A cura da mão ressequida — a banalização do extraordinário

É interessante notar que os fariseus e escribas não duvidavam do poder de Cristo; pelo contrário, estavam tão convictos de que observavam Jesus para ver se Ele realmente curaria o homem. Como afirma o Comentário Esperança do Evangelho de Mateus, “curar, para eles, é realizar um trabalho igual ao de assar pão”. Acostumados aos milagres e já tendo visto tantas obras de Cristo, seus preconceitos e religiosidades endureceram seus corações, como se lê em Marcos: “Jesus, olhando em volta, indignado e entristecido com a dureza de coração daquela pessoa” (Mc 3.5 NAA).

Mais adiante, Cristo, compassivamente, chama o enfermo para o centro, onde todos podem vê-lo e cura-o diante deles. Surpreendentemente, os fariseus não se arrependem nem sentem vergonha; com corações contaminados, voltam-se contra aquele que demonstrou o sobrenatural divino.

Isso revela muito sobre o coração humano, mesmo que não estejamos acostumados a ver milagres, podemos banalizar e até rejeitar ações do Espírito, sendo tão sobrenaturais quanto os milagres de Cristo. Que Deus nos livre desse engano e nos conceda um coração sensível e grato por Sua infinita graça.

Ana Giulia Gadotti — @cartas_com_destino

Referência:

RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança: Evangelho de Mateus. Curitiba: Editora Esperança, 2017.