Sermões de Spurgeon sobre as parábolasExemplo
O maior exemplo
Não acho que nosso divino Senhor pretendia ensinar qualquer coisa sobre si mesmo nesta parábola, mesmo que Ele seja o melhor exemplar de toda a bondade. Jesus estava respondendo à pergunta: “Quem é o meu próximo?” e não pregava, de forma alguma, sobre si mesmo. Há, por aí, muitos que deformam esta parábola para trazer o Senhor Jesus e tudo sobre Ele para dentro dela, mas não ouso imitá-los.
Ainda assim, por analogia, podemos ilustrar a bondade do Senhor por ela. Essa é uma representação de um homem de coração generoso que se importa com o necessitado, mas o homem mais generoso que já viveu foi o Homem de Nazaré, e ninguém jamais se importou mais com as almas pobres e sofredoras do que Ele. Portanto, se elogiamos o bom samaritano, deveríamos muito mais enaltecer o bendito Salvador, a quem Seus inimigos chamavam de Samaritano, e que nunca negou essa acusação. Por que deveria se preocupar se todo o preconceito e o desdém dos homens se lançassem sobre Ele?
Agora, irmãos, nosso Senhor Jesus Cristo fez melhor do que o bom samaritano, porque nosso caso era pior. Como eu já disse, o ferido não podia ser culpado por seu triste estado — foi seu infortúnio, não sua culpa; mas você e eu não estamos semimortos, estamos totalmente mortos em pecados e transgressões e causamos muitas de nossas enfermidades a nós mesmos. Os salteadores que nos despiram são nossas próprias iniquidades. As feridas que carregamos foram infligidas por nossas próprias mãos suicidas. Não estamos em oposição a Jesus Cristo como o pobre judeu estava ao samaritano, pelo poder do preconceito, mas temos nos oposto ao bendito Redentor por nossa natureza; temos, desde o início, nos desviado dele. Infelizmente resistimos a Ele e o rejeitamos.
O pobre homem não afastou seu amigo samaritano, mas nós fizemos isso com o nosso Senhor. Quantas vezes recusamos o amor todo-poderoso! Com que frequência, por incredulidade, abrimos feridas que Cristo havia fechado! Rejeitamos o óleo e o vinho que Ele nos apresenta no evangelho. Falamos mal dele em Sua face e vivemos por anos em máxima rejeição dele. Ainda assim, em Seu infinito amor, Ele não desistiu de nós, mas trouxe alguns de nós à Sua Igreja, onde podemos descansar como em uma hospedaria, alimentando-nos do que Sua abundância nos provê. Foi amor espantoso o que moveu o coração do Salvador quando Ele nos encontrou em nossa miséria e se reclinou sobre nós para nos erguer dali, embora soubesse que éramos Seus inimigos.
O que o samaritano forneceu ao pobre homem foi generoso, mas não se compara ao que o Senhor Jesus nos concedeu. O samaritano deu vinho e óleo, Jesus, porém, nos deu Seu próprio sangue para nos curar as feridas, “nos amou e se entregou a si mesmo por nós”. O samaritano se emprestou com todo seu cuidado e atenção, mas Cristo se entregou até à morte por nós. O samaritano deu dois denários, uma grande quantia de seu estoque limitado, e não deprecio a sua doação; mas Jesus “sendo rico, se fez pobre por amor de [nós], para que, pela sua pobreza, [nos tornássemos] ricos”. Ó, as maravilhosas dádivas que Cristo nos concedeu! Quem pode avaliá-las? O Céu está entre essas bênçãos, mas Ele mesmo é o maior de todos os presentes!
As Escrituras
Sobre este Plano
Neste plano de leitura, o renomado pregador Charles Haddon Spurgeon explana parábolas especialmente selecionadas. Em todas elas, contextualiza a passagem bíblica trazendo maior clareza e fazendo paralelos com a situação atual, em que o leitor pode se identificar e aplicar em sua vida o ensino do Mestre dos mestres.
More
https://paodiario.org.br/publicacoes/sermoes-de-spurgeon/?utm_source=youversion&utm_campaign=youversion