Guerras e Rumores de GuerrasExemplo

Comece com Deus

Eu estava me segurando emocionalmente até aquele rapaz orar pelo “meu povo.” Estávamos no momento de oração pós-sermão, comum em nossa igreja, mas dessa vez um convidado especial estava ao meu lado, em frente à congregação. Ele era um imigrante de vinte e poucos anos, cujo país de origem havia sido invadido há pouco tempo e estava em grande perigo. O lar da infância desse rapaz estava em uma zona de guerra. Sua família estava lá também. Então ele nos guiou em oração por aquela zona de guerra. Suas palavras começaram com verdades genéricas sobre Deus, sua misericórdia e poder, mas, aí, a oração ficou específica. “Nós oramos, Senhor, pelo meu povo.”

Aquela pequena palavra, “meu”, me pegou de jeito. O povo dele estava correndo para abrigos antibomba, deixando seus animais de estimação, e tudo que tinham, para trás, esperando que seus familiares não estivessem entre os mortos. Meu povo estava sentado em cadeiras acolchoadas na igreja, tomando café e combinando onde tomariam o brunch depois do culto. O nítido contraste entre o povo dele e o meu, entre fugir de bombas e tomar um brunch, foi um momento que eu não vou esquecer tão cedo.

Eu não sei quais são as manchetes do dia em que você está lendo isso. No meu caso, elas são alarmantes. Pessoas estão morrendo. Acordos de paz estão falhando. Ameaças estão se intensificando. Uma guerra começou, e os rumores de algo catastrófico não parecem irracionais. Se já é tão ruim ler as manchetes, não consigo imaginar como é vivê-las.

Mas antes que esse medo me faça esquecer do que eu acredito, eu pego minha Bíblia. Porque “guerras e rumores de guerras” é um assunto que já foi citado por Jesus. “Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo.” (Mateus 24:6).

Parece irreal, não parece? Como podemos não ficar alarmados quando mulheres grávidas estão dando à luz em abrigos antibomba, a economia global está em queda e o mal parece estar ganhando? Resposta: Você começa onde meu amigo imigrante começou. Você começa com Deus.

Lembre-se da oração dele. Ele, intencionalmente, não começou com “meu povo.” Ele começou com “Nosso Pai.” Antes de ele entrar nas especificidades de sua terra natal em guerra, ele reviu as verdades gerais sobre o Deus que governa todas as terras. Primeiro, pense sobre o caráter de Deus, o poder de Deus, a misericórdia de Deus, e só depois você estará pronto para ler as manchetes sem deixar que elas roubem a paz que excede todo entendimento.

Talvez você possa fazer a mesma coisa hoje. Quaisquer que sejam as notícias alarmantes que aparecem no seu telefone (ou na porta da sua casa), você pode listar tudo que você sabe sobre Deus. Pense em quem Ele é, o que Deus sabe, o que Deus faz e o que Deus já fez. Pense na presença de um bom Pai, a promessa da ressurreição, e o poder do Espírito que habita no coração de todo cristão. Não faça a lista com pressa, porque a paz interior precisa que ela seja longa.

Por fim, ore para que o Espírito Santo faça com que aqueles que vivem em meio à guerra se lembrem dessas mesmas verdades, não importa o quão turbulento esteja o mundo deles. Ore para que as palavras de Jesus acalmem seus corações alarmados: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33).