Jesus e as MultidõesExemplo

Jesus e as multidões - um homem em cadeias

O evangelista Lucas relata, no capítulo 8, versículo 22, que Jesus enfrentou uma tormenta e a fúria do mar. Logo em seguida, no versículo 26, vemos Jesus saindo do confronto com o mar agitado pelas leis naturais e indo ao encontro de um homem, agitado em cadeias e atormentado por forças espirituais na cidade de Gadara (Lc 8.29). Todos já haviam desistido dele, menos Jesus, que faz uma viagem proposital a uma terra de gentios na região de Decápolis, em busca do irrecuperável, de uma vida em tormento que, aos olhos humanos, era incapaz de ser restaurada, pois vivia no caminho da morte e nos antros da terra. Isto posto, cabe perguntar: quanto vale uma vida para Jesus? Qual o valor daquele homem em cadeias para Jesus? Penso que, para responder a essas perguntas, precisamos também fazer duas interpelações ao texto.

1.Em primeiro lugar, como é uma vida sem Jesus?

É uma vida de tormento (v. 27): este homem não tinha autonomia, nem desejo próprio. Era totalmente dominado por espíritos malignos. No versículo 30, temos a informação de que era uma legião, um termo militar atribuído aos soldados do Império Romano, que designava cerca de seis mil homens. Ou seja, esse homem possuía aproximadamente seis mil demônios e andava entre sepulcros, encurvado entre as cavernas, e ninguém podia detê-lo. Quantas pessoas não vivem sob o espectro do tormento e das lutas espirituais, emocionais e existenciais?

É uma vida em cadeias (v. 28): este homem vivia preso em cadeias e grilhões, era amarrado pelas mãos e tinha correntes nos pés. Quantas pessoas não vivem em cadeias, sob grilhões na alma, presas no invólucro sem a verdadeira libertação (Jo 8.32)?

É uma vida de insônia (v. 28): o Evangelho de Marcos 5.5 nos traz uma informação de que este homem andava dia e noite gritando pelos sepulcros, ferido e machucado. Ele não dormia, vivia sob a insônia da vida, sem paz e sossego na alma. Quantas pessoas não vivem desassossegadas, sem paz, sem conseguir dormir?

2.Em segundo lugar, o que acontece quando uma vida é encontrada por Jesus?

É uma vida totalmente liberta (vv. 30-34): aquele que possuía uma legião, cerca de seis mil demônios, que estivera sob o domínio do mal, manipulado por forças malignas, foi liberto por Jesus e tornou-se uma nova criatura. O Senhor Jesus tem o poder de proporcionar libertação e regeneração pelo Espírito Santo em sua vida hoje.

É uma vida plenamente restaurada (vv. 35-36): nestes versículos, desejo realçar duas verdades. A primeira é que as pessoas encontraram o homem de Gadara liberto "aos pés de Jesus" (v. 35). Alguém que vivia encurvado, enclausurado, andando pelos antros dos sepulcros, agora está assentado aos pés de Jesus. A outra verdade é que as pessoas o encontraram "vestido e em perfeito juízo". Este homem, que andava nu e sem consciência, após encontrar-se com Jesus, teve de volta o seu juízo perfeito, e a primeira coisa que fez foi se vestir. Quando somos libertos e restaurados por Jesus, experimentamos uma verdadeira metanoia. Mudança de mente, mudança de vida. Somos novas criaturas, agora revestidos pelas vestiduras brancas.

É uma vida para ser testemunhada (vv. 38-39): aquele homem foi encorajado por Jesus a testemunhar sobre o reino de Deus em sua casa, para sua família, amigos e até em outras cidades. Quando somos encontrados e atraídos por Jesus, nosso coração fica cheio de alegria e com uma santa ousadia para anunciar e testemunhar o que Jesus fez em nossas vidas, compartilhando a bênção da salvação com aqueles que foram eleitos pelo Eterno.

Portanto, antes da fundação do mundo, o Senhor Jesus nos escolheu, nos amou, nos atraiu com o Seu terno amor, imputando em nós a suficiência e eficiência de Sua maravilhosa graça, nos outorgando vestiduras brancas para o louvor da Sua glória.

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Questões para edificação:

1.Como é a vida de uma pessoa sem Jesus?

2.Qual foi a orientação de Cristo após libertar aquele homem? (v. 39)

3.Quem testemunhou a transformação de vida do gadareno? (v. 35)

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Pr. Franscisco Chaves dos Santos, pastor efetivo da Igreja Presbiteriana de Manaus