A Gratidão Prospera Sua VidaExemplo

A Expressão da Gratidão na Superação do Estigma

No trajeto de Jesus em direção a Jerusalém, emerge um relato intrigante na fronteira entre Samaria e Galileia. Dez leprosos, excluídos da sociedade, clamam por compaixão. O texto bíblico em Lucas 17:11-19 proporciona uma oportunidade para reflexões profundas, especialmente à luz da experiência coletiva da humanidade durante e posterior a pandemia de COVID-19.

Os leprosos da antiguidade, confinados às leprosarias, personificavam os marginalizados da sociedade. Este cenário ressoa fortemente com nossa realidade atual, onde a pandemia impôs barreiras físicas e emocionais, evocando o isolamento que muitos enfrentaram.

Na era bíblica, o temor da lepra era tão intenso que os leprosos eram banidos, vivendo à margem da comunidade. Paralelamente, a pandemia de COVID-19 provocou reações semelhantes, com o medo e a incerteza levando a uma segregação social. No entanto, assim como na história dos leprosos, testemunhamos indivíduos corajosos - talvez até insensatos, aos olhos de alguns - que se dedicaram ao cuidado dos enfermos.

Pode-se estabelecer um paralelo direto entre a relutância em se aproximar de um leproso na antiguidade e o receio de estar perto de alguém com COVID-19 nos dias atuais. Orar por, tocar ou mesmo conviver com um infectado tornou-se um dilema permeado por medo e preocupações de contágio. A lepra, como a COVID-19, era altamente contagiosa, destacando a necessidade de isolamento e higienização rigorosa.

No desfecho do relato bíblico, a gratidão emerge como um elemento transformador. Dos dez leprosos curados, apenas um retorna, louvando a Deus em alta voz e agradecendo a Jesus. Notavelmente, este é um samaritano, um estrangeiro aos olhos da sociedade da época.

Assim, somos desafiados a refletir sobre nossa resposta à adversidade. Em um contexto onde o isolamento e o medo moldam nossas interações, a gratidão se revela como um antídoto poderoso. Ela não apenas transforma o indivíduo agradecido, mas também ilumina a escuridão que a marginalização e o estigma podem impor.

Somos então instigados a imitar aquele samaritano, reconhecendo a cura, a superação e a solidariedade em meio às adversidades. Como Jesus afirmou ao homem agradecido, a fé pode ser o catalisador que nos salva da escuridão do isolamento e da desconfiança, aproximando-nos uns dos outros em um abraço de compaixão e gratidão.

Pergunta para reflexão:

Como podemos cultivar a gratidão como um antídoto poderoso para superar o isolamento, a desconfiança e a marginalização, seguindo o exemplo do samaritano na narrativa bíblica?