Totalmente pela graçaExemplo
Chamo a sua atenção para as palavras “naquele que justifica o ímpio”. Elas me parecem palavras muito maravilhosas. Você não está surpreso por encontrar na Bíblia tal expressão — “que justifica o ímpio”? Ouvi dizer que homens que odeiam as doutrinas sobre a cruz fazem disso uma acusação contra Deus — Ele salvar os ímpios e receber para si o mais vil dos vis. Veja como esse versículo aceita tal acusação e a declara abertamente! Pela boca de Seu servo Paulo, por inspiração do Espírito Santo, Deus toma para si o título de “Aquele que justifica o ímpio”. Ele torna justos os injustos, perdoa os que merecem ser punidos e favorece os que não merecem favor.
Você pensava que a salvação era para os bons, não pensava? Que a graça de Deus era para os puros e santos, que estão isentos de pecado? Passou pela sua mente que, se você fosse excelente, Deus o recompensaria; e você pensou que, por não ser digno, não há maneira alguma de você desfrutar do Seu favor. Você deve ficar um pouco surpreso ao ler um texto como este: “Aquele que justifica o ímpio”. Não me surpreende que você esteja surpreso, pois, apesar de toda a minha familiaridade com a grande graça de Deus, eu nunca deixo de me maravilhar com ela. Não parece assombroso ser possível ao Deus santo justificar um homem ímpio? Segundo a permissividade natural de nosso coração, nós estamos sempre falando sobre nossa própria bondade e nosso próprio valor, e teimosamente defendemos que precisa haver algo em nós que conquiste a atenção de Deus. Ora, Deus, que vê através de todos os enganos, sabe que não há em nós bondade alguma. Ele diz: “Não há justo, nem um sequer” (ROMANOS 3:10). Ele sabe que “todas as nossas justiças [são] como trapo da imundícia” (ISAÍAS 64:6); portanto, o Senhor Jesus não veio ao mundo para procurar bondade e justiça para com Ele, mas para conferi-las a pessoas que não as possuem. Ele não veio porque somos justos, e sim para nos tornar justos: Ele justifica o ímpio.
Quando um advogado entra no tribunal, se for um homem honesto, deseja pleitear a causa de uma pessoa inocente e justificá-la perante o júri pelas coisas falsamente atribuídas a ela. Deve ser o objetivo do advogado justificar a pessoa inocente, e ele não deve tentar atenuar a parte culpada. Não é direito do homem, nem poder do homem, justificar verdadeiramente o culpado. Esse é um milagre reservado unicamente ao Senhor. Deus, o Soberano infinitamente justo, sabe que não há na Terra um homem justo que faz o bem e evita o pecado; portanto, na infinita soberania de Sua natureza divina e no esplendor de Seu amor inefável, Ele assume a tarefa, não tanto de justificar o justo quanto de justificar o ímpio. Deus concebeu maneiras e meios de fazer com que o homem ímpio fosse justamente aceito diante dele: Ele estabeleceu um sistema pelo qual, com perfeita justiça, pode tratar o culpado como se, em toda a sua vida, houvesse estado isento de transgressões — sim, pode tratá-lo como se ele fosse totalmente isento de pecados. Ele justifica o ímpio. Jesus Cristo veio ao mundo para salvar pecadores. Isto é algo muito surpreendente — algo para maravilhar extremamente quem desfruta disso.
As Escrituras
Sobre este Plano
Um dos principais escritos do “Príncipe dos pregadores” do século 19, Charles H. Spurgeon. Enfatiza a maravilhosa verdade de que não há moeda de troca que possamos oferecer nem mérito humano na busca e conquista da imerecida salvação. É exclusivamente pela graça de Deus que somos salvos. Ela, sim, é a causa da nossa redenção em Cristo Jesus.
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