Temas teológicos de ProvérbiosExemplo

Riqueza e pobreza (16.8,16)

Muitos dos ditados de Provérbios tratam de riqueza e de pobreza. Para quem os considera de forma isolada, pode parecer que há tensão, ou mesmo contradição, entre eles. Todavia, são retratos individuais de uma verdade mais ampla, a saber, que Deus abençoa os sábios com riqueza (3.9-10,15-16; 10.22) e os ajuda a lidar com as dificuldades da vida (10.15), enquanto o comportamento insensato conduz à miséria. A preguiça é destacada com frequência como causa da pobreza (26.13-15).

Provérbios reconhece prontamente que alguns tolos perversos são ricos, mas também lembra que esse tipo de riqueza não é duradoura (11.18; 13.11). Por vezes, a pobreza pode ser consequência de injustiça (13.23), e não de insensatez, e a riqueza também pode ser resultado de conduta injusta e desonesta (16.8). Os que têm recursos precisam usá-los com sabedoria, o que inclui generosidade para com os necessitados (28.27; 29.7,14).

Os benefícios da riqueza são limitados. Por vezes, a fortuna gera problemas ao invés de resolvê-los (11.4; 13.8). Por ser potencialmente útil nas situações em que a riqueza não é proveitosa, a sabedoria é muito mais importante que o dinheiro (15.16-17; 16.8,16).

Num mundo justo, os fiéis seriam recompensados com bênçãos materiais e com oportunidades de se mostrar generosos. No entanto, o mundo não é justo. Por vezes, a riqueza não vai para aqueles que a merecem (ver Ec 9.11), nem produz, necessariamente, satisfação (ver Ec 2.17-23; 5.10-17). Aliás, o dinheiro pode ser prejudicial para a fé (1Tm 6.10; Tg 2.1-13). Quando é preciso escolher entre dinheiro e devoção a Deus, o sábio escolhe a devoção a Deus.