O Outro nome de Aslam: Explorando as Lições Bíblicas nas Crônicas de NárniaSample

Introdução: C. S. Lewis e a simbologia bíblica

As Crônicas de Nárnia é o nome dado ao conjunto de sete histórias narradas por C. S. Lewis sobre um mundo fictício chamado Nárnia. Neste mundo, o autor desenvolveu uma estrutura geográfica com demarcações territoriais, habitada por animais falantes e criaturas de diversas mitologias. O “mundo real” também interage com as histórias desse mundo paralelo, pois algumas crianças da Inglaterra são levadas à Nárnia e tornam-se protagonistas de grandes aventuras.

Mas quem era C. S. Lewis? Clive Staples Lewis, conhecido como C. S. Lewis, foi um influente escritor irlandês do século XX, cuja obra abrange gêneros que vão da fantasia à teologia. Reconhecido academicamente em Oxford e Cambridge, tornou-se mundialmente famoso pelas crônicas, narrativas repletas de aventura e poderosas alegorias cristãs que encantaram gerações. Ex-ateu que se converteu ao cristianismo (devido à influência de seu amigo. J. R. R. Tolkien), Lewis abordou questões profundas de fé e moral em diversas obras, como "Cristianismo Puro e Simples". Seus mais de 40 livros continuam sendo editados e traduzidos no mundo inteiro, levando pessoas a abraçarem a fé.

E ao mergulharmos no universo de Nárnia, nos deparamos com inúmeras simbologias que Lewis habilmente utilizou em suas crônicas. Ele se aproveitou da ficção popular de sua época para moldar suas histórias, visando um tipo de “pré-batismo da imaginação”. Sua intenção era que aqueles que se deliciassem com suas obras pudessem, posteriormente, se sentir mais inclinados a aceitar o Cristianismo (vale lembrar que naquela época as bíblias infantis não eram comuns).

Por sua vez, a Bíblia também está repleta de simbolismos, embora não os apresente visualmente. Isso é uma das coisas que mais me fascina na Bíblia, pois precisamos usar de nossa imaginação e de criatividade. Como o profeta Isaías instruiu, devemos pesquisar um pouco aqui, um pouco ali (Isaías 28:10). Quando investigamos um tema, não devemos basear nossas conclusões em um único versículo, mas examinar o que a Bíblia como um todo tem a dizer sobre o assunto. Por exemplo, a Bíblia apresenta simbologias em vários rituais religiosos, como no santuário (onde cada item tinha um significado específico), nas festas de Israel, e sem falar no Apocalipse, um livro abundantemente simbólico! Para ilustrar, consideremos a presença recorrente do número 7 em Apocalipse. O número 7 simboliza plenitude, perfeição ou preciosidade. Sabemos que existem sete dias na semana, sete continentes, sete oceanos, sete cores no arco-íris, sete maravilhas antigas e sete notas musicais. Agora, observe quantas vezes João emprega o número "sete": 7 igrejas (1:4); 7 espíritos (1:4); 7 candeeiros de ouro (1:12); 7 estrelas (1:16, 2:1); 7 tochas de fogo (4:5); 7 selos no livro (5:1, 5); 7 olhos e 7 chifres do Cordeiro (5:6); 7 anjos e 7 trombetas (8:2, 6); 7 trovões (10:3, 4); 7 cabeças da besta e 7 diademas (12:3), que são 7 montes e 7 reis (17:9-10); 7 pragas (15:1); e 7 bem-aventuranças (1:3, 14:13, 16:15, 19:9, 20:6, 22:7, 14). Realmente, o número 7 é bastante expressivo, não é?

Isso nos revela a importância de se estudar a Bíblia, não somente lê-la! Por esse motivo, espero que através deste plano você descubra várias simbologias em Nárnia e que com isso, possa crescer espiritualmente. Como Lewis uma vez se expressou em uma carta a uma jovem chamada Ruth:

“Muito obrigado por sua bondosa carta, foi muito bom você ter-me escrito que gosta dos meus livros; e que boa carta para alguém da sua idade! Se você continuar a amar a Jesus, pouca coisa dará errado em sua vida e espero que você possa continuar assim sempre. Sou tão grato por você ter percebido a “história escondida” nos livros de Nárnia. É esquisito que as crianças quase sempre percebem, enquanto os adultos quase nunca”.