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John WesleyExemplo

John Wesley

DIA 4 DE 5

3. A terceira coisa a ser investigada é quais tipos de pensamentos errantes são pecaminosos e quais não são. E, primeiramente, todos os pensamentos que se desviam de Deus, que não deixam espaço para Ele em nossa mente, são, indubitavelmente, pecaminosos, porque todos eles implicam ateísmo prático e, por meio deles, estamos sem Deus no mundo. E muito mais são todos aqueles contrários a Deus, que implicam oposição ou inimizade para com Ele. Assim são todos pensamentos murmurantes, descontentes, que dizem, de fato: “Não aceitaremos o Teu governo sobre nós” — todos os pensamentos incrédulos, seja no tocante a Seu ser, Seus atributos ou Sua providência. Quero dizer, Sua providência específica sobre todas as coisas, assim como todas as pessoas, do Universo; aquela sem a qual “nenhum pardal cai em terra”, pela qual “os cabelos todos da cabeça estão contados”; porque uma providência geral (assim chamada vulgarmente), distinta de uma específica, não passa de uma palavra decente e agradável que significa simplesmente nada.

A) Novamente: Todos os pensamentos que brotam de índoles pecaminosas são, indubitavelmente, pecaminosos. Assim são, por exemplo, aqueles que brotam de uma índole vingativa, por soberba, luxúria ou vaidade. “Não pode […] a árvore má produzir frutos bons”. Portanto, se a árvore é má, assim também serão, obrigatoriamente, os frutos.

B) E assim precisam ser aqueles que produzem ou alimentam qualquer índole pecaminosa; índoles que dão origem à soberba ou vaidade, à ira ou ao amor pelo mundo, ou confirmam e nutrem essas ou qualquer outra índole, paixão ou afeição profana. Afinal, não só tudo que flui do mal é mau, mas também aquilo que leve ao mal; o que quer que tenda a alienar a alma de Deus e a torná-la ou mantê-la terrena, sensual e diabólica.

C) Assim, até mesmo os pensamentos ocasionados por fraqueza ou doença, pelo mecanismo natural do corpo ou pelas leis da união vital, por mais inocentes que possam ser em si mesmos, tornam-se pecaminosos quando produzem ou acalentam e alimentam em nós qualquer índole pecaminosa; suponha a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ou a soberba da vida. De semelhante modo, se os pensamentos errantes ocasionados por palavras ou atos de outros homens causam ou alimentam qualquer disposição errada, já começam pecaminosos. E o mesmo podemos observar quanto aos que são sugeridos ou injetados pelo diabo. Quando ministram a qualquer índole terrena ou diabólica (o que fazem sempre que lhes damos lugar e, com isso, os tornamos nossos), eles são igualmente pecaminosos com as índoles às quais ministram.

D) Porém, abstraindo-nos desses casos, os pensamentos errantes, no último sentido da palavra, isto é, pensamentos em que nossa compreensão se desvia do ponto que tem em vista, não são mais pecaminosos do que o movimento do sangue nas nossas veias ou as motivações presentes em nosso cérebro. Se eles surgem de uma constituição instável, ou de alguma fraqueza ou distúrbio acidental, são tão inocentes quanto ter uma constituição fraca ou um corpo enfermo. E, certamente, ninguém duvida, mas um nervosismo, uma febre de qualquer tipo e um delírio passageiro ou duradouro podem consistir com a perfeita inocência. E, se surgirem em uma alma unida a um corpo saudável, seja em decorrência da união natural entre o corpo e a alma, ou de qualquer uma de dez mil transformações que podem ocorrer nos órgãos do corpo que ministram ao pensamento, em qualquer desses casos eles são tão perfeitamente inocentes quanto às causas das quais se originam. E assim são eles quando decorrem das associações casuais e involuntárias de nossas ideias.

E) Se nossos pensamentos se desviam do ponto que tínhamos em vista em decorrência de diversas influências de outros sobre os nossos sentidos, são ainda igualmente inocentes, porque não é mais pecaminoso entender o que eu vejo e ouço e, em muitos casos, sou incapaz de não ver, ouvir e compreender, do que ter olhos e orelhas. “Mas, se o diabo injeta pensamentos errantes, esses pensamentos não são malignos?” Eles são problemáticos e, nesse sentido, malignos; porém, não pecaminosos. Eu não sei se ele falou ao nosso Senhor com voz audível; talvez ele tenha falado ao Seu coração somente quando disse: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”. Porém, quer ele tenha falado interior ou exteriormente, certamente o nosso Senhor entendeu o que ele disse. Ele teve, portanto, um pensamento correspondente àquelas palavras. Porém, foi um pensamento pecaminoso? Nós sabemos que não. Nele não havia pecado, nem em atos, nem em palavras, nem em pensamentos. Também não há qualquer pecado em mil pensamentos do mesmo tipo que Satanás possa injetar em qualquer um dos seguidores do nosso Senhor.

F) Segue-se que nenhum desses pensamentos errantes (o que quer que seja que pessoas imprudentes tenham afirmado, afligindo a quem o Senhor não havia afligido) é inconsistente com o perfeito amor. De fato, se fosse, não apenas uma dor aguda, mas o próprio sono, seria inconsistente com ele. — Dor aguda, porque, sempre que sobrevier, seja o que for que estivéssemos pensando antes, essa dor interromperá o nosso pensamento e, é claro, levará os nossos pensamentos para outro canal. — Sim, e o próprio sono, por ser um estado de insensibilidade e estupidez, que, como tal, geralmente está misturado com pensamentos que vagam pela Terra, soltos, selvagens e incoerentes. Contudo, certamente são consistentes com o perfeito amor. Assim, portanto, são todos os pensamentos errantes desse tipo.

As Escrituras

Dia 3Dia 5

Sobre este Plano

John Wesley

A fé que John Wesley tinha amparava-se numa doutrina bíblica correta. Mas ele compreendeu que essa doutrina não se tratava apenas de uma bela teoria ou filosofia, era antes um estilo de vida embasado em valores e prática missionária, que implicava em santidade, amor ao próximo e compaixão. Essas se refletiam em suas ações de cidadania, justiça e defesa.

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