E pediu para si a morteExemplo
Moisés e os setenta
Mais importante do que vermos o pedido de socorro de Moisés, ou mesmo seu grande medo de ter seu sonho frustrado, é vermos a atuação de Deus no cuidado do Seu servo, por meio de algo prático: a escolha de setenta pessoas para o apoiarem. Uma solução simples para o problema que Moisés apresentava, mas que ele mesmo não havia pensado como possibilidade — a delegação de funções para que o peso da tarefa não caísse somente sobre ele.
Porém, por mais simples que a solução tenha sido, a ação divina foi particularmente especial e instrutiva. E somente poderemos compreender isso, e ver a importância do exemplo da ação preventiva de Deus com Moisés, se entendermos que o sofrimento pelo qual Moisés passou não é tão raro quanto poderíamos pensar. São muitos os líderes que vivem presos a um apego à sua função, que não conseguem enxergar a necessidade de delegarem atividades e responsabilidades.
Em um artigo sobre suicídio de pastores e líderes, Cleydemir Santos lembra que o sentimento apresentado por Moisés é bastante comum na vida pastoral, especialmente nos dias de hoje: “Este sentimento acompanha a vida de todo pastor e de todo líder, principalmente em uma época em que tudo tem que acontecer tão rápido e os resultados têm que vir em números e estatísticas”.
Assim, por mais que a história de Moisés seja de milhares de anos atrás, a cada dia ela se torna uma lição mais atual, em decorrência do aumento na cobrança que os pastores sentem sobre si. Uma cobrança que é sentida como um verdadeiro peso — tal como Moisés expressou — e que, infelizmente, muitas vezes termina com o suicídio de pastores.
Contra isso é fundamental que padres, pastores e pastoras, como lembra Marcelo Perpétuo, “tenham mentores, mentoras ou supervisores, supervisoras para manter um estado de prevenção e cuidado, ajudando-os
nas questões pessoais e sendo companheiro e companheira”. Assim, deve-se ter uma rede de apoio para se “evitar o isolamento do trabalho religioso, que é prejudicial para a saúde mental”.
Hoje, fica cada vez mais evidente que a depressão, considerada pela OMS como sendo o “mal do século XXI”, vem marcando presença na vida de pastores e líderes. Estes não somente não estão isentos deste mal, mas também estão entre os mais afetados, de modo que, como bem apontou João Rainer Buhr, “o número de pastores que sofrem de depressão” e que acabam morrendo por suicídio “tem crescido tanto no Brasil quanto nos EUA”.
O sofrimento dos pastores, portanto, precisa ser visto e precisa ser tratado. Já não há mais como permanecermos naquela ilusão de que os pastores são pessoas isentas de problemas, pois tal visão nunca será realidade e, se for defendida, apenas tornará os problemas dos pastores ainda mais pesados e difíceis de serem admitidos e tratados. Portanto, é fundamental que venhamos a ver a verdade nua e crua, a fim de favorecermos a prevenção contra o suicídio pastoral. Uma verdade que precisa considerar o sofrimento de pastores, superando um tabu que ainda existe nas igrejas a respeito do sofrimento pastoral.
As Escrituras
Sobre este Plano
Para além dos casos de suicídio na Bíblia, há também os casos de prevenção ao suicídio: pessoas que quase desistiram, chegando ao ponto de pedirem para si a morte, mas que foram amparadas e cuidadas por Deus. Este plano de leitura traz a história de Moisés e fala sobre o cuidado de Deus na vida deste grande homem. Comece agora!
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