentos de descontentamento. Nossa geração está enfeitiçada por “triângulos amorosos”, “romances de escritório”, e com a ilusão do “sexo seguro”. Mas quem vai dizer, em seu leito de morte, que está contente porque teve a chance de desfrutar de intimidade sexual fora do casamento?
É verdadeque pode parecer que a melhor opção seja sair de um casamento ruim antes que a amargura e a ira o destruam. Mas muitas pessoas feridas já descobriram que por mais terrível que seja um relacionamento sem amor, um divórcio cheio de ira não consegue apagar tudo.
Devemos ver que há possibilidades das pessoas investirem tanto no seu casamento como o fizeram no tempo de namoro. Precisamos ver maridos e esposas cheios de gratidão por terem sido valorizados, apesar de todas as suas falhas e imperfeições. Precisamos perceber que há esperança para duas pessoas maduras que se amam
profundamente, não por causa do que não sabem, mas porque aprenderam o significado do amor e perdão que perduram. Precisamos de maridos que, apesar dos filhos e do orçamento limitado, vão encontrar maneiras de namorar suas esposas como o fizeram antes de se casarem.
Precisamos ver nosso casamento não como ele é, mas como poderia ser.
Precisamos visualizar pessoas se comunicando, respeitando e abraçando até serem separados somente pela morte.
“Então, o que ganho com isto?” É um questionamento que vale a pena fazer a respeito do casamento, e com razão. Afinal, o que um casamento promete trazer consigo?
- Para a garota do Ensino Médio, é o dia da cerimônia, o vestido branco, as lindas madrinhas, velas, flores e uma festa repleta de amigos.
- Para os recém-casados, é a troca dos votos que fizeram, a intimidade, a amizade e a aventura.
- Para o casal cujo casamento já dura 15 anos, são os filhos, o companheirismo e a construção.
- Para aqueles casados há 35 anos, é observar como crescem os netos, os primeiros sinais da velhice e a diminuição do ritmo de vida.
- Para aqueles que valorizam Deus acima de tudo, o casamento provê um terreno para provar a fé — um laboratório do coração que tem uma promessa não apenas para esta vida, mas para aquela que virá.
As pessoas mudam, situações variam e sonhos são destruídos. Mas o mesmo Deus que estabeleceu o casamento, o fez para que pudesse suportar as decepções e as estações previsíveis da vida; as quais marcam todos os bons relacionamentos. O Senhor pode ajudar-nos a crescer por meio dos ciclos da (1) expectativa, (2) da aliança feita, (3) da desilusão e (4) da satisfação crescente; sobre os quais refletiremos neste devocional.
Todavia, lembre-se de que a questão não é apenas o que nosso Senhor diz sobre o casamento. Encontraremos soluções quando descobrirmos o que Ele disse sobre assuntos básicos da fé e do caráter, e quando aplicarmos essas perspectivas às diferentes fases do relacionamento.
Escrituras
Acerca de este Plan
Deus tem um plano maravilhoso para seu casamento! No entanto, este relacionamento é o que mais demandas apresenta, dentre todos os demais. Dúvidas, medos, traumas passados e a dificuldade na comunicação são problemas que podem levar um relacionamento inicialmente apaixonado à monotonia ou, pior ainda, à dissolução.
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