Guerras e Rumores de GuerrasExemplo

Um fim para a dor

Pouco depois da sua formatura no ensino médio, meu pai entrou para a Marinha dos Estados Unidos e cumpriu duas missões no Vietnã. Até hoje, quando perguntado sobre suas experiências na guerra, ele diz apenas “Eu distribui flores.” Com base nos documentários que já assisti, não consigo imaginar o que meu pai viveu.

Nem meus amigos. Um companheiro de time, da América Central, foi sequestrado quando criança e forçado a se tornar um soldado mirim nas florestas de seu país. Outro colega, da Bósnia, em inglês ruim, listou todos os familiares que havia perdido na Guerra da Bósnia: “Pai, irmão, tio…” Ainda outras pessoas da minha igreja vivem com o trauma que adquiriram nos anos de Iraque e Afeganistão.

A guerra é um inferno. Foi o que disse o general da Guerra Civil, William Tecumseh Sherman. Tecnicamente, ele estava errado, mas ele não errou por muito. Se o inferno é a completa ausência de Deus e suas bênçãos, viver numa zona de guerra sem conforto, segurança ou paz, é um vislumbre dos horrores da vida sem Deus. Sempre que eu leio as histórias dos refugiados dormindo no chão, tentando acalmar os bebês inquietos enquanto processam seus próprios traumas, eu sinto um gostinho da natureza infernal da guerra.

Jesus foi sincero sobre isso. Em Mateus 24, Jesus disse: “Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Tudo isso será o início das dores.” (versos 6-8).

Dores. Se você já sentiu dor, sabe que ela é torturante. Jesus escolheu essa figura de linguagem para descrever a vida em um mundo afetado pela guerra, evitando disfarçara maldade da humanidade. O que algumas pessoas fazem por poder, riquezas e terras, deixa os anjos chorando. Que nós choremos com eles também. (Romanos 12:15).

Mas ao escolher a dor como analogia, Jesus também estava fazendo uma promessa. Sim, a dor é torturante, mas ela tem um propósito. Ela nos leva a algo melhor. Em outras palavras, há um fim para essa dor. Leia Mateus 24:3-14 e você vai notar que “o fim” é o que Jesus tem em mente quando ensina sobre as guerras deste mundo, uma frase que ele usa no verso 3, verso 6, verso 13 e verso 14.

No “fim,” as guerras terão fim. Os rumores de guerra terão fim. As invasões terão fim. A fome terá fim. Ditaduras implacáveis terão fim. O choro, o lamento e a morte terão fim. O pecado e todas as suas consequências terão fim. Porque naquele dia, o Último Dia, aquEle que é o Início e o Fim vai aparecer e o mal vai ter fim de uma vez por todas.

Então mesmo que as sirenes estejam soando em sua cidade, alertando para que busque abrigo, ou se as manchetes do dia estiverem alarmando seu coração, lembre-se de como a história de Deus termina. Termina com um nascimento tão lindo, que as dores do parto da história humana não se comparam a ele (Romanos 8:18). Até que esse momento glorioso chegue, ore por força para perseverar, para respirar e romper em fé.

Em nosso último devocional, eu contei sobre um jovem imigrante que estava comigo na igreja e orou por seu povo, que estava lutando para sobreviver. Depois do seu amém, nossa igreja se levantou para orar o Pai Nosso, quando uma das frases chamou minha atenção: “Livra-nos do mal.”

Em um instante, a agonia termina e a celebração começa. Senhor, livra-nos do mal! Senhor, livra-os do mal! “Amém. Vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22:20).