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Mark Driscoll - Romanos: Teologia Para Todos (6-11)Sample

Mark Driscoll - Romanos: Teologia Para Todos (6-11)

DAY 12 OF 17

Pergunta #4: A predestinação faz de Deus um ser não-amoroso (Romanos 9:30-31)? 

Alguns protestaram que a doutrina da eleição faz de Deus um ser não-amoroso, porque nem todos são predestinados. Além disso, se Deus não se importa com os incrédulos, por que os cristãos deveriam se importar com eles? 

A predestinação mostra o quão amoroso Deus é. Quando nós não O amamos, Ele nos amou. 

Porque Deus fez todo o trabalho para nos salvar, nisso Ele também foi muito amoroso, visto que nos libertou do fardo das “obras”. Em amor, Jesus Cristo satisfez todos os requisitos da lei, fazendo todo o trabalho que era requerido para a nossa salvação. Em amor, Ele nos deu a Sua justiça como um presente gratuito. Tudo isso foi feito em amor, visto que éramos inimigos de Deus quando Ele nos amou, e o Seu amor nos muda para que O amemos.

A predestinação, quando entendida corretamente, também deveria tornar os cristãos mais amorosos em relação aos não-cristãos. Afinal, se sabemos que não somos melhores, mais inteligentes, mais santos ou mais merecedores da salvação do que qualquer outra pessoa, então deveríamos ter compaixão com os não-cristãos. É precisamente a soberana e livre natureza da graça predestinadora de Deus que deveria nos fazer acertar um machado na raiz de qualquer orgulho religioso, qualquer presunção e condenação. Quando entendemos que as pessoas estão perdidas porque são pecadoras, somos compelidos a nos importarmos com elas, porque a sua condição nos lembra do terrível destino que seria nosso se Deus não tivesse livremente nos salvado. Também somos compelidos a amá-las na esperança de que, através do nosso amor, elas comecem a ver algo da graça de Deus nas suas vidas.

Novamente, as Escrituras são claras neste ponto. Paulo estava tão consciente do seu pecado que, ao longo das suas cartas, ele repetidamente diz que é o pior dos pecadores, e que, ao salvá-lo, Deus demonstra a completude do seu misericordioso amor. Em vez de ser presunçosamente religioso e indiferente com as pessoas perdidas, o homem que discutiu com maior fervor a favor da predestinação em toda a Escritura também trabalhou incansavelmente para amorosamente evangelizar pessoas perdidas e plantar igrejas, a despeito da sua própria pobreza, vergonha, surras e prisões. De fato, para Paulo, um correto entendimento da eleição predestinadora é, na verdade, um ímpeto para o ministério evangelístico diligente, porque não importa quão escuro e sem vida o coração de alguém possa ser, sempre há a possibilidade de que Deus possa fazer um milagre e salvá-la. 

Façamos uma analogia: se um grupo de pessoas se comprometesse a cometer um suicídio em massa, como um pacto, e, então, se reunisse em uma casa e ateassem fogo nela, ninguém chamaria seus vizinhos de indiferentes se algumas pessoas do grupo morressem no fogo. Contudo, se um dos vizinhos corresse até as chamas para tentar resgatá-los, e eles resistissem chutando e gritando enquanto ele coloca um por um sobre os seus ombros e os leva para fora da casa, e fizesse isso vez após vez, até que salvasse alguns deles antes que ele mesmo morresse por inalação de fumaça, ele seria louvado como um herói, e não criticado como um vilão. Ninguém o acusaria de ser indiferente por não ter tirado todas as pessoas suicidas da casa. Ele não era obrigado a salvar ninguém, e deu a sua própria vida para salvar alguns como o maior ato de amor.

De modo semelhante, nós pecamos e pusemos fogo na casa, e foi Jesus que veio para entregar a Sua vida para salvar aqueles que não estavam buscando ser salvos ou pedindo ajuda. Todos que vão para o inferno podem culpar a si mesmos, e todos que vão para o Céu podem agradecer a Jesus. Em resposta, não deveríamos acusar Deus de não ser amoroso, mas, em vez disso, agradecê-Lo por tamanha misericórdia sacrificial.

Ao contrário do pensamento equivocado de algumas pessoas, a predestinação revela o quão amoroso Deus é, por três razões:

1) Deus predestina algumas pessoas difíceis de amar, que ninguém jamais escolheria amar. Deus não escolheu apenas os belos, os inteligentes, os engraçados ou os bem-sucedidos. 1 Coríntios 1:27-29 diz:

“Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus.”

2) Porque Deus salva através da eleição, há esperança para aqueles que nunca ouviram falar sobre Jesus, para os que morreram antes de nascer, para aqueles que morreram jovens e para os que enfrentam transtornos mentais. Não estou, de modo algum, encorajando o universalismo – o inferno estará cheio de pecadores não-arrependidos. Mas se Deus escolhe quem vai para o Céu, então eu sei que o resultado será mais amoroso do que se Satanás ou os pecadores fizessem a escolha, porque Deus é amor.

3) A Bíblia declara que Deus nos predestina não por causa de qualquer coisa que seja digna de mérito em nós, mas somente por causa do amor cuidadoso que há Nele mesmo: “Em amor nos predestinou para Ele” (1).


Reflexão:

Seja honesto e passe algum tempo considerando todas as razões por que Deus não deveria ter escolhido você, e, então, agradeça a Ele em oração por ter escolhido salvá-lo. 

De que modo as doutrinas da predestinação e da eleição lhe dão esperança acerca de pessoas que podem não ter ouvido sobre Jesus, dos que morreram antes de nascer e enquanto bebês, bem como da possibilidade das conversões no último minuto de vida, no leito de morte, de alguns entes queridos? 

Honestamente, de que modo sua vida seria pior se Deus não tivesse inserido a Si mesmo em sua vida e escolhido amá-lo, perdoá-lo e salvá-lo? 


Notas:

(1) Ef 1:4–5.

Day 11Day 13

About this Plan

Mark Driscoll - Romanos: Teologia Para Todos (6-11)

Este plano de 17 dias o ajudará a mergulhar na profunda teologia de Romanos, dos capítulos 6 a 11, que aborda tópicos como eleição, predestinação e livre-arbítrio. Estes tópicos complexos são esmiuçados em explicações e perguntas práticas e aplicáveis para sua reflexão, tornando a teologia acessível a todos, seja você apenas um curioso a respeito da Bíblia, um novo convertido ou alguém que segue a Jesus há muito tempo.

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