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George WhitefieldExemplo

George Whitefield

DIA 2 DE 14

1. Primeiramente, abordarei o que está implícito nas palavras “andou com Deus”; ou, em outras palavras, o que devemos entender por andar com Deus.

A) Andar com Deus implica que o poder predominante da inimizade do coração de uma pessoa é retirado pelo bendito Espírito de Deus. Talvez possa parecer uma afirmação severa para alguns, mas a nossa própria experiência comprova diariamente o que as Escrituras afirmam em muitos lugares: que a mente carnal, a mente do homem natural não convertido, ou melhor, a mente do próprio regenerado, enquanto qualquer parte dele permanece não renovada, é inimizade — não apenas um inimigo, mas inimizade em si — contra Deus, de modo que não se sujeita à Sua lei, nem deveras poderia fazê-lo.

De fato, podemos questionar que qualquer criatura, especialmente a adorável criatura que é o homem, feita à própria imagem do seu Criador, pudesse ter alguma inimizade, menos ainda uma inimizade prevalente, contra o próprio Deus em quem ela vive, se move e tem sua existência. Porém, infelizmente é assim. Nossos antepassados a contraíram quando foram destituídos da glória de Deus ao comerem do fruto proibido, e seu amargo e maligno contágio sobreveio e se disseminou por toda a sua posteridade. Essa inimizade se revelou no esforço de Adão para esconder-se entre as árvores do jardim.

Ao ouvir a voz do Senhor Deus, em vez de correr com o coração aberto, dizendo “Aqui estou”, infelizmente ele não quis comunhão com Deus; e, mais ainda, revelou sua inimizade recém-contraída, desculpando-se com o Altíssimo: “A mulher (ou esta mulher) que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”. Assim dizendo, na prática, ele coloca toda a culpa em Deus, como se dissesse: “Se tu não me tivesses dado esta mulher, eu não haveria pecado contra ti; assim, podes agradecer a ti mesmo pela minha transgressão”.

Essa inimizade funciona da mesma maneira no coração dos filhos de Adão. Eles encontram continuamente algo contra Deus e lhe perguntam: “Que fazes?”. Em seu excelente tratado sobre o pecado que vive dentro de nós, o sábio Dr. Owen diz: “Ele zomba de um oponente não menor do que o próprio Deus”. Seu comando é semelhante ao dos assírios em relação a Acabe — atirar flechas somente no rei — e ataca tudo que tem aparência de verdadeira piedade, como os assírios atiraram flechas em Josafá vestido com seus trajes reais.

Porém, a oposição cessa ao descobrir que é apenas uma aparência, como quando os assírios pararam de atirar em Josafá ao perceberem que não era em Acabe que estavam atirando. Essa inimizade se revelou no amaldiçoado Caim; ele odiou e matou seu irmão Abel porque este amava ao seu Deus e era favorecido por Ele de maneira peculiar. E essa mesma inimizade governa e prevalece em todo homem naturalmente descendente de Adão. Daí a aversão à oração e aos santos deveres encontrados em crianças e, muito frequentemente, em adultos ainda não abençoados com uma educação religiosa.

E todo aquele pecado e perversidade expostos, que inundaram o mundo como um dilúvio, não passam de muitos rios que fluem dessa terrível fonte contagiosa — estou falando de uma inimizade do coração do homem desesperadamente perverso e enganoso. Aquele que não consegue estancar isso nada sabe ainda, de maneira salvadora, acerca das Sagradas Escrituras ou do poder de Deus. E todos os que sabem disso reconhecerão prontamente que, antes de uma pessoa poder ser considerada como alguém que anda com Deus, o poder predominante dessa inimizade de coração precisa ser removido, porque pessoas que nutrem mútua inimizade e ódio irreconciliáveis não costumam andar e ficar juntas.

Atentem quando eu digo que o poder predominante dessa inimizade precisa ser removido, porque sua presença nunca será totalmente removida até curvarmos a cabeça e rendermos o espírito. Sem dúvida, o apóstolo Paulo fala de si mesmo, não quando era fariseu, mas verdadeiro cristão, ao declarar: “ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim”; não no sentido de ter domínio sobre ele, mas opondo-se e resistindo às suas boas intenções e ações, de modo que ele não conseguia fazer as coisas que gostaria, com a perfeição que o novo homem desejava. Isso é o que ele chama de pecado habitando nele.

“E isso é o phronhma sarko (usando as palavras do nono artigo de nossa igreja): alguns expõem a sabedoria; alguns, sensualidade; alguns, a simulação; alguns, o desejo — todos esses, da carne, que permanece, sim, nos regenerados”. Porém, seu poder predominante é destruído em toda alma verdadeiramente nascida de Deus e gradualmente mais e mais enfraquecida à medida que o crente cresce em graça e o Espírito de Deus conquista uma influência cada vez maior sobre o coração.

As Escrituras

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Sobre este Plano

George Whitefield

George Whitefield foi um dos ministros cristãos mais dinâmicos e conhecidos do século 18. Os jornais da época o chamavam de “maravilha da era”. Foi o ministro da igreja Anglicana que, com sua personalidade e habilidade oratória, teve participação fundamental no movimento que ficou conhecido como “O Grande Despertamento”.

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