A BênçãoExemplo

Introdução:
Hoje, mergulharemos nas profundezas desta frase aparentemente simples: "te guarde". Descobriremos que nela está contida não apenas uma promessa de proteção, mas um convite para vivermos sob o abrigo do Altíssimo, seguros em Sua presença, confiantes em Seu cuidado infalível. É um chamado para experimentarmos a segurança suprema que só pode ser encontrada nos braços eternos de nosso Pai celestial.
I. Guardar
"O SENHOR é o teu guardador; o SENHOR é a tua sombra à tua direita." (Salmo 121:5, ARC)
A guarda de Deus não é uma proteção passiva ou distante. É ativa, íntima e abrangente. O termo hebraico usado aqui, "shamar", carrega a ideia de cercar, proteger, preservar. É a mesma palavra usada para descrever como Adão deveria "guardar" o jardim do Éden. Implica não apenas em vigilância, mas em cuidado ativo e cultivo.
Este conceito de "shamar" permeia o Antigo Testamento, revelando diferentes facetas da proteção divina:
Em Gênesis 28:15, Deus promete a Jacó: "Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores." Aqui, "shamar" implica em uma proteção que acompanha, que não está limitada a um lugar específico, mas que segue o crente em sua jornada.
No Salmo 91:11, lemos: "Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos." Neste contexto, "shamar" sugere uma proteção sobrenatural, envolvendo agentes celestiais em nossa defesa.
Em Provérbios 4:23, somos exortados: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." Aqui, "shamar" é usado para descrever nossa responsabilidade em proteger nossa vida interior, indicando que a guarda divina também envolve nossa participação ativa.
Quando Deus nos guarda, Ele não apenas nos protege de perigos externos, mas também nos preserva internamente. Ele guarda nossos corações do desânimo, nossas mentes da ansiedade, nossas almas do pecado. É uma proteção holística que abrange cada aspecto de nosso ser.
Esta guarda divina é comparada a uma sombra em nossa mão direita. No calor escaldante do deserto, a sombra é vital para a sobrevivência. Da mesma forma, a presença protetora de Deus é essencial em nossa jornada pela vida. Ele está sempre ao nosso lado, pronto para nos defender, nos refrescar, nos guiar.
Desafio: Como podemos cultivar uma consciência mais profunda da proteção constante de Deus em nossas vidas? De que maneiras práticas podemos nos "abrigar" diariamente sob Sua sombra protetora?
II. Livramentos
"Antes temereis ao SENHOR, vosso Deus, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos." (2 Reis 17:39, ARC)
A guarda de Deus se manifesta de duas maneiras principais: através de Sua providência soberana e de Sua presença constante.
Sua providência opera nos bastidores da história e de nossas vidas pessoais, orquestrando circunstâncias, fechando portas perigosas, abrindo caminhos de bênção. Como vemos em 2 Reis 17:39, Deus promete livrar Seu povo das mãos de todos os seus inimigos. Esta libertação não é apenas uma ação defensiva, mas uma demonstração ativa do cuidado providencial de Deus, que trabalha para proteger Seu povo mesmo quando eles não estão cientes do perigo.
Sua presença, por outro lado, é o conforto imediato e tangível que experimentamos em meio às tempestades da vida. É o "Eu estou convosco" de Jesus (Mateus 28:20), a realidade do Espírito Santo habitando em nós. Esta presença não nos isenta de dificuldades, mas nos sustenta através delas, como a arca protegeu Noé durante o dilúvio.
O salmista nos lembra que este Guardião divino nunca dorme. Quando fechamos nossos olhos à noite, podemos descansar seguros, sabendo que os olhos de Deus permanecem abertos, vigilantes sobre nós.
Aplicação: Como podemos desenvolver uma maior sensibilidade à providência de Deus em nossas vidas? Como podemos cultivar uma consciência mais profunda de Sua presença constante, especialmente em momentos de dificuldade?
III. A Proteção
A guarda de Deus não visa apenas nossa segurança, mas nosso crescimento e nosso testemunho. O Salmo 91 oferece uma das mais poderosas e abrangentes descrições desta proteção divina, revelando o propósito multifacetado da guarda de Deus em nossas vidas.
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará." (Salmo 91:1)
Este versículo estabelece o fundamento da proteção divina: a intimidade com Deus. O termo hebraico para "habitar" implica em permanecer, morar continuamente. Não é uma visita ocasional, mas uma residência permanente na presença de Deus.
"Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei." (Salmo 91:2)
Este versículo enfatiza a importância de declarar nossa confiança em Deus. Não é suficiente apenas acreditar; devemos verbalizar nossa fé, reconhecendo Deus como nossa única fonte verdadeira de segurança.
"Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa." (Salmo 91:3)
Aqui, vemos a proteção de Deus contra as armadilhas do inimigo (o "passarinheiro" ou "caçador") e contra doenças ("peste perniciosa"). Isto ilustra como a guarda de Deus abrange tanto os perigos espirituais quanto os materiais.
"Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel." (Salmo 91:4)
Esta bela imagem de Deus como uma ave protetora nos lembra de Sua ternura e cuidado íntimo. Sua verdade - Sua fidelidade às Suas promessas - serve como nossa defesa.
Os versículos seguintes (5-8) detalham a proteção de Deus contra vários perigos: terror noturno, flechas durante o dia, pestilência e destruição. Esta proteção é tão completa que, mesmo quando outros ao nosso redor caem, permanecemos seguros (v.7).
"Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação." (Salmo 91:9)
Este versículo reafirma a importância de fazer de Deus nossa morada. É uma escolha consciente de viver em Sua presença.
Os versículos 11-13 falam da proteção angélica e da vitória sobre inimigos poderosos, simbolizados pelo leão e a cobra. .
Os versículos finais (14-16) são particularmente poderosos, pois são apresentados como palavras diretas de Deus. Ele promete livramento, exaltação, resposta às orações, Sua presença nas tribulações, honra, vida longa e salvação. Tudo isso é prometido àqueles que amam a Deus e conhecem Seu nome.
Em essência, o Salmo 91 nos ensina que a guarda divina é abrangente, íntima e poderosa. Ela nos protege não apenas de perigos físicos, mas também de ansiedades e medos. Nos capacita não apenas a sobreviver, mas a prosperar em meio às adversidades. E, acima de tudo, nos convida a uma relação profunda e contínua com nosso Protetor divino.
Desafio: Como podemos cultivar essa intimidade com Deus que é o fundamento de Sua proteção? De que maneiras práticas podemos "habitar no esconderijo do Altíssimo" em nossa vida diária?
IV. Nossa Resposta à Guarda Divina: Confiança e Obediência
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará." (Salmo 91:1, ARC)
A promessa da guarda divina exige uma resposta de nossa parte: confiança e obediência. Não podemos experimentar plenamente a proteção de Deus se insistirmos em permanecer fora de Seu "esconderijo", se nos recusarmos a descansar "à sombra do Onipotente".
Romanos 8:31-35 nos oferece uma poderosa perspectiva sobre como podemos confiar na proteção de Deus:
"Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?"
Esta passagem nos lembra que a proteção de Deus não é baseada em nossas próprias forças, mas na fidelidade de Deus e no sacrifício de Cristo. Se Deus entregou Seu próprio Filho por nós, certamente não nos negará Sua proteção. Nenhuma acusação, condenação ou circunstância adversa pode nos separar do amor protetor de Deus em Cristo.
Paulo expressa esta confiança na proteção divina em 2 Timóteo 4:18:
"E o Senhor me livrará de toda má obra e me guardará para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém."
Este verso não apenas afirma a proteção de Deus no presente, mas estende essa proteção até a eternidade. É uma declaração poderosa de confiança na guarda contínua e abrangente de Deus.
A oração se torna uma força vital neste processo de confiança. Através da oração, expressamos nossa dependência de Deus e nos alinhamos com Sua vontade protetora. A oração não é um meio de convencer Deus a nos proteger, mas uma forma de nos posicionarmos sob Sua proteção já prometida.
Confiar na proteção de Deus não significa passividade. Pelo contrário, é um chamado à obediência ativa. Assim como os israelitas estavam seguros enquanto seguiam a nuvem no deserto, estamos mais seguros quando caminhamos nos caminhos de Deus. Sua lei não é uma restrição à nossa liberdade, mas uma cerca de proteção ao redor de nossas vidas.
Esta confiança e obediência nos permitem viver em um estado de "oração sem cessar" (1 Tessalonicenses 5:17). Cada momento se torna uma oportunidade de nos refugiarmos em Deus, de buscarmos Sua proteção, de nos submetermos à Sua vontade. Vivemos em um diálogo constante com nosso Guardião divino, atentos à Sua direção, sensíveis à Sua correção, gratos por Seu cuidado incessante.
Aplicação: Como podemos cultivar uma confiança mais profunda na proteção de Deus, especialmente à luz de Romanos 8:31-35? De que maneiras práticas podemos demonstrar obediência como uma resposta à Sua guarda? Como podemos transformar nossa vida diária em uma "oração sem cessar", constantemente buscando e reconhecendo a proteção de Deus?
Conclusão:
"Mas o Senhor é fiel, o qual vos confirmará e guardará do maligno." (2 Tessalonicenses 3:3, ARC)
"Te guarde" - nestas duas palavras, descobrimos o coração de um Deus que não apenas nos cria e nos redime, mas que se compromete a nos proteger a cada passo de nossa jornada. A guarda de Deus não é uma promessa vaga, mas uma realidade poderosa que molda nossa existência.
Lembremos as palavras de Jesus: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem. E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão" (João 10:27-28, ARC). Nesta promessa, vemos a proteção suprema que Cristo oferece - uma guarda que se estende além desta vida e alcança a eternidade.
Que possamos viver cada dia na consciência desta proteção divina, com os olhos abertos para reconhecê-la em todas as suas formas, com corações confiantes para descansar nela, e com vidas obedientes que permanecem no centro de Sua vontade. Que nossas vidas se tornem um testemunho vivo do Deus que guarda, um reflexo de Sua proteção fiel em um mundo cheio de perigos.
Portanto, ao sairmos daqui hoje, que possamos viver como um povo guardado - confiantes em meio ao perigo, corajosos em face da adversidade, em paz mesmo nas tempestades. Que cada passo que damos seja uma declaração de confiança no Deus que nos guarda, cada palavra que falamos um testemunho de Sua proteção fiel, cada ação que realizamos uma expressão de gratidão pelo Seu cuidado incessante.
E que, ao final de nossa jornada, possamos olhar para trás e ver o rastro da fidelidade de Deus, reconhecendo como Ele nos guardou em cada vale, nos protegeu em cada montanha, nos guiou através de cada deserto. Que possamos então ouvir as palavras do Mestre: "Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor" (Mateus 25:21, ARC).
Amém.
As Escrituras
Sobre este Plano

Ao explorarmos a primeira palavra da Bênção Aarônica, "O SENHOR", descobriremos que este Nome é mais do que letras em uma página. É um portal para a própria natureza de Deus, um chamado para conhecê-Lo como Ele verdadeiramente é.
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Gostaríamos de agradecer ao Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém em Pindamonhangaba por fornecer este plano. Para mais informações, visite: www.adbelempinda.org