O Evangelho segundo Marcos: Estudo bíblico em vídeo, com Francis ChanSample

Após seu batismo, assim que Jesus saiu do rio Jordão, a voz do Pai declarou: “Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado” (Marcos 1:11). Na leitura de hoje, encontramos Jesus com três de seus discípulos mais próximos no alto de uma montanha onde Ele se transfigurou diante deles. De forma inacreditável, aparecem diante deles Moisés e Elias, e Deus fala dos céus novamente. É a mesma frase: Deus afirmando Jesus como seu Filho. Mas enquanto o sujeito das suas palavras permaneceu o mesmo, o objeto não permaneceu.

Desta vez, Deus diz: “Este é o meu Filho amado. Ouçam-no!” Ele está falando diretamente com os discípulos. Podemos ver através dos olhos de Pedro, Tiago e João: Jesus os levou consigo para o alto da montanha, Ele se transfigurou diante deles, Pedro procura a resposta certa, as palavras de Deus foram direcionadas a eles e, de repente, os três percebem que seus visitantes haviam sumido.

Três verdades extraordinárias foram reveladas naquela montanha:

1. Primeiro, a Transfiguração revela um vislumbre da glória de Jesus antes da Encarnação. No Antigo Testamento, a glória de Deus sempre era acompanhada de luz: A presença de Deus ao tirar Israel do Egito, numa coluna de nuvem durante o dia e numa coluna de fogo durante a noite, é conhecida como a glória Shekinah. Nessa forma Ele habitou entre o seu povo. Ao aparecer envolto em luz, Jesus revelou-se como Filho de Deus de maneira majestosa e espetacular. Foi também uma prévia demonstração do seu corpo glorificado após a ressurreição, de como Ele aparecerá quando voltar para julgar o mundo.
2. Segundo, a aparição de Elias e Moisés confirmou a identidade de Jesus: Eles representavam a Lei (Moisés) e os Profetas (Elias) – um resumo, digamos, de toda a Palavra de Deus. Apenas uma semana antes (confira Marcos 8:27-30), Pedro havia confessado crer que Jesus não era Elias, mas sim o prometido Messias. E logo depois que eles descem da montanha, Jesus confirma que a profecia sobre a vinda de Elias já estava cumprida. Em tudo isso, Jesus demonstrou sua superioridade em relação aos principais líderes espirituais dos judeus. O Filho finalmente havia chegado.
3. Terceiro, Deus Pai autenticou a identidade e o ministério de Jesus (“Este é o meu Filho amado”) e, mesmo na presença de Moisés e Elias, comandou diretamente aos seus seguidores que ouvissem seu Filho. Ao fazer isso, os discípulos compreenderam (ou compreenderiam mais tarde) que Jesus agora possuía autoridade espiritual sobre a Lei e os Profetas. O próprio Jesus disse: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mateus 5:17). Seus ensinamentos nos convidam a amar até mesmo os nossos inimigos.

O que significa a Transfiguração para nós hoje?

Primeiro, podemos ter certeza de que Jesus realmente é o Filho de Deus. Anos depois, Pedro usou a Transfiguração como base da sua autoridade para pregar em nome de Jesus:

“De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; ao contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: ‘Este é o meu filho amado, em quem me agrado’. Nós mesmos ouvimos essa voz vinda dos céus, quando estávamos com ele no monte santo”. (2 Pedro 1:16-18)

Segundo, vale a pena ouvir a Jesus. A palavra “ouvir” inclui a ideia de escutar ativamente com a intenção de obedecer – levar suas palavras em consideração e agir de acordo com elas. Quando Ele fala, devemos agir. Demonstra sabedoria agir de acordo com as palavras ditas por Deus e seus representantes escolhidos.

Você acredita que Jesus é o Filho de Deus, o amado, em quem o Pai se agrada? Se sim, você está pronto para obedecê-lo? Como você vê tudo isso?