40 Dias Com TiagoExemplo

Você já falou algo que te colocou em uma grande enrascada? Pode compartilhar?

Como vimos na semana passada, Tiago traz orientações e correções aos que

queriam ser mestres e denuncia os pecados cometidos com a língua, o principal

instrumento de trabalho dos mestres, exortando-os a mostrar sua sabedoria com

obras, e não com discursos vazios. Tiago nos ensina um princípio valioso se não

quisermos pecar com nossa fala:

A sua língua precisa ser domada.

Tiago faz algumas comparações para percebermos a importância de dominarmos a

nossa língua. No versículo 3 ele usa o exemplo do freio no cavalo. No versículo 4

usa o exemplo do leme nos navios. Tiago faz um contraste entre o freio (pequeno)

que controla todo o cavalo, o pequeno leme que controla todo um grande navio, em

relação a língua que também é pequena e pode causar grandes estragos. A

semelhança do freio do cavalo e do leme do navio, a língua é pequeno órgão,

contudo capaz de feitos desproporcionais a seu tamanho.

Vamos perceber os contrastes feito por Tiago. A língua é um pequeno órgão (como

o leme é pequeno, a língua é como uma simples fagulha, mas os resultados são: um

fogo capaz de incendiar toda a vida (V.6), um mundo de iniquidade (V.6), algo que

contamina a pessoa por inteiro (V.6), ela é indomável (V.8), mal incontrolável (V.8),

cheia de veneno mortífero (V.8). Veja as imagens que Tiago usa para falar da

seriedade do que falamos.

Alguns cuidados sobre a língua:

V.5 – “A língua se vangloria de grandes coisas”. A vangloria é um problema. É

quando chamamos a glória para nós. Nos gabamos do que chamamos de grandes

feitos, mas Tiago faz questão de nos lembrar que nós perdemos até para o cavalo,

pois ele é dominado pela boca e nós não conseguimos domar um pequeno órgão do

corpo.

V.5 – “Um bosque é incendiado por uma simples fagulha”. Um grande incêndio

só precisa de um palito de fósforo ou um resto de cigarro para começar e ficar

incontrolável. Temos que tomar cuidado até com as pequenas coisas que falamos,

algo pequeno pode se tornar algo enorme.

V.6 – “A língua é um mundo de iniquidade”. Existe muita maldade no que

falamos, ela é um mundo de possibilidades de iniquidades. Inclusive podemos

passar a vida inteira presos por problemas causados pela nossa língua. Tiago diz

que ela “Incendeia todo o curso de sua vida”. Existem pessoas que sofrerão a

vida inteira por conta de suas falas.

A ideia de Tiago é que assim como o freio determina a direção do cavalo, e o leme,

do navio, a língua pode determinar o nosso futuro. Por isso precisamos domá-la.

Tiago coloca a ideia de domar a língua como algo extremamente difícil, custoso. Ele

não está dizendo que não é possível dominar a língua e por isso devemos nos

entregar a ela, mas que ninguém consegue por sua humanidade dominar sua língua,

precisamos da graça de Deus, da ajuda do Espírito Santo. Se não controlarmos a

nossa língua, seremos como um navio sem leme e sem direção. Vamos nos

arrebentar nos rochedos, vamos nos destruir e ainda destruir quem está perto de

nós.

Nossa oração deve ser a mesma de Davi em Salmos 141.3: “Coloca, Senhor, uma

guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios”.

Provérbios também chama a nossa atenção para domarmos a nossa língua: “A

boca do justo é fonte de vida, mas a boca dos ímpios abriga a violência”.

Provérbios 10:11.

Pergunta para reflexão:

Como podemos domar nossa língua?

O filósofo Sócrates nos oferece um caminho. Ele nos convida a passarmos qualquer

assunto pelas 3 peneiras.

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:

– O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

– Três peneiras? – indagou o rapaz.

– Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é

um fato? Caso tenha ouvido falar, mas não tem certeza da sua veracidade, a coisa

deve morrer aqui mesmo.

– Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a

BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o

caminho, a fama do próximo?

– Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela

terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a

comunidade? Pode melhorar o planeta?

Arremata Sócrates:

– Se passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você iremos nos beneficiar.

Caso contrário, esqueça e enterre tudo!

Conclusão:

Peça a ajuda do Espírito Santo para domar a sua língua de forma que haja sempre

verdade, bondade e necessidade.