40 Dias Com TiagoExemplo

Você acha que vale tudo por dinheiro? O que pode ou não pode?

Tiago criticava severamente os ricos de seu tempo. Na nossa geração, a riqueza é

um ídolo. Todo ídolo requer sacrifícios, e, por isto, muitas pessoas abrem mãos de

valores éticos, trocando-os pelo status de “ser rico”.

Outra coisa que Tiago questionava naqueles homens era a negligência.

Negligência vem do latim “negligentia”, que expressa falta de cuidado, desatenção,

preguiça. Tem a ver com desleixo, descuido, falta de zelo, falta de aplicação ao

realizar determinada tarefa, e agir com irresponsabilidade ao assumir um

compromisso. Os ricos eram negligentes com seus trabalhadores.

Trabalhar nas terras de ricos proprietários era comum no tempo de Tiago, tal como

hoje. Os trabalhadores lavravam as terras, semeavam, cuidavam da colheita e

ceifavam. Para a ceifa, eram contratados temporariamente, recebendo pelo dia de

trabalho e, terminada a tarefa, eram dispensados. Como diaristas ou "jornaleiros"

tinham suas atividades e salários regulados pela lei de Moisés (Deuteronômios

15.18; 24. 14-15; Levíticos 19.13). Malaquias 3.5 mostra claramente que este é um

dos pecados contra o qual Deus será testemunha veloz. Aqui está o ponto que Tiago

tem em mente: os ricos estavam desobedecendo a Deus e explorando os

trabalhadores ao não lhes pagar um salário justo. Veja um exemplo em

Deuteronômio 24.15: "Paguem-lhe o seu salário diariamente, antes do pôr-do-

sol, pois ele é necessitado e depende disso. Se não, ele poderá clamar ao

Senhor contra você, e você será culpado de pecado".

Tiago lembra àqueles ricos que o salário dos seus ceifeiros seria outra testemunha

de acusação, além das ferrugens que corroeram seus bens. Além do acúmulo, é

denunciada a forma utilizada para alcançá-lo: Preferirem que as traças e a ferrugem

consumissem seus bens do que pagar um salário digno aos trabalhadores.

Cumprir o que era correto e óbvio era o grande problema daqueles homens, e não o

fato de serem ricos, mas o que faziam e como utilizavam a riqueza que tinham em

suas mãos. A idolatria de ter nos faz negligenciar o outro. A Bíblia não proíbe

ninguém de ser rico, mas condena adquirir riquezas por meios ilícitos e para fins

ilícitos (Amós 2:6; Isaías 5:8). Deus se importa com a origem, o meio e destinação

dada à riqueza.

Provérbios 21:6 nos mostra o perigo de se ganhar dinheiro por meios ilícitos: “Fazer

fortuna por meio da mentira é vaidade e armadilha mortal”.

Pergunta para reflexão:

Como você acha que Deus lida com o dinheiro que foi obtido de forma desonesta?

Deus detesta quando alguém consegue recursos negligenciando o direito do outro:

“O Senhor detesta pesos adulterados, e balanças falsificadas não o agradam”

(Provérbios 20:23).

O dinheiro adquirido sem usurpar o direito do outro é o que agrada ao Senhor: “O

Senhor repudia balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer”.

(Provérbios 11:1).

Paulo Freire (educador brasileiro) disse que: “Quando a educação não é libertadora,

o sonho do oprimido é ser o opressor”. Eu o parafraseio dizendo que: “Quando o

Evangelho não é libertador, o sonho do oprimido é ser o opressor”. Deus ouviu o

lamento dos necessitados. Não ficou inerte diante do clamor do povo de Israel sendo

escravizado no Egito (Êxodos 3:7). Haverá justiça no dia do juízo final. O Pr. Russel

Shedd disse algo muito interessante: “A injustiça social frequentemente não fere a

consciência dos homens, mas provoca a ira de Deus”.

Não coloque a mão em recursos que são adquiridos de forma ilícita, pois vai destruir

você. Tenha a coragem de avaliar a sua vida reconhecer se você tem negligenciado

alguma situação ou alguém à sua volta.

Conclusão:

Está devendo alguém? Pare de negligenciar e pague. Tem alguém ao seu lado

precisando de ajudar? Se pode, ajude. Está se envolvendo em negócios ilícitos,

negligenciando toda a vontade de Deus para sua vida? Pare hoje mesmo.

Decida:

Parar de negligenciar!