Redimidos pelo Cordeiro Precioso

A carta de 1 Pedro é uma rica fonte de ensinamento sobre a redenção em Cristo, especialmente na seção de 1 Pedro 1:18-21. Pedro fala aos crentes sobre a sua libertação da "vã maneira de viver", adquirida não com coisas perecíveis como prata ou ouro, mas com o precioso sangue de Cristo, "como de um cordeiro sem defeito e sem mácula". Este trecho está intrinsecamente ligado à celebração da Páscoa, que é o pano de fundo da redenção cristã.

A Páscoa judaica, que comemora a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, é marcada pelo sacrifício de um cordeiro sem defeito. O sangue do cordeiro era aplicado nos umbrais das casas dos israelitas, protegendo-os do anjo da morte. Esta imagem do cordeiro é um tipo, uma prefiguração de Cristo, que Pedro agora aplica a Jesus, chamando-O de "Cordeiro sem defeito e sem mácula". A festa da Páscoa judaica apontava para a libertação mais ampla e profunda trazida por Cristo. Jesus é o cumprimento do cordeiro pascal; Sua morte é o sacrifício final e completo que redime os crentes do pecado. Com a morte de Jesus, a Páscoa adquire um novo significado: não mais apenas a libertação da escravidão física, mas a redenção do pecado e a promessa da vida eterna.

Pedro destaca que esta salvação estava nos planos de Deus desde antes da criação do mundo e que foi manifestada nos últimos tempos para nosso benefício. Os crentes, por meio de Cristo, creem em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu glória. Assim, a fé e a esperança dos crentes estão em Deus. Na celebração da Páscoa cristã, que é a Ceia do Senhor, os cristãos comemoram não só a libertação do Egito, mas a redenção realizada por Cristo. A Ceia do Senhor é uma celebração e uma proclamação da morte redentora de Cristo, até que Ele venha.

Portanto, ao nos aproximarmos da Páscoa, somos convidados a refletir sobre o imenso preço pago por nossa redenção e a reorientar nossas vidas em resposta a essa maravilhosa graça, vivendo com temor reverente e com uma alegria que transcende as circunstâncias, pois nossa esperança está firmemente ancorada na obra consumada do Cordeiro precioso de Deus.

Na aplicação prática desta verdade, os cristãos são chamados a viverem de maneira que honre o sacrifício do Cordeiro precioso. Isso significa rejeitar a antiga maneira de viver do pecado que escraviza e viver uma vida marcada pela santidade, obediência e amor fraternal. A lembrança constante da redenção que Cristo trouxe deve transformar a maneira como vivemos, como nos relacionamos com os outros e como encaramos as dificuldades da vida.