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A Escola De OraçãoSample

A Escola De Oração

DAY 6 OF 7

O SALMO DO CLIENTE SATISFEITO

As grandes empresas sabem que um cliente satisfeito é um propagandista sem custo. Estima-se que ele fala bem de um produto que considera bom a mais de uma dezena de pessoas, gratuitamente.

É óbvio que rotular o relacionamento com Deus como uma ‘relação de consumo’ é um sacrilégio imperdoável. Entretanto, cliente não é apenas aquele que contrata um serviço, mas, etimologicamente, também, aquele que está sob a proteção de um patrono, uma espécie de vassalo.

Por essa razão, o mesmo critério pode ser aplicado ao nosso relacionamento com Deus. Uma visão satisfatória da Sua pessoa levar-nos-á, inevitavelmente, a dividir as nossas alegrias e testemunhos.

O Salmo 95 é um salmo de ‘entronização’, um poema de um ‘cliente satisfeito’ com o seu Deus, o seu patrono, falando graciosamente e convidando outros a louvá-Lo.

Argumentos não faltam para justificar o convite, sugestivo, com a ideia de adesão.

Deus é a rocha da salvação– uma figura poética muito comum na Bíblia e que ilustra a força e fortaleza do Senhor. A expressão ‘rocha da nossa salvação’ combina as ideias de segurança e salvação. Deus é o único que dá segurança provendo salvação de perigos.

Deus é provedor – os versos introdutórios do salmo chamam a congregação a glorificar o Senhor com ações de graças, reconhecendo que Ele é a fonte de todas as bênçãos.

Deus é grande – A grandiosidade patente de Yahweh decorre da Sua superioridade sobre todos os denominados deuses pagãos. Não há competição para mensurar a Sua grandeza. Os Seus feitos são incomparáveis.

Deus é soberano – Ele tem domínio e o controlo de toda a terra. Enquanto a incredulidade movia e move pessoas a adorar ‘deuses departamentalizados’ – o povo de Israel e outros veneravam deuses que, supostamente, governavam as cavernas da terra, outros os mares; além disso pensavam que espíritos habitavam as montanhas - o salmista conclama à compreensão da única verdade relevante sobre essa realidade: Deus governa soberanamente toda a Sua criação.

Deus é criador - O criador de Israel tem autoridade porque fez todas as coisas, de forma inatingível, mas acessível parcialmente, revelando nisso o Seu interesse relacional. Francis Collins [1], citando Sheldon Vanauken disse: “Entre o provável e o provado existem hiatos. Uma fenda. Com medo de saltar, permanecemos ridículos. Então vemos atrás de nós o chão afundar e, pior, nosso ponto de vista esfacelar-se. O desespero desponta. Nossa única esperança: saltar para o Verbo que abre o universo fechado”.[1]

Deus é Pastor – Ele era pastor de Israel, e os israelitas as Suas ovelhas. No salmo 23 isso é demonstrado poeticamente. Em João 10:14, 27, Jesus assume esse papel testemunhando o conhecimento mútuo entre Ele e o Seu rebanho.

Embora o convite ao louvor seja enfático, bem argumentado, fica evidente que ele não é dirigido aos que poderiam elogiar Deus por motivações meramente religiosas ou falsas, mas aos que têm prazer no Senhor.

Richard Baxterno seu “Christian Directory” faz algumas perguntas que podem ajudá-lo a concluir se há verdadeiro prazer no Todo Poderoso:

  • O que realmente significa ter prazer em Deus?
  • Quais são os perigos de não fazermos do prazer em Deus o nosso maior objetivo?
  • Quais são os benefícios do prazer em Deus?
  • Que auxílios Deus nos deu para aumentarmos o nosso prazer n'Ele?
  • Que meditações específicas serviriam melhor para gerar o prazer em Deus e aumentar a minha alegria e satisfação n'Ele?

Respostas corretas conduzem a uma conclusão simples: não basta louvar, ou dobrar os joelhos, é preciso ouvir a voz de Deus.

Boa parte até mesmo dos crentes se inquieta com a pergunta “como ouvir a voz de Deus?”

Qualquer conhecedor iniciante da Palavra sabe que Ele fala através dos meios naturais (Salmos 19:1-4; Romanos 1:20); através de pessoas usadas por Ele (Exemplo: Natã-Davi – 2 Samuel 12:1-15); através da nossa consciência (Romanos 2:14-15); entretanto, em razão da corrupção do pecado que atinge a consciência, Ele deixou algo infalível, inerrante, suficiente e perfeito para nos guiar: a ­Sua Palavra (Isaías 55:10-11).

Precisamos aprender, num mundo tão barulhento, a eliminar ‘ruídos’ para ouvir as leis, os testemunhos e promessas que estão registrados nas Escrituras para que Deus seja glorificado nas nossas vidas:“ Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. (Romanos 15:4)

O cliente satisfeito com Deus ouve a Sua voz e não endurece o coração.

O salmista recorda com tristeza que Israel não tinha feito assim, antes havia-se rebelado contra o Senhor, causando a sua própria condenação, antecedida pela “mais longa das marchas fúnebres” (a peregrinação no deserto).[2]

Referindo-se a Massá e Meribá, palavras hebraicas que significam “provação” e “rebelião”, cunhadas por Moisés para designar Refidim, o lugar onde o povo reclamou acintosamente contra Deus pela falta de água, o poeta sacro mostrou nas entrelinhas que eles não tinham aprendido os caminhos de Deus.

Corações endurecidos, como o dos israelitas, mostram incredulidade, desconfiança, ingratidão, que irritam ao Senhor.

O "cliente" satisfeito com Deus recebe e atende ao convite para o louvor, compreendendo a sua urgência e as suas implicações eternas. O Senhor que não conhece urgências diz com misericórdia a todos eles, urgentemente, que não desprezem o Seu amor, mas que se rendam o quanto antes, evitando o justo castigo.

O Salmo 95 contém uma magistral advertência: louvor requer verdade e obediência; duas realidades que antecipam o reino dos Seus fiéis com o Senhor; e uma constatação simples: louvor e obediência são expressões pessoais, alegres e espontâneas, que se constituem numa espécie de ensaio para o grande encontro dos clientes satisfeitos, que acontecerá por toda a eternidade.

Wilson Avilla

Day 5Day 7

About this Plan

A Escola De Oração

O livro de Salmos é um grande dicionário de emoções e sentimentos. Nele está descrito todo o repertório existencial de qualquer ser humano. Eugene Peterson tem chamado essa coleção de poesias de ‘Escola de Oração’. Os salmos ensinam como orar com confiança e dependência de Deus em todos os momentos da vida, sejam de alegria ou tristeza.

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