Romanos: Teologia Para TodosExemplo
Quando Jesus veio à terra, Ele veio como um homem judeu, falando hebraico, celebrando feriados judaicos, comendo comida judaica e cantando canções judaicas. Os primeiros discípulos de Jesus eram judeus e compartilhavam da mesma cultura que Ele. Após a ressurreição de Jesus e do derramamento do Espírito Santo, muitos gentios, não judeus, tornaram-se seguidores cristãos de Jesus, o que levou a uma longa lista de perguntas sobre quais coisas eram culturais e quais eram bíblicas. Exemplos destas perguntas sendo feitas incluem o livro de Gálatas, em que foi dito aos gentios que não precisavam ser circuncidados, e 1 Coríntios, que diz que os gentios não mais poderiam ficar bêbados, comparecer a cultos religiosos pagãos ao mesmo tempo que compareciam à igreja, nem cometer pecados sexuais. Em contrapartida, os gentios são encorajados a viver em uma unidade amorosa uns para com os outros, orar uns pelos outros e amar uns aos outros com afeição fraternal o tempo todo.
O mesmo ocorre toda vez que o evangelho de Jesus Cristo vai de uma cultura para outra, ou de uma subcultura para outra. Missiólogos chamam isto de “contextualização”, onde a igreja cristã vive no contexto de uma cultura e tem de determinar o que manter e o que descartar daquela cultura. Isto é precisamente o que Paulo – um líder missionário apostólico que plantou igrejas e foi usado por Deus para alcançar pessoas através de uma variedade de culturas – está ensinando.
Muito frequentemente, cristãos de uma cultura dominante impõem a sua cultura inteira junto da Bíblia sobre uma cultura recém alcançada. O resultado é algo chamado colonialismo, e isso não é o que Deus deseja, já que não existe cultura sobre a terra que seja perfeita e digna de imitação total. Por esta razão, em 14:17, Paulo faz a única referência ao Reino de Deus no livro inteiro de Romanos. Todos os cristãos devem olhar para acima, para o Reino de Deus, para ver como o governo e reinado de Jesus são hoje no reino invisível e serão eternamente quando Ele retornar para governar a Terra, conectando os reinos visível e invisível. Isto é o que significa viver o Reino aqui na Terra, tendo o Rei Jesus como a nossa mais alta autoridade e o Seu Reino como a cultura que buscamos emular, de modo que o Seu Reino venha e a Sua vontade seja feita, na terra assim como é no Céu, exatamente como oramos. Para ajudar o povo de Deus a navegar através de várias questões culturais, Paulo nos lembra que a nossa consciência (um conceito que ele introduziu lá em Romanos 2:12-16) deve ser considerada, de modo que cada crente esteja vivendo dentro das suas convicções pessoais. Em várias questões, as pessoas são fortes o suficiente para usar a sua liberdade completa em Cristo sem pecar, enquanto em outras áreas as pessoas são incapazes de usar a sua liberdade completa em Cristo sem pecar.
Os tipos de questões culturais a que Paulo se refere são constantemente debatidos entre os cristãos. Exemplos incluem celebrar o Natal, o Halloween e a Páscoa, os quais todos têm sua origem no paganismo. Vários entretenimentos, de filmes a músicas e videogames, junto de livros e programas de televisão. Tendências de moda, de estilos de vestimenta a joalheria e maquiagem para mulheres. Questões de gênero envolvendo como homens e mulheres se vestem e se apresentam aos outros. A lista é aparentemente infinita.
Para ajudar os cristãos a pensar vários assuntos nesses tipos de questões, tenho usado uma simples taxonomia por muitos anos que parece ser útil:
1. Receber – há algumas coisas na cultura que os cristãos podem simplesmente usar, o que explica por que a maioria das igrejas têm sistemas de som e de ar-condicionado feitos por incrédulos; têm websites hospedados por incrédulos na Internet; cantam, oram e pregam na linguagem da sua nação, a qual é predominantemente de incrédulos; e recebem todos estes avanços tecnológicos para pôr em prática e aprofundar a causa do evangelho de Jesus Cristo.
2. Rejeitar – há algumas coisas na cultura que os cristãos devem simplesmente rejeitar, o que explica por que não temos pornografia cristã, cartéis de droga cristãos ou reuniões de oração com seitas e outras religiões.
3. Redimir – há algumas coisas na cultura que podem ser usadas contra Deus, mas que também podem ser redimidas para Deus. Um exemplo é o Papai Noel. Desde que o Natal e o Papai Noel são um grande ponto de debate e de desacordo entre pais cristãos, o que se segue é uma espécie de sumário de como cristãos redimiram ambos. Já que o Papai Noel é tão pervasivo na nossa cultura, é quase impossível simplesmente rejeitar o Papai Noel como parte do nosso horizonte cultural anual. Ainda assim, como pais criando os nossos cinco filhos, não achamos que poderíamos simplesmente receber a história inteira do Papai Noel, porque há muito mito construído em cima de uma história verdadeira.
Conforme nossos filhos cresciam, contamos a eles que o Papai Noel foi uma pessoa real que viveu, de fato, há muito tempo. Também explicamos de que modo as pessoas vestem-se como o Papai Noel e fingem ser ele por diversão, algo parecido com como crianças pequenas vestem-se como piratas, princesas, super-heróis e uma porção de outras pessoas, reais e imaginárias. Explicamos como, em adição à história real do Papai Noel, um monte de outras histórias foi adicionado (p. ex., renas voadoras, viver no Polo Norte, entregar presentes para todas as crianças em uma só noite), de modo que o Papai Noel é uma combinação de histórias verdadeiras e fantasiosas.
Nós, contudo, não demonizamos o Papai Noel. Fantasiar-se, divertir-se e usar a imaginação que Deus deu pode ser um ato de santa adoração e é algo que, francamente, um monte de adultos precisam aprender com as crianças.
Com o que estamos preocupados, no entanto, é mentir para os nossos filhos. Ensinamos que eles podem sempre confiar em nós, porque sempre lhes diremos a verdade e não mentiremos para eles. Por outro lado, pedimos que eles sejam honestos conosco e que nunca mintam. Já que também ensinamos às nossas crianças que Jesus é uma pessoa real que, de fato, realizou milagres reais, o nosso medo é que se ensinamos histórias imaginárias e fantasiosas como verdade, isso poderia erodir a confiança em nossa veracidade para com as nossas crianças. Pedimos muito a eles que não contem mentiras ou guardem segredos, mas os ensinamos que algumas surpresas (como dar presentes) e fingir (como fantasiar-se) podem ser divertidas e devem ser encorajadas. Contamos a eles a verdade e os encorajamos a se divertirem assistindo aos shows de Natal na televisão e até mesmo sentando no colo do Papai Noel para tirar uma foto do feriado, se eles assim desejarem.
Dessa forma, nossos filhos nos agradecem por sermos tanto honestos quanto divertidos, o que achamos ser o que Jesus deseja, conforme tentamos redimir o Papai Noel.
Perguntas:
1. Há alguma coisa de que você está participando e que deveria rejeitar por ser ímpia, violar a sua consciência ou não acrescentar à sua fé em relação a Deus? Como estas mudanças ocorrerão?
2. Há alguma pessoa que você está fazendo tropeçar em algum pecado através das suas ações ou da pressão que você coloca sobre ela? De que modo você pode se desculpar e começar a ajudar em vez de pôr obstáculos a ela?
As Escrituras
Sobre este Plano
Neste Plano de 13 dias, você estudará Romanos 12-16 de um modo aplicável e prático, que faz da teologia complicada acessível para todos. Seja você apenas um curioso sobre a Bíblia, um novo convertido ou um seguidor de muito tempo de Jesus, sabemos que Deus falará com você através deste Plano.
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Gostaríamos de agradecer ao Mark Driscoll por fornecer este plano. Para mais informações, visite: http://realfaith.com/