A Esperança do RedentorSample
A Esperança do Redentor
Um renomado escritor e teólogo afirmou: “a luz que ilumina e circunda o Antigo Testamento, revelando-nos suas belezas, é a presença resplandecente do Filho de Deus”. Nos textos canônicos dos hebreus, as páginas mais reconfortantes para nossas almas são aquelas em que o messianismo se destaca nas promessas divinas, nos símbolos, figuras e tipos que apontam para Jesus, culminando na celebração de seu admirável nascimento.
Desde tempos imemoriais, aguardava-se um redentor: um intérprete do amor divino, um mediador e conciliador. Uma esperança tão antiga quanto a própria humanidade, fundamentada em uma promessa divina, ou dela derivada, nutrindo o anseio dos povos.
Esse libertador, supremo embaixador, revelador de Deus, seria o Filho Amado. Assim nos diz a Escritura Sagrada:
"Havendo Deus antigamente falado muitas vezes e de várias maneiras aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, por meio de quem também criou o mundo." (Hebreus 1:1-9)
A profecia era uma mensagem divina: parcial e destinada ao povo de Israel pelos profetas; universal e plena pelo Filho Bendito, quando alcança sua expressão integral, grandiosa e insuperável.
Vejamos o profeta Isaías, o mais destacado entre os que vaticinaram o messianismo. Com singularidade e beleza, ele anuncia o nascimento daquele que seria chamado “um menino e um filho”; atribui-lhe um nome, ou melhor, nomes que refletem significados profundos e admiráveis; e detalha, com precisão, seus sofrimentos, sua morte vicária e a glória de sua Igreja:
"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; o governo está sobre seus ombros, e seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." (Isaías 9:6)
"Do tronco de Jessé sairá um broto, e de suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e entendimento, o Espírito de conselho e fortaleza, o Espírito de conhecimento e temor do Senhor.” (Isaías 11:1-2)
Na antiga dispensação, o “ungido do Senhor” era aquele que governaria e orientaria o povo. Cristo, portanto, tornou-se o anseio dos povos, anunciado não só pelos judeus, em sua literatura religiosa, mas também pelos gentios, na majestade de sua literatura clássica, referindo-se àquele que viria como dominador, guia e abençoador.
Virgílio o descrevia como aquele que viria “para destruir o mal, restaurar a justiça e inaugurar a idade de ouro”. Cícero mencionava “uma lei que não seria exclusiva de Roma ou Atenas, nem do presente, mas destinada a todas as nações e épocas”. Suetônio, por sua vez, fala da antiga tradição oriental que previa o surgimento de um dominador do mundo, na Judéia.
No Oriente, havia a crença de que surgiria um sábio; entre os hindus, circulava a tradição da vinda de uma criança como Salvador do mundo; na China, dizia-se que uma virgem conceberia miraculosamente seu primogênito; no mazdeísmo persa, relatava-se que um raio divino desceria sobre a mãe de Zoroastro.
Diversas tradições, com fundo sagrado ou mitológico, falam de um sábio, rei, juiz supremo, ou conquistador justo, revestido de uma aura divina, destinado a inaugurar a idade de ouro e libertar a humanidade do mal.
Observa-se, portanto, que o sentimento religioso de alguns povos, além do alcance da revelação, parecia confirmar os desígnios divinos de oferecer um Redentor tão ansiosamente esperado.
Algumas religiões reivindicaram essa glória para seus fundadores, embora envoltas em lendas e mitos. No entanto, como afirmou certo autor: “sonhos e mitos não constituem bases de fé sólida, enquanto a história do nascimento em Belém foi criada, aceita e amada por todas as culturas, em harmonia com as legítimas aspirações da humanidade e os eternos decretos de Deus”.
Alguns escritores têm tentado encontrar nessas lendas uma suposta inspiração para os evangelistas narrarem o nascimento de Jesus. No máximo, essas lendas e mitos revelam o anseio das gerações passadas pelo surgimento de um ser perfeito, amigo da humanidade sofredora.
“São os sonhos que se tornam em delicadas poesias; são as revelações intuitivas que se comutam em profecias; são esperanças que se consubstanciam na risonha e amorável realidade do presépio. Só em Jesus Cristo feito homem se consumaram as esperanças do mundo em perplexidade. Só nele, com efeito, encontra-se a vida radiante de luz, de glórias divinais como reflexo inconfundível da essência e do amor de Deus nosso Eterno Pai.”
A antiga expectativa que envolvia a alma dos povos antigos encontrou seu fim quando Jesus, com a profundidade de sua mensagem e a dignidade de sua pessoa, fez pulsar de entusiasmo o coração das gerações que o seguiram.
Scripture
About this Plan
Este devocional foi adaptado do livro "Panoramas do Natal", assinado por S. J. Ribeiro, de 1962. Algo interessante sobre ele: ano passado, nós da FABAPAR, procuramos um conteúdo natalino em nossa biblioteca (com mais de 35 mil títulos). Nos deparamos com esse livro raro, cujo autor não encontramos. Uma obra misteriosa com um texto inspirador e biblicamente profundo. Adaptamos o texto e a linguagem e esse conteúdo agora está em suas mãos! Esperamos que você aproveite e renove suas esperanças em nosso amado Redentor. Se você tem informações sobre o autor, por favor entre em contato conosco! Feliz Natal!
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