Vem Pra Vida: uma Série de Devocionais sobre Saúde Mental e FéExemplo

Não estamos desamparados!

Autora: Elisama Torres — Coordenadora de Intercessão da JBB

Desde que o mundo é mundo, nós seguimos sendo os mesmos. Em épocas diferentes, culturas diferentes, cosmovisões diferentes, mas com o mesmo vazio inquietante e incertezas constantes. O desconhecido nos incomoda, o conhecido nos machuca e no final do dia nos deparamos com uma muralha de sentimentos que se confundem e está prestes a cair em cima de nós. O que fazer, então, quando uma avalanche de detritos emocionais ameaça acabar com a nossa frágil existência?

A Bíblia nos conta a história de uma jovem viúva que não estava no seu melhor momento da vida. Perdeu o seu marido, sogro e cunhado; não gerou filhos; sua concunhada escolheu abandoná-la e restou-lhe a sua sogra, uma senhora em avançada idade que ela teria que cuidar. Sua sogra não lhe era um fardo — preciso frisar —, ela a amava e escolheu segui-la, mas isso não significa que a sua vida ficaria mais fácil por isso.

Rute, a viúva, não tinha muitas perspectivas. Na cultura em que estava inserida, ela seria obrigada a casar com um parente próximo para que gerasse filhos, caso contrário, ela seria rejeitada pela sociedade. Mas se lhe havia restado apenas sua sogra, não havia nenhuma perspectiva de futuro para ela. Ou havia? Se você conhece bem a história de Rute, sabe que a resposta é: sim, havia (se você não conhece, recomendo a leitura do livro de Rute).

O amor “hesed", ou amor pactual, aquele que Boaz oferece a Rute e a torna alguém digna de ser amada e respeitada, é uma pequena amostra do amor que o Criador do universo tem por nós, suas amadas criaturas. A realidade de Rute mudou quando ela se entregou sem reservas ao amor “hesed" em obediência e fé. Por vezes, “achamos que cabe a nós fazer aquilo que pensamos que Deus se esqueceu de fazer”. Ele não se esqueceu. Ele jamais se esqueceria. Ele não nos abandona à nossa própria sorte, mas age conforme o Seu tempo e propósito. E, enquanto o tempo não chega, é Ele quem segura o muro para nós, e nenhum detrito é capaz de nos machucar fatalmente.