Paz Em Meio Ao Caos - Para Corações AnsiososExemplo
Dia 4 - Olhos fitos em Jesus
Eu me identifico com Pedro. Muitos o criticam pelo momento da negação, que foi crucial em sua vida. Mas, a vida deste discípulo e, futuramente pastor, foi muito marcante. Homem impulsivo, mas sempre disposto a agir. Apressado em atitudes e palavras, mas com o coração moldável, sempre reconhecendo, em última instância, sua pequenez perante Cristo.
O episódio retratado no versículo do início desta devocional é um dos meus preferidos de sua trajetória, pois ali Pedro fez o que ninguém mais ousou: foi em direção ao mestre sem se apoiar na segurança da lógica. Não fazia sentido andar sobre as águas, mas se Jesus estava fazendo aquilo, ele quis fazer também, e não pensou duas vezes para descer do barco.
O que acontece em seguida é o que irei nomear de ansiedade. Meu pastor costuma dizer que ansiedade é sinônimo de mente dividida, é viver no presente com os olhos e o coração no futuro. No primeiro momento, Pedro estava indo bem e realizou um prodígio que nenhum outro ser humano foi capaz de repetir. Mas, quando sentiu a força do vento, sua mente se projetou para o futuro. Ao invés de pensar: “o meu Cristo está comigo, pouco importa a força do vento”, seu coração vacilante se preocupou em cair e afundar.
Consegue encontrar o momento do erro? Ele tirou os olhos de Jesus. E quando nós mudamos o foco, nossos passos também mudam de direção. É nesse momento que a fé entra em crise, pois sabemos que Deus está conosco, mas vacilamos na resposta prática. Cremos que Deus está no controle de todas as coisas, mas não conseguimos confiar que Ele é capaz de suprir nossas necessidades urgentes. E então, começamos a afundar.
Afundamos no medo, no desespero, na mágoa, no desânimo. Afundamos em pensamentos, sentimentos e ações. E, como nosso coração ainda luta contra o pecado, ao invés de nos apegarmos à cruz, olhamos para Cristo com indignação: como Ele pode ser capaz de me deixar afundar?
Neste ponto de nossa jornada, creio ser propício dizer que a ansiedade é mais do que um sentimento, mas sim a exteriorização de um problema maior, relacionado à nossa fé.
Enquanto sentimento, pode ser passageiro e influenciado por situações comuns que a vida traz. Mas, quando se torna recorrente, deixa de ser um sentimento e passa a ser um parasita em nossas vidas. E nós, enquanto hospedeiras desse mal, nos sentimos aprisionadas, sem controle de nossas atitudes e reações.
Percebe porque a resposta de Cristo, chamando Pedro de “homem de pouca fé”, é certeira? Viver com Ele é viver pela fé. Não há atalhos e nem segundas opções. Ou confiamos, ou afundamos.
A única solução para sair desse limbo é repetir as palavras de Pedro: “Salva-me, Senhor!”. E, assim que Ele estender a mão, devemos agarrá-la com toda a nossa força e permanecer assim até o fim. Cristo não é um bote salva vidas que nos leva de volta para a terra firme. Ele próprio é a terra firme. Por isso, não faz sentido buscá-lo apenas quando estamos afundando, para em seguida dizer “ok, obrigada, a partir de agora consigo ir sozinha”, como uma criança aprendendo a andar de bicicleta sem rodinha. A vida cristã é mais séria do que isso, exige maturidade espiritual e enquanto não encararmos esta realidade, seguiremos dominadas por nossa mente ansiosa e dividida.
Nosso desafio para hoje é declarar à nossa alma: aquieta aí! Se acalma, Deus está cuidando. Ele continua no trono, soberano, perfeito e cheio de todo o amor. Confia, não vacila!
As Escrituras
Sobre este Plano
Este plano de devocionais tem o objetivo de auxiliar a jornada de corações ansiosos que buscam cura e alívio para a alma, por meio da própria Palavra de Deus. Nestes 10 dias, lembraremos que Cristo é a rocha firme onde podemos depositar nossa fé e a nossa constante paz em meio ao caos.
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Gostaríamos de agradecer ao Graça em Flor por fornecer este plano. Para mais informações, visite: https://gracaemflor.com/