John WesleyExemplo
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2.Tal é a natureza, tais são os tipos (para falar de maneira útil, em vez de filosófica) de pensamentos errantes. Porém, quais são suas causas gerais? Consideraremos isso em segundo lugar.
A) É fácil observar que a causa do primeiro tipo de pensamento, que se opõe ou se desvia de Deus, é, em geral, um temperamento pecaminoso. Por exemplo: Por que Deus não está em todos os pensamentos, em qualquer um dos pensamentos de um homem natural? Por uma razão simples: seja rico ou pobre, instruído ou iletrado, ele é ateu (embora não seja tão vulgarmente assim chamado); ele ou não conhece a Deus, ou não o ama. Por que seus pensamentos estão continuamente vagando pelo mundo? Porque ele é idólatra. Ele, de fato, não cultua uma imagem ou se curva ao tronco de uma árvore; contudo, está afundado em idolatria igualmente condenável: ama, isso significa adora, o mundo. Ele busca a felicidade nas coisas que são vistas, nos prazeres que perecem ao ser usados. Por que seus pensamentos estão perpetuamente se desviando da finalidade de seu ser, o conhecimento de Deus em Cristo? Porque ele é incrédulo; porque ele não tem fé; ou, pelo menos, não mais do que um diabo. Então, todos esses pensamentos errantes brotam fácil e naturalmente dessa raiz maligna de incredulidade.
B) O mesmo ocorre em outros casos: soberba, ira, vingança, vaidade, concupiscência, cobiça, todas elas ocasionando pensamentos adequados à sua própria natureza. E assim o faz toda disposição pecaminosa da qual a mente humana é capaz. Os pormenores são quase impossíveis de enumerar. E isso nem é necessário: basta observar que tantos quantos sejam os temperamentos perversos que possam encontrar um lugar em qualquer alma, de tantas maneiras a alma se afastará de Deus, pelos piores tipos de pensamentos errantes.
C) As causas deste último tipo de pensamentos errantes são extremamente diversas. Milhares deles são ocasionados pela união natural entre a alma e o corpo. Quão imediata e profundamente o entendimento é afetado por um corpo doente! Basta o sangue fluir irregularmente no cérebro e todo o pensamento habitual termina. Segue-se uma loucura furiosa e, depois, adeus a toda a uniformidade de pensamento. Sim, basta os ânimos serem inquietados ou agitados em certo grau e uma loucura temporária, um delírio, impede todo pensamento estabelecido. E a mesma irregularidade de pensamento não é, em alguma medida, ocasionada por todo distúrbio nervoso? Assim, o “corpo corruptível pressiona a alma e faz com que ela pense em muitas coisas”.
D) Porém, isso só é causado em tempos de enfermidade ou distúrbio sobrenatural? Não; pouco mais ou pouco menos, em todos os momentos, mesmo em estado de saúde perfeita. Por mais saudável que um homem seja, ele será mais ou menos delirante a cada 24 horas. Afinal, ele não dorme? E, enquanto dorme, não está sujeito a sonhar? E quem é, então, senhor de seus próprios pensamentos ou capaz de preservar a ordem e consistência deles? Quem pode, então, mantê-los fixos em qualquer ponto ou impedir que vagueiem entre um extremo e outro?
E) Porém, suponha que estejamos acordados; estamos sempre tão acordados a ponto de poder governar firmemente nossos pensamentos? Não estamos inevitavelmente expostos a extremos opostos, devido à própria natureza dessa máquina que é o corpo? Às vezes, somos muito lentos, demasiadamente enfadonhos e lânguidos, para seguir qualquer cadeia de pensamentos. Às vezes, por outro lado, estamos muito ativos. Sem permissão, a imaginação começa a ir de um lado para outro e nos leva para lá e para cá, quer desejemos ou não; e tudo isso ocorre pelo movimento meramente natural dos ânimos ou pela vibração dos nervos.
F) Além disso, quantas vagueações de pensamento podem surgir das diversas associações de nossas ideias, feitas inteiramente sem o nosso conhecimento e independentemente de nossa escolha? Como essas conexões são formadas, não sabemos dizer, mas elas são formadas de mil maneiras diferentes. Tampouco está no poder do mais sábio ou mais santo dos homens romper essas associações ou impedir as suas necessárias consequências, objetos de observação diária. Basta o fogo tocar apenas uma das extremidades do trem e ele passa imediatamente de um vagão para o outro.
G) Repetindo: Fixemos, tão diligentemente quanto formos capazes, nossa atenção em qualquer assunto e, surgindo prazer ou dor, especialmente se intenso, este exigirá nossa atenção imediata e nosso pensamento se fixará nele. Ele interromperá a contemplação mais estável e desviará a mente de seu assunto favorito.
H) Essas causas de pensamentos errantes estão dentro de nós, estão entrelaçadas à nossa exata natureza. Porém, de semelhante modo, surgem natural e necessariamente dos diversos impulsos provenientes de objetos externos. O que quer que atinja o órgão do sentido, o olho ou a orelha, despertará na mente uma percepção. E, consequentemente, tudo que vemos ou ouvimos interromperá nossa linha anterior de pensamento. Todo homem, portanto, que faz algo à nossa vista ou fala qualquer coisa que ouvimos, faz com que nossa mente vagueie, em maior ou menor grau, saindo do ponto em que estava pensando antes.
I) E não há dúvida de que os espíritos malignos, que estão continuamente buscando a quem possam devorar, fazem uso de todas as causas anteriormente mencionadas para inquietar e distrair a nossa mente. Às vezes, por um desses meios, outras vezes por outro, eles nos atormentarão e nos deixarão perplexos; e, tanto quanto Deus permitir, interromperão nossos pensamentos, particularmente quando estes estiverem envolvidos nos melhores assuntos. Nem isso é totalmente estranho: eles entenderão as próprias fontes do pensamento e saberão de quais órgãos do corpo dependem mais imediatamente a imaginação, o entendimento e todas as outras faculdades da mente. E, portanto, eles sabem como, afetando esses órgãos, afetar as ações que dependem deles. Acrescente a isso que eles são capazes de injetar mil pensamentos sem qualquer dos meios anteriores, sendo tão natural o espírito agir sobre o espírito quanto é a matéria agir sobre a matéria. Considerando tudo isso, não podemos nos admirar de o nosso pensamento se desviar, com tanta frequência, de qualquer ponto que tenhamos em vista.
As Escrituras
Sobre este Plano
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A fé que John Wesley tinha amparava-se numa doutrina bíblica correta. Mas ele compreendeu que essa doutrina não se tratava apenas de uma bela teoria ou filosofia, era antes um estilo de vida embasado em valores e prática missionária, que implicava em santidade, amor ao próximo e compaixão. Essas se refletiam em suas ações de cidadania, justiça e defesa.
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