O Fascinante Amor de DeusExemplo

DEUS OLHANDO NO ESPELHO

Nunca vou esquecer o dia que meu coração foi aquecido por uma verdade. Estava no seminário, sentado em uma cadeira, ouvindo a professora falar sobre os primeiros capítulos de Gênesis. Ela disse: “quando Deus estava diante do homem que acabara de criar, é como se estivesse diante de um espelho, onde Deus podia contemplar toda a sua glória”.

Naquela aula, minha vontade era levantar e dar pulos de alegria. Que verdade preciosa, que conhecimento profundo! Deus criou o homem conforme a sua imagem e semelhança. Há características do próprio Deus que ele quis compartilhar apenas com a humanidade, não podem ser vistas em nenhum outro lugar na criação. Deus podia contemplar sua beleza!

Os reis da antiguidade costumavam espalhar imagens de si por todo o reino. Essas estátuas eram símbolo de sua autoridade e presença em todos os lugares. Deus agora tinha suas próprias esculturas feitas a mão, mas não de pedra e sem vida, como de outros reis, mas homens e mulheres que carregam verdadeiramente a sua imagem, autoridade e presença. Por que ele nos criou assim? Porque Deus queria se relacionar com cada um de nós no nível íntimo e pessoal. Somente através de um relacionamento profundo e verdadeiro seria possível comunicar todo o amor que ele queria transbordar sobre nós.

Talvez você tenha ou já teve um pet. É uma experiência incrível. Só quem conhece a festa de um cachorrinho quando o dono chega em casa sabe do que estou falando. É um relacionamento de muita entrega, amor e companheirismo. Mas, apesar disso tudo, não deixa de ser um relacionamento raso, quando comparado com aquele que desenvolvemos com outros seres humanos. Entre iguais, o relacionamento é mais profundo, há identificação, empatia, compaixão. É outro nível!

Quando Deus coloca sua imagem no homem, abre-se uma fascinante porta para conhecer a profundidade de seu amor. Deus se relaciona com toda a criação, mas com o homem há algo de mais íntimo, mais pessoal, há identificação, há compaixão da parte de Deus por nós. Ele queria comunicar todo o seu amor, mas sabia que, se o homem não fosse seu reflexo, nunca poderia compreendê-lo bem. Seria profundo demais para uma criatura rasa.

Querendo que participássemos de sua intimidade, fez de nós seus filhos. E, como filho, que carrega não apenas a fisionomia, mas também características e comportamentos de seu pai, recebemos dele não apenas um corpo, mas também autoridade e capacidade para amar. É um espelho: olhar para ele, faz-nos compreender quem somos.

Deus desejou ardentemente que homem e mulher experimentassem o que é a alegria divina, o contentamento que existe entre Pai, Filho e Espírito Santo. Ele queria que entrássemos na sua brincadeira de roda e dançássemos ao som de suas canções. Mais do que amigos, ele nos chamou para fazermos parte de sua família, sentarmos à sua mesa, ouvirmos suas histórias e compartilharmos suas riquezas. Por quê? Temos algo interessante para oferecer àquele que é dono de tudo? Não! Simplesmente porque ele nos amou. Que fascinante!