Apaixonado Por Cristo - UPCExemplo

DIA 02 – NA PRÓXIMA ESQUINA

Texto: “Não acumuleis para vós outros tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde ladrões arrombam para roubar. Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde a traça nem a ferrugem podem destruir, e onde os ladrões não arrombam e roubam.” (Mateus 6.19 – 20)

Quem nunca idealizou alguma coisa? Seja uma faculdade, um trabalho, uma paixão, e mais, pensou que se isso ou aquilo acontecesse, seríamos completamente felizes? Invariavelmente, situações como essas, no fim das contas, dão errado. Ou pior, se tornam realidade, mas logo vemos que elas não foram, como imaginávamos, a nossa fonte de alegria perpétua. E assim, nos frustramos e pensamos que a felicidade não está no lugar onde estamos, mas logo ali, cruzando a rua, na próxima esquina.  

Estes são alguns dos maiores dramas da raça humana: a eterna insatisfação com a vida; o desejo pelo inatingível; a colocação da esperança em coisas fúteis; a priorização daquilo que não deveria ser prioridade. E esses dramas são, inclusive, um dos motes de uma das mais famosas sagas da literatura: “O Senhor dos Anéis”. Seu autor, J.R.R. Tolkien, uma vez escreveu que “O Anel de Sauron, feito de ouro e possuidor de poderes místicos, é apenas uma das várias abordagens míticas ao fato de a pessoa depositar sua vida e fé em um objeto que é sujeito à captura ou à destruição, resultando em catástrofe para ela mesma”. Poucas coisas definem melhor a condição humana, não acha?

Em Mateus, capítulo 6, vemos nas palavras de Jesus que quando nossa riqueza (a saber, não apenas bens materiais, mas nossa alegria, nossa esperança, nossa paixão) estiver nas coisas desta vida, estaremos sempre sujeitos a nos desapontarmos e, cada vez mais, nos afundarmos num poço de desânimo, longe da verdadeira felicidade.

Contudo, quando colocamos nossa alegria em Jesus, o autor e consumador de nossa fé; quando nosso prazer está em viver em sua presença a cada dia de nossas vidas, entramos em um novo patamar, no qual a vida realmente começa a ter o seu sentido pleno e verdadeiro.

Assim, quando colocamos nossa vida no altar do Senhor, o próprio prazer que as coisas deste mundo nos oferecem, começam a se mostrar como de fato o são: efêmeros e vazios. Entender que Jesus é essa fonte suprema e inesgotável de felicidade, aumenta nosso fascínio por nosso Senhor, e será um ponto fundamental em nossa luta contra o pecado e contra a nossa assimilação de coisas desse mundo.

Um dos melhores exemplos da história do Cristianismo, sobre como esse fascínio pode mudar a existência de um homem, encontra-se na vida de Santo Agostinho. Antes, um homem que vivia uma carreira cheia de prazeres que o mundo lhe poderia oferecer; depois, um homem que se converte a um seguidor de Cristo e nos dá, nas suas “Confissões”, a mostra da influência da alegria e do prazer que Jesus o proporcionou: “Como foi maravilhoso eu ficar repentinamente livre daquelas alegrias infrutíferas que antes eu tinha medo de perder! Tu as expulsaste de mim; Tu, que és a verdadeira e a soberana alegria. Tu as expulsaste de mim e ocupastes o lugar delas... Ó Senhor, meu Deus, minha Luz, minha Riqueza, minha Salvação.”

Nunca esqueça que Jesus é essa fonte suprema de satisfação. Assim como mudou completamente a existência de pessoas como Agostinho (e tantas outras), ele também está a trabalhar em sua vida. Quando ele for a sua maior alegria, acontecerá que a sua felicidade deixará de estar na próxima esquina, e passará a estar neste lugar, aqui e agora.