George WhitefieldExemplo
B) Por ser honroso, é agradável andar com Deus. O mais sábio dos homens nos disse que “Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz”. E me lembro do que, prestes a expirar, o piedoso sr. Henry disse a um amigo: “Você ouviu as palavras de muitos moribundos e estas são as minhas: uma vida empreendida em comunhão com Deus é a vida mais agradável do mundo”.
Tenho certeza de que posso confirmar que isso é verdade. De fato, estou sob a bandeira de Jesus há poucos anos, mas desfrutei de um prazer mais sólido em um momento de comunhão com o meu Deus do que teria, ou poderia ter, desfrutado nos caminhos do pecado, ainda que houvesse continuado neles durante milhares de anos. Não posso apelar a todos vocês para que temam e andem com Deus, por isso ser verdade? Um dia nos átrios do Senhor não foi, para vocês, melhor do que mil em qualquer outro lugar? Guardando os mandamentos de Deus, vocês não encontraram uma recompensa presente e muito grandiosa?
A Palavra dele não foi, para vocês, mais doce do que o mel ou o favo de mel? Ó, o que sentiram vocês quando, semelhantemente a Jacó, lutaram com o seu Deus? Jesus não os encontrou frequentemente quando meditavam nos campos, e lhes foi dado a conhecer vez após outra no partir do pão? O Espírito Santo não tem, com frequência, derramado abundantemente o amor divino em seu coração e enchido vocês de uma alegria indizível, até alegria repleta de glória? Sei que vocês responderão a todas essas perguntas afirmativamente e reconhecerão livremente que o jugo de Cristo é suave e que o Seu fardo é leve — ou, usando as palavras de uma de nossas orações, “Seu serviço é perfeita liberdade”.
Precisamos, então, de algum outro motivo para nos empolgarmos por andar com Deus? Porém, penso ouvir alguns de vocês dizerem: “Como pode ser assim?”. Então, se andar com Deus, como vocês dizem, é algo tão honroso e agradável, por que então o nome do povo desse caminho é expulso como mau e em todo lugar se fala contra ele? Como vem a ser que eles são frequentemente afligidos, tentados, desamparados e atormentados? É essa a honra, é esse o prazer de que você fala? Eu respondo: “Sim”.
Pare um pouco; não seja precipitado. Não julgue segundo a aparência; seja justo em seu julgamento e tudo estará bem. É verdade, nós reconhecemos que o “povo desse caminho”, como vocês — e Paulo antes de vocês, quando perseguidor — os chamaram, tem seu nome expulso como mau e é uma seita contra a qual se fala em todo lugar. Porém, por quem? Até mesmo pelos inimigos do Deus altíssimo. E vocês pensam ser uma desgraça serem mal falados por eles? Bendito seja Deus! Não foi assim que aprendemos de Cristo.
O nosso Mestre real declarou: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós”. Ele lhes ordenou: “Regozijai-vos e exultai”, porque esse é o privilégio do seu discipulado e sua recompensa será grande no Céu. Ele mesmo foi tratado assim. E pode maior honra ser atribuída a uma criatura do que ser conformado ao sempre bendito Filho de Deus? E, além disso, é igualmente verdade que as pessoas desse caminho são frequentemente afligidas, tentadas, desamparadas e atormentadas. E daí? Isso destrói o prazer de andar com Deus?
Não, de maneira alguma, porque quem anda com Deus é capacitado, pelo fortalecimento vindo de Cristo, para se alegrar até mesmo na tribulação e exultar quando cair em diversas tentações. E eu creio que posso apelar à experiência de todos aqueles que andam em verdade e proximidade com Deus, se os seus momentos de sofrimento foram, ou não, frequentemente os seus momentos mais doces, e que mais desfrutaram de Deus quando mais expulsos e desprezados pelos homens. Vemos que isso ocorreu aos primeiros servos de Cristo, quando ameaçados pelo sinédrio judaico e ordenados a não mais pregar em nome de Jesus — eles se regozijaram por serem considerados dignos de sofrer vergonha por causa de Jesus.
Paulo e Silas cantaram louvores até mesmo em uma masmorra; e a face de Estevão, aquele glorioso protomártir da Igreja cristã, resplandeceu como a face de um anjo. E Jesus é, agora, o mesmo que era então e cuida de aplacar sofrimentos e aflições com o Seu amor, para que os Seus discípulos descubram, por feliz experiência, que, quando as aflições abundam, as consolações são superabundantes. E, portanto, essas objeções, em vez de destruir, apenas reforçam os motivos anteriormente argumentados para encorajá-lo a andar com Deus.
As Escrituras
Sobre este Plano
George Whitefield foi um dos ministros cristãos mais dinâmicos e conhecidos do século 18. Os jornais da época o chamavam de “maravilha da era”. Foi o ministro da igreja Anglicana que, com sua personalidade e habilidade oratória, teve participação fundamental no movimento que ficou conhecido como “O Grande Despertamento”.
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