O Evangelho De Lucas - Parte 2Sample

Lucas 10 : Dependência total e simplicidade no serviço

1. O envio dos setenta (Lucas 10:1-24)

"Rogai, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara" (v. 2)

Jesus envia os setenta discípulos, dois a dois, instruindo-os a confiar na providência divina e a pregar o Reino de Deus. Este trecho ressalta a responsabilidade missionária de cada cristão.

O verdadeiro trabalhador na seara do Senhor não se apoia em meios humanos, mas na suficiência de Deus. A dependência do Senhor é uma marca essencial de quem é enviado por Ele.

A ordem de não saudar ninguém pelo caminho (v. 4) aponta para a seriedade e urgência da missão, pois "o tempo para a colheita é curto."

Hoje essa urgência é ainda maior. Porém muitos tem parado por causa de feridas, não reconhecimento, ingratidão ou resultados ruins. Porém a verdadeira alegria do cristão não está nos resultados do ministério, mas na certeza de sua posição em Cristo. A maior bênção do crente é ser conhecido no céu e isso é muito maior que ser reconhecido na terra.

Reconheça sua responsabilidade na proclamação do Evangelho, confie na provisão divina e alegre-se na segurança da salvação, mais do que nos frutos do serviço. O êxito está em testemunhar e não nos resultados. As vezes você é a primeira pessoa a compartilhar a Cristo pra alguém, as vezes você está no meio, mas o fruto ainda não está maduro, outra hora muitos já falaram antes de você e agora você vai colher. Então não se baseie no resultado, deixe a obra com Cristo. Apenas se disponibilize a ser um instrumento nas mãos do Senhor.

2. A parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37)

"Vai, e faze da mesma maneira" (v. 37)

Jesus ilustra o amor ao próximo com a história do bom samaritano, desafiando os conceitos religiosos e sociais da época.

O amor é a expressão prática da fé. O amor cristão é mais que palavras, é ação sacrificial que reflete o caráter de Cristo. O bom samaritano é uma figura de Cristo, que encontra o homem caído e ferido e lhe ministra graça e salvação.

A graça transcende a lei. Essa, pode expor nossa necessidade, mas somente a graça pode suprir tal necessidade. O sacerdote e o levita representam a incapacidade da religião formal de trazer redenção.

Precisamos ter um compromisso contínuo com o próximo. O bom samaritano não apenas socorre no momento, mas se compromete a cuidar até que a necessidade esteja completamente suprida, assim como Cristo faz conosco. Nessa vida corrida, temos esse desafio de permanecer ajudando ao próximo.

Porém precisamos viver uma fé que se manifesta em compaixão prática, permitindo que a graça de Deus nos capacite a servir sem preconceitos ou reservas.

3. Marta e Maria (Lucas 10:38-42)

"Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada" (v. 42)

Neste episódio, vemos o contraste entre Marta, preocupada com muitas atividades, e Maria, que priorizou ouvir a Palavra de Jesus.

A supremacia da comunhão com Cristo expressada por Maria, nos mostra que nenhuma ocupação, por mais nobre, pode substituir o privilégio de estar aos pés de Jesus. O serviço é importante, mas deve fluir de um coração em comunhão com o Senhor.

Existe um perigo do ativismo religioso. Marta representa o crente que está tão focado no trabalho que perde de vista o Senhor. O excesso de atividades pode sufocar nossa espiritualidade, esse é um perigo sério e comum. Estudar a Bíblia não pode ser apenas para criar sermões, mas um deleite de ouvir a voz de Deus e direções pessoais. A correria do dia não deve nos tirar o tempo de estar aos pés do Senhor. Só depois de terminar de ouví-lo, que devemos levantar para serví-lo.

Existe um valor eterno na escolha de Maria, porque está centrada em Cristo, enquanto as tarefas de Marta são temporais e a prioridade do crente deve ser o que edifica para a eternidade.

Priorize sua comunhão com Cristo acima de todas as atividades. O serviço deve ser fruto de um coração que desfruta da presença de Deus.

O equilíbrio entre serviço, compaixão e comunhão é essencial para uma vida cristã madura. Devemos ser diligentes no serviço, demonstrar amor prático ao próximo, mas nunca negligenciar a comunhão com o Senhor.