A Esperança do RedentorSample
A Estrela e os Magos
O evangelho de Mateus nos conta que uma nova estrela surgiu nos céus do Oriente para assinalar a extraordinária ocorrência do nascimento de Jesus.
Homens sábios, astrólogos com profundo conhecimento dos sinais do céu e que serviam como conselheiros dos reis — talvez até mais influentes que os próprios monarcas — observaram essa estrela milagrosa, que os alertou para o nascimento de um novo rei.
Vindos possivelmente de Ecbátana ou das margens do Mar Cáspio, como sugere Papini, esses sábios atravessaram o Tigre e o Eufrates, cruzaram o deserto, margearam o Mar Morto e, por fim, chegaram a Belém. Estes grandes eruditos da sabedoria humana, ajoelharam-se humildemente diante da Sabedoria Divina. A tradição nos diz que eram três e os identifica como Gaspar, Baltazar e Melchior. Ao chegarem, ofereceram presentes de profundo simbolismo: ouro, incenso e mirra.
Quase mil anos antes, uma rainha do Oriente havia feito uma peregrinação à Judeia, trazendo consigo ouro, especiarias e pedras preciosas para o maior rei que já governou Jerusalém. Diferente daquela visita, os sábios de então não encontraram um rei no auge de sua sabedoria, mas um menino que ainda não sabia falar, um ser que um dia valorizaria muito mais as riquezas do espírito do que as da matéria.
O ouro, o incenso e a mirra simbolizavam, respectivamente, a realeza, a divindade e a humanidade de Jesus. O ouro era tributo de rei, o incenso uma prece e a mirra um símbolo da humanidade que Jesus compartilhava com a humanidade.
Ao chegarem a Jerusalém, os magos perguntaram:
“Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mateus 2:2)
Mas, conforme a profecia de Miqueias, o Messias estava em Belém. Herodes também quis visitá-lo, mas a Providência Divina o impediu. Corrupto e tirano, Herodes não era digno de contemplar o rosto da Criança divina. Dominado pela inveja e o medo de perder o trono que usurpara, Herodes enviou suas tropas em uma investida sangrenta, matando inocentes para tentar eliminar Aquele que via como rival. E assim se cumpriu a profecia de Jeremias:
"Ouviu-se um clamor em Ramá; choro e grande lamento." (Jeremias 31:15)
A estrela que guiou os magos cumpriu a antiga profecia de Balaão: "De Jacó surgirá uma estrela," um símbolo messiânico que também afirma: "De Israel se levantará um cetro." Assim, a estrela representava a realeza de Jesus, pois para os povos do Oriente, estrelas simbolizavam grandeza e glória.
Comparado à estrela que procedeu de Jacó, Jesus é descrito como o "Sol da Justiça" e a "Luz do Mundo" — fonte de luz e esperança. A profecia de Isaías e os Evangelhos o comparam à luz que surgiu no horizonte das esperanças humanas, trazendo ânimo e coragem aos que viviam em trevas.
Uma estrela é centro de atração, assim como Jesus encheu os corações de paz e renovação. Quando alguns gregos pediram a Filipe: "Queremos ver Jesus," (João 12:20-33) não voltaram desapontados. Nicodemos o buscou à noite e, mais tarde, tornou-se seu discípulo (João 3:1-12). E Pedro disse: "Para quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna." Jesus afirmou: "Quando for levantado da terra, atrairei todos a mim."
Os magos não encontraram Jesus na manjedoura; eles chegaram a Jerusalém algum tempo depois do nascimento, talvez até dois anos mais tarde. Contudo, a tradição cristã mantém a celebração dessa visita como uma efeméride natalina, dedicada ao dia 6 de janeiro, a Epifania do Senhor, dia em que Jesus foi revelado aos gentios, representados pelos sábios do Oriente.
A estrela, sinal de esperança, revelou o nascimento de um Rei. Aqueles homens de sabedoria reconheciam as profecias messiânicas das Escrituras Sagradas, que os guiaram a Jerusalém. Ao chegarem e perguntarem por Ele, Herodes soube do evento e confirmou, nos antigos registros, que Belém seria o local do nascimento do Messias.
De volta ao caminho, a estrela ressurge! Ao vê-la sobre Belém, os magos foram tomados de grande alegria e encontraram o local onde estava a Sagrada Família.
"Venham, vamos adorar o Senhor."
Significação do Natal
O apóstolo João, em seu Evangelho, diferente de Mateus e Lucas que narram a infância de Jesus, apresenta-o como divino, como o Filho de Deus, o Verbo que se fez carne, sem, contudo, desmerecer sua humanidade.
Mas a verdadeira essência está na afirmação grandiosa e palpitante: “O Verbo se fez carne.” (João 1:14) O Verbo, o Logos, o Eterno, o Coexistente, o próprio Deus, Criador e Sustentador do universo, desceu para habitar entre nós, experimentando nossas dores, nossas aflições e limitações. “Ele se esvaziou, se fez pequeno, adaptou-se de forma misteriosa e se colocou, esplendorosamente, no humilde espaço onde pastam os animais e onde reside a pobreza dos mais simples de Belém.” (Filipenses 2:6-11) Mais tarde, no auge de seu ministério, Jesus declarou que o Filho do Homem não tinha onde reclinar a cabeça. Nada possuía como seu; tudo lhe era concedido ou emprestado: as roupas, o alimento, o barco para as viagens, até o tributo que veio das entranhas de um peixe.
Na verdade, porém, tudo era dele, enquanto a cruz, esta era nossa! O maior de todos os paradoxos!
O significado do Natal, em que o Verbo divino se humaniza, consiste em Deus falar por meio do Filho, no auge de Sua revelação. Significa que Deus reconciliou o mundo consigo, que buscou o perdido e amou a humanidade com um amor intenso e incomensurável, cumprindo suas promessas.
Certa vez, o discípulo Filipe pediu a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai.” E Jesus respondeu: “Quem me vê a mim, vê o Pai.” (João 14:8-10) Ele reflete a face de Deus, manifesta sua excelsa glória, e sua presença no mundo é a presença de Deus.
O Natal representa que Jesus pôde revelar a Deus na plenitude de sua linguagem divina, mas de forma compreensível para a mente humana limitada.
Moisés desejou ver a face de Deus, mas tal visão lhe foi negada, pois significaria sua morte. Filipe, no entanto, teve a experiência que Moisés não pôde ter. Ver a glória de Deus significaria morrer, mas Jesus veio para que vivêssemos. E viver requer ver a face de Deus, encontrando-a na pessoa de Cristo, através da fé.
Jesus revela o Pai ao se revelar a nós. Ele expressa a mente e os sentimentos divinos quando nos fala e nos ama.
Esse é o verdadeiro significado do Natal!
Quão glorioso seria se compreendêssemos essa mensagem radiante:
“GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS, E PAZ NA TERRA ENTRE OS HOMENS, A QUEM ELE QUER BEM.”
About this Plan
Este devocional foi adaptado do livro "Panoramas do Natal", assinado por S. J. Ribeiro, de 1962. Algo interessante sobre ele: ano passado, nós da FABAPAR, procuramos um conteúdo natalino em nossa biblioteca (com mais de 35 mil títulos). Nos deparamos com esse livro raro, cujo autor não encontramos. Uma obra misteriosa com um texto inspirador e biblicamente profundo. Adaptamos o texto e a linguagem e esse conteúdo agora está em suas mãos! Esperamos que você aproveite e renove suas esperanças em nosso amado Redentor. Se você tem informações sobre o autor, por favor entre em contato conosco! Feliz Natal!
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