Não Tenha Medo!Sample
SEM MEDO NAS PROVAÇÕES!
A história de José do Egito é simplesmente impressionante. Não me surpreenderia saber que é a mais contada nas telas da televisão e do cinema. Até quem não conhece a Bíblia sabe da história do príncipe do Egito. E há muita coisa intrigante na trama, cujos detalhes não estão revelados na narrativa bíblica. Uma delas é o contexto íntimo do tratamento que José dá a seus irmãos quando os reconhece no Egito, já como governador. É compreensível que ele estivesse magoado, que ninguém em sã consciência venderia um irmão como escravo, que sua vida tivesse sido drasticamente mudada por esse triste episódio. Mas será que essas e outras razões seriam justificativas para sua conduta? Teria ele planejado uma espécie de vingança branca contra quem havia lhe traído? Teria ele buscado algum prazer fazendo seus irmãos sofrerem? Ou teria ele querido ensinar somente uma lição a eles? Se assim foi, que lição difícil ele ensinou, ou melhor, que teste desafiador.
Nos capítulos 43 a 45 do livro de Gênesis está descrito o que aconteceu quando os irmãos de José voltaram ao Egito. Eles fazem ecoar a narrativa do capítulo 42, e são arranjados literariamente de tal forma que a prisão dos irmãos de José se torna a cena central. É possível imaginar todo o drama familiar que antecedeu a volta deles à terra do faraó. Eles tiveram que persuadir o pai a deixar Benjamim acompanhá-los, e isso não foi fácil. Jacó certamente reviveu a crise do seu encontro com Esaú, e preparou um presente para tentar apaziguar o homem no Egito que estava agindo de forma tão terrível com sua família. José, como se sabe, foi gentil com seus irmãos, e cobriu Benjamim com favoritismo, para levar o teste de seus irmãos a extremos. Um teste que afligiu a todos, mas que arrancou suspiros resignados de Jacó, um pai preso entre a necessidade de viver e a possibilidade de uma vida completamente vazia por outra perda.
José certamente alcançou um de seus objetivos com o teste que impôs a seus irmãos, tornou-se temido por eles. Tanto que eles apelaram ao mordomo como uma espécie de mediador. Aquele homem, totalmente estranho, seguidor de outra religião, mesmo não conhecendo o Deus de Israel, assegurou-lhes a boa vontade de José para com eles, garantiu que já havia recebido o pagamento devido pelos alimentos, e disse também que não deveriam se preocupar, e mais, teologou, dizendo que aquilo deveria ser coisa do Deus deles. E era mesmo.
Disse um estudioso que "de acordo com o costume prevalecente no Oriente, o próprio fato de terem sido convidados para a mesa de José era em si uma circunstância encorajadora. Embora os orientais sejam, em sua maioria, um povo vingativo, se você comer com eles, pode ter certeza que daí em diante terá a proteção deles. Mesmo que você tenha feito a eles o maior dano, ainda assim, você não precisa ficar apreensivo com o ressentimento deles.”
É interessante como toda aquela provação transformara um grupo de irmãos invejosos e insensíveis em uma família unida e solidária. O caráter de cada um deles estava sendo testado até os limites. O funcionário público egípcio, que nada sabia da teologia dos filhos de Jacó, disse que eles não deveriam ter medo, e que provavelmente o deus deles era responsável por tudo aquilo.
Quantas vezes as difíceis situações que enfrentamos são verdadeiros testes da nossa honestidade, do nosso caráter, da nossa disposição de perseverar fazendo o que é certo, insistindo no bem. O medo de que tudo dê errado rouba a paz do coração nesses momentos. Nenhuma provação é fácil. Elas balançam nossas estruturas. Gosto muito de uma frase que diz:
“Senti que minhas estruturas balançavam, corri para Deus e vi que era Ele que balançava minhas estruturas.”
Quando as dificuldades se agravam, ou se tornam esquisitas mesmo, colocando à prova nossa integridade, é natural que nossos questionamentos se voltem para o passado, para os erros cometidos, reparados ou não. Quando o inexplicável invade nossa vida, é compreensível também que nossas decisões sejam analisadas exaustivamente, e que tudo seja passada a limpo. É de se entender também que queiramos justiça, e que nossa teologia seja questionada. Tudo isso é coerente com o que Deus espera de nós. Quem deseja participar do que Ele está fazendo precisa estar disposto a assumir responsabilidade por suas ações, fazer restituições quando necessário, e aceitar os testes da vida, por mais difíceis que sejam, com gratidão e humildade.
Um conhecido pastor e escritor americano disse que Jacó não foi capaz de dizer a seus filhos o que qualquer um de nós deveria dizer em situação semelhante: Não sabemos o que tudo isto significa, mas sabemos que estamos confusos e precisamos da ajuda de Deus. Vamos confiar nEle para proteção e discernimento. Peçamos a Ele que nos dê instruções sobre como agir.
Passando por provações? Não tenha medo! Deus é maior que todas elas!
Wilson Avilla
Scripture
About this Plan
Quando as tempestades da vida nos castigam sentimos medo e tudo o que desejamos é livramento. Mas Jesus parece dormir quando mais precisamos. As mesmas palavras ditas aos seus discípulos – “Por que vocês estão com medo?” – nos confrontam ainda hoje. Há quem afirme que a expressão “não tenha medo!” é repetida 365 vezes na Bíblia. Dia após dia o Espírito Santo sopra em nossos ouvidos essas mesmas palavras de conforto.
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