Temas teológicos de ProvérbiosExemplo

A importância das palavras (9.13-18)

Há quem diga que, ao contrário de paus e pedras, que podem quebrar ossos, as palavras não são capazes de machucar. Provérbios apresenta um ponto de vista diferente, segundo o qual as palavras têm poder de dar vida ou de tirá-la (18.21). As palavras contidas em mentiras (14.5,25), discussões (26.17), insultos (20.20), calúnias (10.18), fofocas (11.13), boatos (18.8), adulações (7.21-22) e vanglória (26.23; 27.2) podem trazer morte.

Provérbios enfatiza repetidamente que os tolos proferem palavras tolas. São representados pela “mulher chamada Insensatez” (9.13-18), que mente e engana para prejudicar quem lhe dá ouvido. As palavras refletem o estado do coração (16.23; 18.4). Embora alguns talvez procurem ocultar um coração perverso com fala agradável (26.23), no fim das contas o verdadeiro caráter do indivíduo sempre vem à tona (26.24-26). As palavras dos tolos não apenas prejudicam outros, como também, em última análise, fazem mal para eles próprios. É a isso que Tiago se refere quando diz que a língua é cheia de perversidade e pode arruinar a vida toda (Tg 3.6).

De modo contrastante, os sábios proferem palavras que vivificam (10.11), representadas pela Sabedoria (8.7-9). Eles usam suas palavras com parcimônia (17.28) e geralmente são amáveis (15.4; 16.24). No entanto, a pessoa sábia também entende o momento certo de dizer as palavras certas (15.23; 25.11) e tem consciência de que, por vezes, até mesmo uma crítica severa é necessária (27.5). Com sabedoria, Provérbios lembra seus leitores de prestar grande atenção àquilo que dizem, ao modo como dizem e ao momento em que dizem.