Pais Emocionalmente InteligentesExemplo
Dia 7 - Vida cristã e experiência com Deus
Crianças são como esponjas, que absorvem tudo aquilo que vivenciam, ouvem e principalmente observam. Podemos falar para elas sobre a importância da oração, do culto familiar, podemos dizer que devemos ler a Bíblia porque é a Palavra de Deus, que nossos planos devem ser entregues a Deus, que antes de decidirmos qualquer coisa, devemos pedir direção a Ele, que devemos ter fé, mas se eles não nos assistem fazendo tudo isso, a probabilidade de fazerem é muito menor. Nossa tarefa passa a ser ainda mais desafiadora porque além de precisarem nos observar colocando em prática o que dizemos, estão 100% atentos ao que sentem de nós ao fazermos estas coisas. Fazemos aquela oração rápida para "bater o cartão", ou sentem nossa dependência e sinceridade ao falarmos com Deus? Lemos a Bíblia com alegria ou com o rosto carrancudo ou indiferente? Ficamos irritados quando chega o momento do culto familiar ou nos sentimos descansados quando sentamos para cultuarmos a Deus como nosso Senhor? Crianças, adolescentes e jovens não são bobos e captam exatamente o que está por detrás de nossos atos.
Quando eu era pequena, lembro-me de muitas vezes entrar no quarto dos meus pais para falar algo com eles, ou procurá-los pela casa, ou buscar algo e, ao entrar, ver meu pai ajoelhado ao lado da cama orando. E lembro-me de, algumas vezes, voltar lá dali a 10, 20 minutos, e ele ainda estar ali. Aquilo me chamava a atenção. Via coerência quando, no momento do culto, ele falava sobre como necessitamos de Jesus. Eu o via necessitado ao pé da cama. Lembro-me também de, depois de cantarmos algum hino em família, ele mencionar alguma frase do hino para nos ensinar algo sobre a vida cristã, e achava aquilo interessante, porque às vezes me lembro de cantar um hino, quando pequena, sem prestar muita atenção no que estava cantando. Hoje, quando canto um hino, gosto de pensar no que ele diz, para que o louvor não seja somente melodia, mas compreensão sobre o que estou cantando. Também me lembro de quando eu era adolescente e meu pai me dizer que era importante eu fazer minha devoção pessoal sozinha, pegando minha Bíblia, lendo, e pensando no que lia, perguntando a Deus o que Ele gostaria de me ensinar. Aprendi a ler a Bíblia meditando na leitura por causa do que ouvi e vi meu pai fazer. Vê-lo fazer foi muito mais importante do que ouvi-lo me orientar.
Quando eu tinha 12 anos, meu pai teve uma infecção generalizada e quase morreu. Passou 1 mês entubado na UTI, à beira da morte. Lembro-me de um dia em que eu e meu irmão fomos visitá-lo - na verdade, a pedido dos médicos, porque achavam que seria a última vez - e quando chegamos naquele espaço de UTI, só conseguimos chorar. Meu pai não conseguia falar por causa do tubo, mas pediu um papel, uma caneta e escreveu: "Jesus te ama." Jesus fazia sentido para ele, ainda faz hoje, e para mim também. Minha intenção é transmitir o mesmo para meus filhos, não como uma vitrine apenas, mas com inteireza de coração para que eles possam aprender quem é Jesus de verdade e a amá-Lo de todo o coração.
Quando vejo pais orando rápido para o culto acabar, quando vejo cantando um hino e mexendo no celular ao mesmo tempo, quando vejo um deles dormindo enquanto a Bíblia é lida, penso no enorme desperdício que estão tendo levando uma vida cristã superficial para si mesmos e como exemplo para seus filhos. A intenção de um pai e de uma mãe em transmitir as verdades bíblicas para seus filhos é louvável. Porém, o que faz sentido mesmo é eles terem a experiência verdadeira de amar a Deus, terem prazer em meditar em Sua Palavra, se alegrarem ao cantarem um hino pensado, e orarem sem pressa e sem palavras repetitivas.
Se você sinceramente ainda não consegue ter prazer nas coisas de Deus, apesar de se preocupar com a vida espiritual de seus filhos e sua também, não desista de buscar este prazer. A Bíblia diz que podemos nos alegrar no Senhor (Filipenses 4:4), e que Jesus deseja que a alegria dEle esteja em nós para que sejamos alegres também (João 15:11). Quando descobrimos a real felicidade que vem de uma comunhão íntima com Deus, damos a oportunidade de nossos filhos se apaixonarem e, verdadeiramente, amarem o Criador e Senhor. Busque essa alegria, e Deus dará a você vigor e poder para que possa ensinar a seus filhos com simplicidade e verdade o que é entregar a vida a Jesus e conhecer Sua vontade.
Sobre este Plano
No primeiro plano que escrevi, Criando Filhos Emocionalmente Inteligentes, abordei alternativas de como os pais poderiam ajudar seus filhos a lidarem melhor com suas emoções. Neste plano, você – pai ou mãe – é convidado a olhar para si mesmo e perceber quais ajustes precisam acontecer em você para que seja um facilitador do trabalho mais extraordinário que Deus nos confiou aqui na Terra: educar um filho.
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Gostaríamos de agradecer ao Psicologia em Casa por fornecer este plano. Para mais informações, visite: http://www.psicologiaemcasa.com.br